Em defesa do “Sindicalismo Original”

Por Job de Brito, técnico judiciário em Brasília (DF)

 

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe

Ponciano, em seu último grande artigo, registra esta reflexão: “E nesse processo, em lugar de retroagir para formas de organização pré-marxistas, temos de juntar a força das organizações tradicionais dos trabalhadores, partidos, sindicatos, centrais, disputando sua organização e ideologia, colocando a ideologia na ordem do dia, e congregar nelas os desempregados, os excluídos do sistema.” (grifos meus).

Supus, como uma das prováveis motivações dessa sua manifestação, o final deste texto, em que consta o seguinte: “Estejamos juntos na luta sindical original: na luta corporativa, em defesa dos interesses da ‘corporação’!

Ainda que impertinente minha suposição, o artigo de Ponciano dá-me ensejo para dialogar com você, leitor sindicalizado, a respeito de/do sindicalismo – a partir de uma percepção popular (sem fundamento, portanto; mas plenamente legítima, por ter sua origem em um servidor filiado a uma entidade sindical que é base dessa Federação).

Para essa “interlocução” com você, leitor sindicalizado, utilizei-me do verbo “dialogar” – e não discutir ou debater – por conta de um significado seu muito específico, atribuído a ele  por David Bohm, significado acessível aqui.

Devemos retroagir ou não? Nossa luta deve ser a do sindicalismo original? Ou devemos, como se manifestou Ponciano, “juntar a força das organizações tradicionais dos trabalhadores, partidos, sindicatos, centrais… colocando a ideologia na ordem do dia…”?

Sou, para o âmbito sindical, ardoroso defensor da tese de que devamos retornar a uma agenda “corporativa”. Por conta disso, apresentá-la-ei a você, se estiver nas instâncias sindicais, que tanto carecem de sua presença renovadora, e procurarei, pelos meios disponíveis no campo do “diálogo”, convencê-lo de que, nas circunstâncias atuais, o melhor para os servidores do PJU é concentrar sua agenda nos interesses exclusivos dessa categoria. Sou, como disse, árduo defensor desse “novo ‘velho rumo’” para o sindicalismo. Mas não há tese que eu defenda mais do que esta: você deve vir ao meio sindical e, aqui, manifestar sua vontade, sua concepção de mundo, seus projetos e propostas para a categoria. Isso, sim; isso é crucial, essencial, fundamental, imprescindível, urgente!!!

Mais que um retorno ao sindicalismo original, o que defendo “com unhas e dentes” é que o movimento sindical invista em uma comunicação efetiva com você, servidor, de modo a envolvê-lo em nossa luta, corporativa ou coletiva (capitalista ou socialista), e a torná-lo um “viciado no mundo e na vida sindical” (tenho certeza de que, caso venha pra cá, isso ocorrerá, indubitável e naturalmente). O sindicalismo, contigo nele, será, é certo, vitorioso nas causas que abraçar; disso tenho certeza absoluta!

Há legitimidade política na concepção revolucionária? Sim. Há legitimidade na utilização do movimento sindical para a sua promoção? Não, quando a decisão por essa utilização é tomada por uma cúpula – e você, servidor, poderá refutar o que digo – que, com plenos conhecimentos das estruturas sindicais e do nível de despolitização da categoria, está “desenraizada” do grosso da categoria, embora esteja plenamente legitimada pelos costumeiros freqüentadores da realidade sindical.

É momento de você refletir e agir, servidor! Ponciano afirma: “O capitalismo está numa crise estrutural e civilizatória, cabe aos trabalhadores se organizar sistematicamente para eliminá-lo”. Se verdadeira essa afirmação, é exigência inadiável a sua participação política no movimento sindical! Se falsa, é absolutamente injustificável que você se mantenha Pilatos: lavar as mãos, neste momento, não é a ação necessária para assegurar-se a sua vida e a de seus familiares! O momento, servidor, é de “mãos na massa”; é de disposição para a luta!

Tudo se pode compreender… menos a irresponsabilidade histórica. Essa irresponsabilidade compromete você, sua geração e todas as vindouras.

Venha ao sindicalismo, ao menos para dialogar[1]!!! Venha apresentar-se em defesa do “sindicalismo original” e de sua “autonomia, de sua liberdade de investigação e de sua independência intelectual”. Venha para defender o sindicalismo com bases marxistas; ele poderá ser melhor do que “o original” – que defendo – desde que conte com sua presença.

Grande abraço. Enfrentemos, todos nós, todos os obstáculos aos interesses da categoria, inclusive o governo que teima em se chamar “dos trabalhadores”!!! Talvez seja um governo que, incapaz de eliminar os males dos homens, trabalha (as) dores de seu povo!

