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Trabalhadores saem às ruas por melhores condições de trabalho, mais investimento no serviço público, democratização da comunicação e reforma agrária

O dia 11 de julho movimentou trabalhadores de todo o Brasil, com manifestações que foram desde passeatas e protestos, chegando a bloqueios em estradas e paralisações em fábricas, agências bancárias, escolas e universidades, comércio, transportes e serviço púbico. Os manifestantes cobraram do governo, entre outras reivindicações, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a Educação, 10% do orçamento da União para a Saúde, transporte público e de qualidade, democratização da comunicação, valorização das aposentadorias, reforma agrária, suspensão dos leilões de petróleo e rejeição ao Projeto de Lei 4.330, que trata da terceirização.

No que diz respeito aos servidores do Judiciário Federal e do MPU, além de apoio às reivindicações gerais dos trabalhadores, a pauta da Fenajufe e dos sindicatos de sua base busca a antecipação das duas últimas parcelas da GAJ e Gampu (15,8%), a correção dos prejuízos nos padrões e o reenquadramento, o aumento dos valores repassados para a saúde, a garantia do pagamento dos passivos, direito de greve no serviço público, a garantia da data-base e a regulamentação da Convenção 151 da OIT (negociação coletiva) sem que seja confundida com o debate sobre direito de greve, além da luta contra o assedio moral.

Para dar continuidade à mobilização, a Fenajufe orienta os sindicatos a percorrerem os locais de trabalho e realizarem ato no dia 7 de agosto nos estados, com assembleia para deliberar sobre o indicativo de ato nacional no dia 14 de agosto em Brasília. Ainda no dia 7, os sindicatos devem enviar email para a Fenajufe com uma avaliação do ato e o resultado da assembleia, informando se a categoria é favorável ao ato nacional e qual a quantidade de pessoas dispostas a ir a Brasília no dia 14 de agosto. A Federação estará com plantão reforçado e, no final do dia 7, fará avaliação dos atos nos estados e do resultado das assembleias.

Na avaliação de Saulo Arcangeli, coordenador da Fenajufe, o dia 11 foi uma data muito importante para a classe trabalhadora. “Tivemos um processo de manifestações com greves, paralisações e fechamentos de rodovias em cerca de 17 estados e várias fabricas pararam, inclusive  montadoras de veículos no estado de São Paulo”. Ele ressaltou ainda a grande adesão dos servidores públicos, citando que houve paralisações no Judiciário e MPU. “Levamos uma pauta de exigências para o governo e o congresso nacional e agora eles sabem que podem haver outros momentos de paralisações e greves caso a pauta não seja respondida. A categoria já definiu um calendário de lutas e em agosto vamos voltar às ruas, com a perspectiva de um grande ato nacional no dia 14 em Brasília”, concluiu Saulo.

Na opinião do Roberto Ponciano, coordenador da Fenajufe, o balanço sobre as manifestações de ontem é muito positivo, pois contou com a participação de toda a classe trabalhadora, nas capitais e em várias cidades do interior do Brasil. “Vários escritórios do Incra em diversas cidades foram ocupados por trabalhadores exigindo a reforma agrária. No Rio de Janeiro, os petroleiros pararam uma grande parte das atividades na Petrobras e todas as agências bancárias e a maioria das escolas e faculdades particulares foram fechadas”, disse ele. Ponciano destacou que, “como era de se esperar, a mídia tentou desmerecer o ato porque foi organizada pelos trabalhadores, com plataforma e bandeiras. Além disso, o fato de uma das principais bandeiras das manifestações ser a luta pela democratização da mídia, também contribuiu para que a cobertura da mídia fugisse ainda mais da realidade.” Por exemplo, a Rede Globo escondeu as muitas manifestações contra a emissora nas portas da empresa em várias cidades, como foi o caso de Porto Alegre, onde foram espalhados 100 Kg de cocô de porco, e o de Salvador, onde o primeiro jornal da manhã não conseguiu ir ao ar.

Para Ramiro López, coordenador da Fenajufe, o dia de ontem foi importante no processo de retomada da luta dos trabalhadores através de suas entidades organizadas, sindicatos, federações e centrais. “Para nós do Judiciário e MPU marcou o início da caminhada em busca das nossas reivindicações que terão novos embates nos dias 7 e 14 de agosto, finalizou Ramiro.

Confira as participações de sindicatos da base da Fenajufe

Sintrajufe/RS - No RS, as manifestações começaram na madrugada. Trabalhadores de diversas categorias foram para as ruas paralisar empresas e garagens de ônibus. Os manifestantes também bloquearem 23 rodovias ao longo do dia. Marchas saíram de três pontos de Porto Alegre rumo ao Largo Glênio Peres, no Centro da cidade, onde, por volta das 16h, todas as caminhadas se encontraram. Foi realizado um grande ato político e unificado, com trabalhadores do campo e da cidade, movimentos sociais e estudantes. Os servidores do Judiciário Federal integraram-se à marcha que saiu da Rótula do Papa. Na frente do prédio do Grupo RBS, os manifestantes fizeram um protesto, denunciando o monopólio da mídia e cobrando a democratização dos meios de comunicação, além da taxação das grandes fortunas. Os servidores empunhavam bandeiras do Sintrajufe/RS e faixas com as pautas específicas da categoria e também reivindicações gerais da classe trabalhadora.

