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As verdadeiras elites não vaiam nem xingam a presidente Dilma. Elas financiam a presidente Dilma...

Por Aldemario Araujo Castro, conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (pela OAB/DF), mestre em Direito, procurador da Fazenda Nacional, professor da Universidade Católica de Brasília

Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe

Sua Excelência, a Presidente Dilma Rousseff, foi xingada várias vezes na abertura da COPA DO MUNDO 2014. No evento da toda poderosa FIFA, realizado no dia 12 de junho de 2014, milhares de pessoas gritaram, três ou quatro vezes, a frase: "Ei, Dilma, vai tomar no c ...".

Não discuto, nesta brevíssima reflexão, se o uso de palavrões é adequado, educado ou coisa parecida (aliás, não uso palavrões no discurso formal escrito, formal falado ou coloquial). Ademais, identifico um misto de hipocrisia e falso moralismo numa suposta exigência, observada em vários setores da mídia tradicional, de "assepsia bucal" daquela multidão (majoritariamente de classe média).

Registro, apenas, que nossas verdadeiras elites socioeconômicas não estavam no Itaquerão (salvo um ou outro representante) e não vaiam ou xingam a Presidente Dilma. Pelo contrário, nossas elites socioeconômicas financiam a Presidente Dilma, seu partido e seu governo. As elites são as beneficiárias de uma sociedade construída e governada (inclusive pela Presidente Dilma Rousseff) com base na exclusão, na exploração, na discriminação e na opressão de milhões e milhões de brasileiros. São banqueiros, latifundiários, grandes empresários, magnatas dos conglomerados de mídia e "investidores" do mercado financeiro. 

Seguem algumas "provas" das considerações anteriores:

"Mais da metade das doações da campanha de Dilma vieram de 41 empresas

30/11/2010 - 23h13 - Débora Zampier - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A campanha da presidenta eleita Dilma Rousseff arrecadou R$ 148,8 milhões, sendo que mais da metade desse valor, R$ 88,39 milhões, vieram de um grupo de 41 empresas que doaram mais de R$ 1 milhão. Os três maiores doadores individuais foram JBS-Friboi (R$ 9 milhões), Camargo Corrêa (R$ 8,5 milhões) e Andrade Gutierrez (R$ 5,1 milhões).

O setor que teve mais doações milionárias foi o da construção e engenharia: R$ 37,35 milhões. Catorze empresas empresas doaram valores entre R$ 1 milhão e R$ 8,5 milhões. A agroindústria foi o segundo setor que mais teve doações milionárias: cinco empresas foram responsáveis por R$ 18,2 milhões da campanha de Dilma.

Oito empresas da área de metalurgia, siderurgia, mineração e produção de cimento doaram quantias que somaram R$ 12,2 milhões. Já no setor bancário, três instituições fizeram doações que totalizaram R$ 6,5 milhões: Itaú Unibanco (R$ 4 milhões), BTG (R$ 1,5 milhões) e Santander (R$ 1 milhão).

A prestação de contas do comitê financeiro mostra que a campanha de Dilma Rousseff arrecadou R$ 174.5 mil em doações pela internet por meio de cartão de crédito.

Segundo o demonstrativo de gastos da candidata e do comitê, as áreas onde mais se investiu dinheiro foram a produção de programas de rádio, TV e vídeo, publicidade de materiais impressos, publicidade em placas e transporte"

(http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2010-12-01/mais-da-metade-das-doacoes-da-campanha-de-dilma-vieram-de-41-empresas)

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"Dos R$ 79,8 milhões doados ao PT nacional em 2013, quase R$ 60 milhões –o equivalente a 75% do total veio de empresas construtoras.

Grupos como Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão figuram na lista de maiores patrocinadores da sigla por meio de doações ao diretório nacional do partido.