 

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe

Ponciano, em seu último grande artigo, registra esta reflexão: “E nesse processo, em lugar de retroagir para formas de organização pré-marxistas, temos de juntar a força das organizações tradicionais dos trabalhadores, partidos, sindicatos, centrais, disputando sua organização e ideologia, colocando a ideologia na ordem do dia, e congregar nelas os desempregados, os excluídos do sistema.” (grifos meus).

Supus, como uma das prováveis motivações dessa sua manifestação, o final deste texto, em que consta o seguinte: “Estejamos juntos na luta sindical original: na luta corporativa, em defesa dos interesses da ‘corporação’!

Ainda que impertinente minha suposição, o artigo de Ponciano dá-me ensejo para dialogar com você, leitor sindicalizado, a respeito de/do sindicalismo – a partir de uma percepção popular (sem fundamento, portanto; mas plenamente legítima, por ter sua origem em um servidor filiado a uma entidade sindical que é base dessa Federação).

Para essa “interlocução” com você, leitor sindicalizado, utilizei-me do verbo “dialogar” – e não discutir ou debater – por conta de um significado seu muito específico, atribuído a ele  por David Bohm, significado acessível aqui.

Devemos retroagir ou não? Nossa luta deve ser a do sindicalismo original? Ou devemos, como se manifestou Ponciano, “juntar a força das organizações tradicionais dos trabalhadores, partidos, sindicatos, centrais… colocando a ideologia na ordem do dia…”?

Sou, para o âmbito sindical, ardoroso defensor da tese de que devamos retornar a uma agenda “corporativa”. Por conta disso, apresentá-la-ei a você, se estiver nas instâncias sindicais, que tanto carecem de sua presença renovadora, e procurarei, pelos meios disponíveis no campo do “diálogo”, convencê-lo de que, nas circunstâncias atuais, o melhor para os servidores do PJU é concentrar sua agenda nos interesses exclusivos dessa categoria. Sou, como disse, árduo defensor desse “novo ‘velho rumo’” para o sindicalismo. Mas não há tese que eu defenda mais do que esta: você deve vir ao meio sindical e, aqui, manifestar sua vontade, sua concepção de mundo, seus projetos e propostas para a categoria. Isso, sim; isso é crucial, essencial, fundamental, imprescindível, urgente!!!

Mais que um retorno ao sindicalismo original, o que defendo “com unhas e dentes” é que o movimento sindical invista em uma comunicação efetiva com você, servidor, de modo a envolvê-lo em nossa luta, corporativa ou coletiva (capitalista ou socialista), e a torná-lo um “viciado no mundo e na vida sindical” (tenho certeza de que, caso venha pra cá, isso ocorrerá, indubitável e naturalmente). O sindicalismo, contigo nele, será, é certo, vitorioso nas causas que abraçar; disso tenho certeza absoluta!

Há legitimidade política na concepção revolucionária? Sim. Há legitimidade na utilização do movimento sindical para a sua promoção? Não, quando a decisão por essa utilização é tomada por uma cúpula – e você, servidor, poderá refutar o que digo – que, com plenos conhecimentos das estruturas sindicais e do nível de despolitização da categoria, está “desenraizada” do grosso da categoria, embora esteja plenamente legitimada pelos costumeiros freqüentadores da realidade sindical.

É momento de você refletir e agir, servidor! Ponciano afirma: “O capitalismo está numa crise estrutural e civilizatória, cabe aos trabalhadores se organizar sistematicamente para eliminá-lo”. Se verdadeira essa afirmação, é exigência inadiável a sua participação política no movimento sindical! Se falsa, é absolutamente injustificável que você se mantenha Pilatos: lavar as mãos, neste momento, não é a ação necessária para assegurar-se a sua vida e a de seus familiares! O momento, servidor, é de “mãos na massa”; é de disposição para a luta!

Tudo se pode compreender… menos a irresponsabilidade histórica. Essa irresponsabilidade compromete você, sua geração e todas as vindouras.

Venha ao sindicalismo, ao menos para dialogar[1]!!! Venha apresentar-se em defesa do “sindicalismo original” e de sua “autonomia, de sua liberdade de investigação e de sua independência intelectual”. Venha para defender o sindicalismo com bases marxistas; ele poderá ser melhor do que “o original” – que defendo – desde que conte com sua presença.

Grande abraço. Enfrentemos, todos nós, todos os obstáculos aos interesses da categoria, inclusive o governo que teima em se chamar “dos trabalhadores”!!! Talvez seja um governo que, incapaz de eliminar os males dos homens, trabalha (as) dores de seu povo!