 

 

Sitraemg/MG - O Dia Nacional de Luta em Belo Horizonte começou logo pela manhã, com concentração na Praça 7, onde houve ato público conjunto com discursos inflamados de lideranças de centrais sindicais, sindicatos de servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, das três esferas da federação e dezenas de entidades dos movimentos estudantil e sociais. A Praça 7 foi completamente tomada pelo público - mais de 7 mil pessoas (segundo a Polícia Militar) -, além de bandeiras, faixas e cartazes com mensagens de denúncias, queixas, reivindicações e apelos relacionados ou direcionados aos governos estadual e federal, legislativos das duas esferas e ao próprio poder judiciário. Depois do ato público, os manifestantes seguiram em passeata, com paradas em prédios públicos para fazerem protestos, denúncias e reivindicações, finalizando a manifestação em frente ao prédio da Globo Minas.

 

 

 

 Sindjufe/BA - Os trabalhadores e estudantes fizeram uma grande passeata em Salvador, do Campo Grande até a Praça Municipal, onde participaram de uma audiência pública sobre mobilidade urbana. Em diversas vias de entrada da Cidade ocorreram bloqueios causando grandes congestionamentos. As bandeiras foram muitas, mas as principais cobravam 10% do PIB para a educação e o mesmo percentual para a saúde pública, o fim do fator previdenciário, o respeito ao direito de greve, reforma agrária, auditoria da dívida etc. Os servidores do Judiciário compareceram ao chamado do Sindjufe/BA e se uniram aos demais trabalhadores e estudantes levando as suas reivindicações por um serviço público gratuito e com qualidade, anulação da reforma da previdência, data-base para o servidor, redução da jornada e muitas outras. Em Feira de Santana e Vitória da Conquista também houve grande participação de rua com trabalhadores privados e públicos entoando palavras de ordem e muitas faixas em desaprovação à política econômica do Governo, corrupção, gastos com a Copa etc.

Sindiquinze/SP - Em Campinas, o Sindiquinze realizou Assembleia Geral Extraordinária, às 12h, em frente ao Fórum Trabalhista, onde os participantes ouviram as explicações do presidente Zé Aristéia sobre a pauta unificada da classe trabalhadora e a específica dos servidores do Poder Judiciário e MPU. Ao final da deliberação, eles aprovaram por maioria, que a Fenajufe dê seguimento aos trabalhos pela conquista de todos os itens da pauta específica da categoria. Além disso, também foi aprovada a participação de todos os servidores do TRT-15 no Ato promovido pelas centrais sindicais, às 17h, no Largo do Rosário em Campinas. No Ato, o Sindiquinze também esteve junto com os servidores públicos e a classe trabalhadora do setor privado, com total apoio aos itens da pauta unificada. A mobilização, que durou cerca de duas horas, reuniu aproximadamente 500 pessoas.

 

 

 

Sisejufe/RJ - Superlotando a avenida Rio Branco, no centro do Rio, trabalhadores e estudantes se dirigiam em passeata, após concentração na Praça da Candelária, com palavras de ordem por melhorias na saúde, na educação, no transporte público, na segurança, na moradia, pelo fim da corrupção, pelo fim do leilão do petróleo entre outros. O Sisejufe realizou em frente à Justiça Federal na Avenida Rio Branco um ato para mobilizar a categoria e os servidores uniram-se aos demais segmentos da classe trabalhadora no ato unificado, que contou com a participação de milhares de manifestantes de diversos segmentos da sociedade inclusive os aposentados do Sisejufe.



 

 


Sintrajufe/MA - O Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contou com a participação dos servidores do Judiciário Federal e do MPU em São Luís. Pela manhã, houve ato chamando a categoria a participar, com carro de som e faixa às portas do Fórum Trabalhista Astolfo Serra. À tarde, o movimento começou logo cedo na Justiça Federal, com dezenas de servidores reunindo-se e paralisando suas atividades no órgão, juntando-se aos protestos. Nas duas ocasiões, todos foram chamados a aderir ao ato unificado, com as centrais sindicais e movimentos sociais reunindo-se na Praça Deodoro, Centro de São Luís. Os servidores que atenderam ao chamado foram para a Praça Deodoro. A pauta das centrais sindicais e movimentos sociais incorpora reivindicações urgentes da sociedade, com reforma agrária, fim do fator previdenciário e dos leilões da entrega do petróleo brasileiro, valorização do serviço e do servidor públicos, saúde, educação e transporte públicos dignos e de qualidade, entre outros itens. Da Praça Deodoro, houve caminhada pela Avenida Beira-Mar, rumo ao Palácio dos Leões, sede do Governo Estadual, para entregar a pauta à governadora no que concerne à ação no âmbito estadual. Em vez de receber os movimentos sociais e os trabalhadores, Roseana Sarney trancou com a polícia e com grades todos os acessos à Praça Pedro II, onde fica o Palácio dos Leões. O ato terminou com os manifestantes indignados ante o desrespeito, truculência e autoritarismo mais uma vez demonstrados pelo Governo do Maranhão.

