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Para que serve um sindicato?

Por José Valter Medeiros Campêlo, servidor do TRT-13 em Campina Grande e suplente da Coordenação do Alto Sertão do Sindjuf-PB

 

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe

A resposta a esta pergunta deve nos orientar em nossa ação sindical.

Uma parte d@s trabalhador@s vê o sindicato como instrumento de preparação de uma ação revolucionária para a derrubada do sistema capitalista.

Outra parte, como uma ferramenta para a conquista de direitos e melhoria das condições de vida e trabalho d@s trabalhador@s.

Existem ainda os que vêem o sindicato como fornecedor de serviços aos seus associados, inclusive os de ordem jurisdicional.

Estou certo de que os três grupos têm alguma razão em sua concepção. A riqueza do movimento sindical reside exatamente na diversidade de concepções do seu papel na sociedade.

De fato, se partirmos do mais imediato, a prestação de serviços atende às necessidades mais prementes de cada um(a) de nós; a luta por direitos e melhoria das condições de vida e trabalho se constitui, a médio prazo, uma solução mais permanente e eficaz para as demandas d@s trabalhador@s; mas tenho consciência de que muitas das mazelas d@s trabalhador@s advém de um sistema intrinsecamente injusto, concentrador de renda, excludente e que cultua a competição entre as pessoas.

O grande desafio de tod@s nós é a combinação das três esferas de ação, de modo a atender expectativas de curto, médio e longo prazos.

Restringir a atuação do movimento sindical a uma das três esferas é o grande equívoco das direções sindicais: nem sindicato “revolucionário”, nem “sindicato-escritório”, muito menos sindicato “de resultados”. Uma combinação equilibrada é o melhor caminho.

Todas as correntes sindicais, presentes no movimento dos trabalhadores, são chamadas a trabalhar dessa forma. E a capacidade e disposição das direções em manter o equilíbrio é o que garante a vitalidade dos sindicatos.

A pior forma de deturpação sindical é o personalismo. Um movimento sindical reunido em torno de uma pessoa tende a ser pernicioso para @s trabalhador@s, pelo simples fato de ter a preponderância de uma  visão apenas.

Por mais que nos esforcemos, temos a tendência de ver as coisas por um ângulo. Uns(umas) privilegiam um ângulo de visão, outr@s privilegiam outro. A garantia de equilíbrio é a forma coletiva, circular de direção. Visões diferentes dialogando e contribuindo para uma reflexão e ação mais completa.

Infelizmente, temos a tendência de excluir aquel@s que pensam diferente de nós. Precisamos nos convencer de que a posição pessoal de alguém não é necessariamente melhor ou pior, apenas diferente. Em um determinado ponto, essa pessoa pode ter razão, mas em outro pode estar bastante enganada.

Qual o critério para sabermos o caminho correto a seguir?

Proponho o sindicalismo holístico. Onde, por meio do diálogo, possamos construir o melhor caminho para @s trabalhador@s.

 

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