fbpx

Greve é suspensa no RS; mantido estado de greve, com apagões e atos públicos

Em assembleia geral estadual agora à tarde, nas varas trabalhistas, os servidores do Judiciário Federal do RS aprovaram a suspensão da greve, conforme indicativo do Comando Estadual de Greve, que se reuniu pela manhã, mantendo-se o estado de greve e já apontando a realização de apagões nos dias 24 de setembro e 8 de outubro 10.

Nos informes no início da assembleia, a direção do sindicato lembrou que, após o ato do dia 10, em frente ao STF, a assembleia geral, no dia seguinte, aprovou a continuidade da greve e a divulgação de carta aberta aos demais estados, com um chamamento para a manutenção da greve nacional. A categoria empenhou-se ao máximo e fez todos os esforços pela construção da mobilização nacional, inclusive com a distribuição de panfletos e convencimento junto aos colegas do Distrito Federal em assembleia no dia 10, quando se garantiu a realização do ato público em frente ao STF, até então ameaçado pela proposta de cancelamento. Entretanto, após as assembleias nos estados na quinta e sexta-feira passadas, restaram na greve, além do RS, apenas os estados de MG e MT, que hoje realizavam assembleias de avaliação (durante a tarde, MG e MT também aprovaram a suspensão da greve).

Foi relatado, ainda, o resultado da rodada estadual de assembleias de base. Conforme as atas enviadas ao sindicato, votaram pela continuidade da greve seis unidades de trabalho (JT Torres, JT Caxias, JT São Jerônimo, JT Santa Maria, JT Cachoeira do Sul, JT Santa Vitória do Palmar). Pela suspensão da greve, deliberaram 14 locais de trabalho (JT Porto Alegre, JF Porto Alegre, JE/Anexo, TRE/Duque, JT Santana do Livramento, JT Ijuí, JT Pelotas, JT Santa Rosa, JT Taquara, JT Rio Grande, JT São Borja, JT São Leopoldo, JT Santa Cruz do Sul, JF Novo Hamburgo).

A avaliação da maioria dos colegas que se manifestaram é que o Rio Grande do Sul fez uma grande mobilização e a categoria está de parabéns. Em algumas intervenções, foi destacado que o RS protagonizou o único ato público de cobrança a Dilma, em sua vinda ao estado, para pressionar e denunciar o corte do orçamento do Judiciário e as perdas salariais dos servidores.

Durante a defesa de propostas de encaminhamentos, aqueles que defenderam a continuidade da greve alegaram que a categoria ainda não obteve conquistas concretas e que, por isso, não havia justificativa para cessar o movimento. Segundo eles, nos últimos oito anos, os servidores apenas acumulam perdas e há não compromisso formal do governo Dilma que garanta que não haverá mais defasagem salarial.

Os colegas que defenderam a suspensão da greve enfatizaram que isso não significa o fim da mobilização por reposição salarial. No entanto, afirmaram que é preciso considerar que a maioria das assembleias de base realizadas no estado aprovou a suspensão da greve, além da saída dos demais estados, o que inviabiliza a manutenção da greve nacional para pressionar governo e STF, apesar de todos os esforços da categoria no RS. Os colegas destacaram os avanços do movimento, como o envio do PL 7.920/14 ao Congresso pelo presidente do STF, o qual, em seu discurso de posse, foi obrigado a defender a valorização dos servidores. Além disso, em nosso estado, a mobilização alcançou manifestações públicas de todas as administrações em defesa da reposição salarial. A categoria seguirá na luta, mobilizada, denunciando o governo, que não cumpre a Constituição e arrocha salários, e o STF, que não busca uma efetiva negociação que efetive a reposição salarial, afirmaram os colegas.

Realizada a votação, por maioria, decidiu-se pela suspensão da greve e pela manutenção do estado de greve, com realização de apagões e paralisações de 24 horas nos dias 24 de setembro, com ato em frente ao Anexo/JE, bem como no dia 8 de outubro, com ato em frente ao TRT. Votaram pela suspensão da greve 64 colegas; pela manutenção, 43; e 20 abstiveram-se.

Campanha de denúncia da defasagem salarial

A assembleia geral aprovou, por ampla maioria, que o Sintrajufe/RS faça uma campanha de denúncia pública do arrocho salarial imposto pelo governo Dilma à categoria, além do corte do orçamento do Judiciário, violando a autonomia dos Poderes. Serão distribuídos em vários pontos outdoors com os dizeres “Dilma mente: desrespeita a autonomia do Judiciário e corta a reposição dos servidores. 50% de perdas é uma vergonha!”, conforme a imagem apresentada aos presentes durante a assembleia.

Também foi aprovado que o sindicato afixe, nos prédios do Judiciário Federal de Porto Alegre, faixas com a imagem do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, e a frase “Basta de enrolação: negocie a reposição dos servidores!”.

Fonte: Sintrajufe/RS, por Rosane Vargas, com fotos de Alexandre Haubrich

Pin It

afju fja fndc