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Servidores federais e estaduais fazem grande ato público em Porto Alegre por data-base e valorização

Nesta quarta-feira, Porto Alegre foi uma cidade marcada por mobilizações. Servidores federais fizeram uma caminhada da Receita Federal até o Palácio Piratini, onde se uniram aos estaduais para a realização de ato público. Em frente ao TRT, trabalhadores da CEEE em greve trancaram uma das pistas da Avenida Praia de Belas, em uma vigília para acompanhar a audiência de conciliação. Essas várias mobilizações mostram que os trabalhadores estão cansados do descaso. Ocupam as ruas para mostrar que não aceitam mais as velhas desculpas e exigem valorização.

Para o Judiciário Federal do Rio Grande do Sul, seguindo calendário da Fenajufe e o aprovado na assembleia do dia 5, hoje foi dia de paralisação e mobilização rumo à construção da greve. Os colegas se concentraram, no início da tarde, na primeira instância da Justiça Federal, com presença das justiças Federal, do Trabalho e Eleitoral. A atividade mostrou o crescimento da mobilização no TRF e no Anexo da Eleitoral, com o crescimento da participação de colegas desses prédios.

Na Receita Federal, estavam concentrados os trabalhadores das universidades federais, em greve desde o dia 17 de março, além das categorias da saúde e previdência e de vários órgãos do Executivo. A secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do RS, que representa os trabalhadores do Serpro, Vera Guasso, e a vereadora Fernanda Melchionna (Psol) estiveram presentes para levar o apoio à luta dos servidores.

Ato unificado

Unidos em caminhada pelo Centro da cidade, os servidores fizeram uma parada em frente ao TRE Duque, conclamando os colegas a descerem, e também em frente à Justiça Militar. Depois, seguiram rumo à Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, onde, com trabalhadores da educação, do Ministério Público, do Judiciário e de vários órgãos do Executivo estadual, foi realizado um grande ato público unificado.

A coordenadora da Assufrgs, Bernadete Menezes, falou que os servidores federais, estaduais e municipais, diferentemente dos trabalhadores da iniciativa privada, não têm respeitado o direito constitucional à revisão anual de salários. “Queremos reajuste para nossos salários, mas também mais verbas para os serviços públicos”, afirmou.

Joel Soares, do Sindisprev, falou da importância de os servidores unificarem suas lutas, independentemente de serem da esfera federal, estadual ou municipal.

O que se vive no país, hoje, é uma política de ataque à classe trabalhadora, afirmou o diretor do Sindicato dos Servidores Federais no RS (Sindiserf) e da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Marizar Melo. “Entendemos que a luta da classe trabalhadora só vencerá se for unificada”, disse ele. “Queremos data-base, direito de greve e política salarial”, concluiu.

Os servidores estaduais, em suas intervenções, lembraram que o governador Tarso Genro (PT) descumpre a lei ao não pagar o piso dos professores, que ele mesmo criou quando ministro da Educação. Eles falaram do excesso de estagiários e cargos em comissão, do desrespeito aos servidores concursados, das péssimas condições de trabalho e do sucateamento de vários órgãos. Denunciaram, ainda, o desmonte do Instituto de Previdência do Estado (IPE) e manifestaram-se contra sua privatização.

“Este é um dia histórico, com mobilizações acontecendo em diversas categorias”, disse o diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira. A unidade é importante porque os servidores, nas três esferas, estão enfrentando problemas similares, com salários arrochados e retirada de direitos, afirmou ele. O dirigente lembrou que o governo que não paga o piso dos professores estaduais é do mesmo partido, o PT, da presidente Dilma, que afirma não ter dinheiro para os servidores e o serviço público, mas que gasta R$ 30 bilhões com a Copa do Mundo e quase R$ 1 trilhão com o pagamento da dívida pública. “Houve quem duvidasse da unidade dos servidores federais. Nossa categoria mostrou hoje que ela não apenas é possível entre os federais, mas inclusive entre o conjunto do funcionalismo público. Sabemos que pode existir luta sem vitória; mas nossa certeza é de que não há vitória sem luta. Estamos aqui hoje para dizer que iremos lutar, em unidade, por nossa valorização”, afirmou Cristiano.

O ato público foi mais um passo na caminhada da mobilização. Diante do cenário de arrocho salarial, com perdas de 37% no Judiciário, assim como para barrar a PEC 59 (que cria o Estatuto do Judiciário) e as propostas de carreiras exclusivas para os tribunais superiores, será necessário intensificar o processo, rumo à greve. Vem pra luta!

Fonte: Sintrajufe/RS (por Rosane Vargas, com fotos de Cristiano Moreira, Leandro Dóro e Rosane Vargas)

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