fbpx

Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU termina com aprovação de Manifesto, Calendário de Lutas e Festa

O Final de semana em Brasília trouxe um colorido especial. No sábado (30) aconteceu o 3° Encontro Nacional  de Mulheres do Poder Judiciário da União, TJDFT e Ministério Público da União. O Encontro é uma realização da Fenajufe, aprovado no Congrejufe, em abril deste ano.

O evento contou com a participação de 60 mulheres e de 12 sindicatos filiados. Sindjufe/BA, Sindissétima/CE, Sindjus/DF, Sitraemg/MG, Sindjufe/MS, Sindjuf/PA-AP, Sintrajufe/PE, Sinjuspar/PR, Sisejufe/RJ, Sintrajufe / RS, Sintrajusc/SC, Sintrajud/SP.

O Encontro foi oportuno e de suma importância para reorganizar a luta das mulheres no momento em que o governo amplia a retirada de direitos a cada proposta de Reforma apresentada e que atinge principalmente as mulheres de forma desrespeitosa e violenta.

As coordenadoras Elcimara Souza, Juscileide Rondon  e Lucena Pacheco estiveram a frente da organização, que privilegiou a participação exclusiva de mulheres desde as trabalhadoras, passando por painelistas debatedoras até as artistas contratadas para as apresentações culturais. O formato agradou e fez a diferença.

Mas nem só cores e leveza permearam o encontro. Ao contrário. O evento foi um espaço de fala das mulheres que levou ao debate os problemas vivenciados por elas em suas várias realidades. Todas as formas de violência sofrida pelas mulheres foram destacadas nos debates.

Os relatos das participantes  emocionaram a plateia. Maria Ires, membro do Conselho Fiscal da Fenajufe e diretora do Sintrajud- SP, relatou caso de feminicídio ocorrido na família. Fernanda Lauria, diretora do Sisejufe- RJ, falou do  desconforto ao ser criticada por levar o filho em atividades sindicais, como se "lugar de mulher fosse em casa, cuidando dos filhos" e fez mea culpa ao afirmar que as mulheres deveriam lutar mais por seus direitos.

Na abertura a Secretária de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores  do DF (CUT-DF) Thaisa Magalhães falou da importância  do encontro para a organização das mulheres. Ressaltou os ataques do governo Bolsonaro que atinge em cheio as mulheres. Já a coordenadora Elcimara Souza, falou pela CSP–Conlutas e reafirmou a necessidade de unicidade na luta para desconstruir a política nefasta do governo num convite à todas para não desistir da luta e "não soltar a mão de ninguém".

O encontro trouxe também algumas particularidades. A maior delegação foi do Sisejufe/RJ, que enviou 12 mulheres que trouxeram cards e fotos de mulheres negras de lutas e referência nacional e mundial.  O Sindjuf-PAAP, enviou a mais antiga militante  de movimentos   sindicais. Dona Maria Adélia Mercês participou ativamente do início ao fim das atividades demonstrando um vigor único aos noventa e três anos de idade. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud/SP, foi representado por dez mulheres. Já O Sintrajufe–RS, levou pela primeira vez uma diretora transexual aos debates dando o tom da diversidade ao Encontro.

Ao final dos debates foi feito Grupos de Trabalho e apresentado propostas que foram encaminhadas para a Diretoria Executiva da Fenajufe, que deve avaliar na próxima reunião, dia 6 de dezembro.

As mulheres participantes foram unânimes em parabenizar a organização do Encontro e assumiram mais uma vez o compromisso de continuarem na luta com unicidade, garra e coragem. Medo é palavra morta para todas!

Para finalizar com chave de ouro, as participantes foram agraciadas com um coquetel e muita música boa.  A cantora e compositora negra multi -instrumentista e arte-educadora Lis Martins apresentou-se e pôs todas para dançar até a meia noite.  Momento em que depois de tanto debate duro, a ordem era bailar.

No Encontro também foi aprovado um Manifesto (acesse AQUI) e o Calendário de Lutas, assim definido:

2 a 6/12/2019 – Semana de agitação e panfletagem na contra a MP 905, as PECs 186, 187 e 188 e o Pacote de ajustes do Guedes.

12/02/2020 - Atividade no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.

8/3/2020 - Reforçar o dia 8 de março, dia internacional das mulheres.

18/03/2020 – Indicativo de dia nacional de paralisação, mobilização, protestos e greves.

Indicativo às centrais sindicais a necessidade de discussão da realização de uma greve geral no país.

Não ao pacotão de Bolsonaro/Guedes que quer destruir os serviços públicos!

Pela vida das mulheres! Basta de violência machista e feminicídio!

Basta de racismo e genocídio da população negra, pobre e periférica!

Basta de lesbofobia, bifobia e transfobia! Criminalização da LGBTfobia já!

Pela revogação da EC 95, reforma da previdência e reforma trabalhista!

Por emprego e salário igual! Por creches públicas, gratuitas e de qualidade!

Contra a censura, pela cultura e pelo estado democrático de direito!

 

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe (texto e fotos)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pin It

afju fja fndc