Sindjuf/PA-AP - Uma grande manifestação tomou conta da capital paraense, com a participação de diversas categorias do serviço público e da iniciativa privada. Durante a manhã, os trabalhadores se concentraram em frente à prefeitura para reivindicar melhorias na saúde, educação, transporte público e nas condições de trabalho de centenas de profissionais do município. Uma comissão formada por representantes das centrais sindicais se reuniu com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e entregou uma carta solicitando redução da tarifa de ônibus, passe livre aos estudantes e bilhete único. Após a reunião os trabalhadores seguiram pela Av. Portugal, Castilhos França, Presidente Vargas, indo até o Centro Integrado de Governo (CIG), na Avenida Nazaré. Ao final do ato os manifestantes realizaram concentração em frente ao CIG, onde a comissão representativa das centrais sindicais foi recebida pelo Secretário Especial de Estado de Proteção e Desenvolvimento Social, Sérgio Leão, e entregou a pauta de reivindicações da categoria. O Secretário, assim como o Prefeito Zenaldo Coutinho, deu prazo de 15 dias para analisar o documento com as reivindicações dos trabalhadores. O Sindjuf/PA-AP também participou do Dia Nacional de Luta em defesa da pauta geral tirada pelas centrais e também da pauta específica da Fenaufe.

Sintrajud/SP - O clima na cidade de São Paulo era de feriado. Ruas vazias, quase nenhum trânsito, lojas e agências bancárias fechadas. Convocado pelas centrais sindicais, o Dia Nacional de Lutas não teve uma greve geral, mas foi muito significativo, pois marcou a primeira participação dos trabalhadores na onda de protestos que varreu o país em junho. Na Av. Paulista, onde aconteceu o ato das centrais sindicais, houve várias críticas ao governo Dilma Rousseff (PT) e a sua política econômica. Depois, os manifestantes seguiram em passeata pela Rua da Consolação até a Praça Roosevelt. Embora com críticas a características do ato, a maioria dos servidores do Judiciário Federal que esteve na manifestação afirmou que foi só começo. Eles também observaram outro elemento positivo das manifestações: a pauta conjunta que está sendo construída, que pode ser um elemento de pressão sobre o governo federal e sua política de arrocho.

 

 

Sitraam/AM-RR - Em Manaus, cerca de 5.000 pessoas participaram do ato e perto de 40% da frota de ônibus do transporte público parou. No distrito industrial da Zona Franca de Manaus, os operários bloquearam vias de acesso às fábricas, o que provocou atrasos. O Sitraam participou da coordenação do movimento e o TRT 11 suspendeu o expediente em decorrência da decisão do sindicato de aderir a paralisação.

Sintrajusc/SC - Em Florianópolis, a concentração foi na Praça Tancredo Neves, na frente da Assembleia Legislativa, e a passeata percorreu o entorno da Praça 15, a Tenente Silveira, a Esteves Júnior, retornando depois ao Centro para encerrar no Ticen. Houve paradas na frente da Secretaria Estadual da Educação, dos Correios - na Praça 15 -, na sede da prefeitura na Tenente Silveira, na Secretaria Estadual da Saúde e no TRT-SC. Várias categorias de trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada participaram da passeata, assim como estudantes do Movimento Passe Livre. Servidores do Judiciário Federal estiveram na manifestação desde o início com faixas pela anulação da Reforma da Previdência e em protesto contra o sucateamento da Justiça do Trabalho e o projeto de congelamento salarial e pelo respeito ao Direito de Greve. Mesmo servidores que não participaram da passeata foram até as janelas e a entrada dos prédios do TRT-SC e do TRE, acenando para os trabalhadores. Houve boa participação de servidores da Justiça Eleitoral que, nas Greves recentes, deram exemplo de mobilização. Ao longo de toda a passeata houve policiamento ostensivo, provocando uma cena inédita que indignou os trabalhadores: uma fila cerrada de policiais de um lado a outro da entrada do TRT-SC. O fato irritou servidores do próprio Tribunal, que tiveram dificuldades de passar pela barreira policial. O TRT-SC já julgou dissídios de diversas categorias - muitas delas representadas por centenas de pessoas no prédio do Tribunal, como de metalúrgicos, motoristas e cobradores, portuários e mineiros - e nunca houve policiamento ostensivo como o verificado ontem.

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