O pagamento é feito de maneiras diversas. Enquanto a Odebrecht fez apenas três doações no ano, sendo uma delas de R$ 4 milhões, a Galvão Engenharia contribuiu mensalmente com o partido. Foram 12 doações ao longo do ano, sendo 10 delas no valor de R$ 500 mil.

As contribuições de pessoas físicas somaram R$ 2.943 menos de 0,1% do total.

O padrão de participação das empreiteiras se mantém nos últimos anos em 2012 e 2011 também foram elas as maiores doadoras. A lista de doações também revela o quanto elas se concentram nas mãos de poucos grupos.

Os dez maiores doadores que, além de construtoras, incluem grupos como JBS-Friboi e Solví, da área de saneamento –somam quase R$ 70 milhões, ou 87% do total arrecadado pelo partido.

Doações de pessoas físicas e jurídicas são uma das fontes de financiamento dos partidos. O Fundo Partidário injeta outra parte dos recursos ao caixa das siglas em 2013, o PT recebeu R$ 47,3 milhões. As contribuições ao Diretório Nacional não se misturam com as doações eleitorais, que são contabilizadas separadamente.

Em 2012, por exemplo, o PT arrecadou, via Diretório Nacional, R$ 35,2 milhões em doações. Só a campanha de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo no mesmo ano obteve R$ 42 milhões."

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/05/1451098-construtoras-bancam-75-das-doacoes-ao-pt-em-2013.shtml)

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"BNDES da Dilma. Bolsa empresário custa R$ 20 bilhões anuais!

(...) Do total de recursos que o Tesouro Nacional passou para BNDES, de R$ 312 bilhões, gera anualmente subsídio aos empresários, até hoje, não tão definido quem paga a conta, de cerca de R$ 20 bilhões anuais. Curiosamente, o Bolsa Empresário tem o mesmo tamanho da soma de diversos programas assistenciais denominado de Bolsa Família, genericamente.

Do total de recursos que o Tesouro Nacional passou para BNDES, de R$ 312 bilhões, cerca de R$ 30 bilhões se referem aos empréstimos de solvência duvidosa, para empresas já nominadas acima. Estes empréstimos duvidosos com recursos do Bolsa Empresário, acabará virando no futuro próximo uma
espécie de esmola consentida para as empresas nominadas acima. Os próximos capítulos da história, confirmarão o que estou a dizer. Lembrando que tudo isto ocorre com o dinheiro do contribuinte, o meu, o seu e do povo.

Por estas e outras que os empresários ícones, não dão um pio sobre a política econômica (sic) dos presidentes Lula e Dilma. Eles, também, tanto quanto os beneficiários do Bolsa Miséria, são os mamadores de teta da vaquinha que com tanto carinho criamos, denominado de Brasil. E nem poderia deixar de ser os apoiadores porque eles são os eleitores de carteirinha da dupla Lula e Dilma.

Se Mandela fosse brasileiro, diria que tudo isto é um verdadeiro apartheid ! Os  ricos e poderosos tem tudo e o povo que paga a esta conta. Acorda, Brasil !

Resumindo, o tamanho do Bolsa Empresário é de R$ 20 bilhões, todos anos, faça sol, faça chuva!"

(http://ossamisakamori.blogspot.com.br/2013/08/bndes-da-dilma-bolsa-empresario-e-de-r.html)

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Em suma, e bem sumariamente, as nossas elites socioeconômicas financiam generosamente o governo instalado (da Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff e do PT/PMDB, como fizeram com os anteriores do PSDB/DEM) para lucrar gigantescamente com o serviço da dívida pública, com enormes margens de lucro, com bilionários financiamentos estatais, com generosos benefícios tributários, com a especulação financeira e imobiliária, com a corrupção e inúmeros outros mecanismos institucionais.

As elites brasileiras não xingam a Presidente Dilma, seu governo e seu partido. As elites brasileiras xingam o povo brasileiro. Afinal, o povo pode, mais cedo ou mais tarde, inverter essa ordem ...

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