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A vitória da verdade

Por Alexandre Mesquita - 10/09/12 

Se existe uma vitória a ser comemorada neste recente, e ainda inacabado, processo de reajuste dos servidores do Judiciário e do MPU é a dá prevalência da verdade. Vivemos uma briga fratricida dentro da nossa categoria quando se iniciou um trabalho de convencimento de que a solução para todos os problemas estaria na adoção de uma nova fórmula de remuneração para os servidores. Notadamente foi pregado para todos que a solução para o fim da baixa remuneração seria a adoção do subsídio.

E vimos essa solução mágica ganhar eco nos quatro cantos do país, vimos a formação de grupos de servidores pregando essa ideia nas assembleias de nossas entidades representativas, fazendo camisetas, divergindo ferozmente de quem ousava se contrapor a essa fantasia, maculando a imagem dos que ousavam levantar a voz contra. Vimos até nascer uma entidade associativa com o fim específico de lutar pela adoção da "solução mágica", vendida por um governo que sabe, como nenhum outro, esmagar as pretensões dos trabalhadores do serviço público, já que há pouco estava do outro lado da mesa, representando esta mesma categoria em seus pleitos salariais.

E a ideia foi vendida aos incautos, e muitos acreditaram piamente nela. E com isso imperou a cisão ao invés da união e com isso não foram os servidores os vitoriosos.

E de onde saiu a solução de todos os males? A quem mais interessava dividir a categoria, quem mais tinha interesse em negar ou adiar qualquer reajuste para os servidores do Judiciário e MPU? Lembrem das reuniões dos líderes do subsídio com os representantes do MPOG, que sempre redundavam na informação propalada amplamente em sites e panfletos de que o governo estava disposto a dar o aumento pleiteado, bastava mudar a forma de remuneração.

E não adiantaram os relatos dos outros servidores que hoje sofrem com essa forma de injusta de remuneração, e não adiantaram os alertas dos representantes dos servidores do Judiciário e MPU de que aquilo era uma manobra para “dividir e protelar”. Agora a verdade escancarada pelas negativas incisivas do governo aos pleitos de um Poder Judiciário combalido e também ao projeto solução do MPU, deixa claro que nunca houve intenção de realmente valorizar a remuneração do servidor, pois governo é, e sempre será, governo; patrão é, e sempre será, patrão, não importa a sigla que esteja por trás da faixa presidencial.

E mesmo hoje ainda há incautos. E mesmo hoje ainda se prega a "solução mágica" do governo. E mesmo hoje ainda há quem não se convence que o problema é, pura e simplesmente, de impacto orçamentário e não de modelo.

Porém a verdade começa a nos libertar, e com uma maior consciência da realidade das coisas, começamos a nos fortalecer novamente enquanto categoria.

*Alexandre Mesquita é coordenador Jurídico do Sindjus-DF.

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