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Índios Guarani de São Vicente reagem

Índios da aldeia Paraná puã de São Vicente realizam ato de resistência contra sentença que quer expulsa-los de suas terras no bairro do Japui 

Ato público dos índios Guarani de São Vicente será realizado no dia 22/01 (sexta-feira), às 15h, com concentração na Ponte Pênsil e caminhada pela Orla da praia e Centro da cidade, onde será denunciado o ataque feito pela Justiça e a farsa da comemoração do aniversário de 484 anos da cidade, que homenageia os invasores portugueses e quer expulsar os seus habitantes ancestrais 

Os índios Guarani M'bya da Aldeia Paraná puã, localizada no bairro do Japui (praia lateral à Ponte Pênsil), em São Vicente, cidade mais antiga do país, realizam ato público nesta próxima sexta feira, 22/01, com concentração a partir das 15 horas na Ponte Pênsil e caminhada pela Biquinha, orla da cidade, passagem pelo Centro e retorno à Praça da Biquinha, onde o ato será finalizado. 

O Ato de resistência indígena será realizado para protestar contra o ataque da Justiça Federal de São Vicente, que através de sentença proferida pela juíza Anita Villani, da 1ª Vara no dia 18/12/2015, na Ação Civil Publica nº  2004.61.04001218-4, atendeu pedido do governo Alckmin/Marcio França e determinou o desmonte da Aldeia Parana puã e a expulsão dos índios Guarani das terras onde estão instalados no Japui, sob o pífio argumento de tratar-se de área de proteção ambiental, argumento comumente utilizado pelo governador Alckmin para tentar expulsar os índios das várias aldeias que ainda resistem no estado de São Paulo, após mais de 416 de ataques, genocídio e desrespeito aos povos originários que aqui habitavam antes da chegada do invasor português. 

No ato desta sexta-feira, estarão presentes lideranças, mulheres, crianças e anciões da Aldeia Parana puã, que contarão com a presença e apoio dos caciques e membros das Aldeias Rio Silveiras, de Bertioga, Tekoa Mirim, da Praia Grande, Itaoca e Aguapeu, de Mongagua, além das diversas aldeias do litoral Sul e da capital, todos devidamente pintados e paramentados com seus cocares, arcos, flechas, maracas e com espirito de xondaros (guerreiros), pra cobrar respeito aos povos indígenas ancestrais, demarcação e homologação de suas terras originárias, condições dignas de vida e o fim  dos ataques à suas vidas, tradições e cultura. 

Como o ato será realizado no dia do aniversário de 484 anos de São Vicente, cidade mais antiga do país, que não preserva sua história nem suas construções históricas e abstrai da existência e tradições dos povos indígenas que ali habitavam desde muitos séculos antes da chegada do invasor português, no decorrer do ato, além de denunciar os ataques às suas terras e modo de vida, será contada a história na versão dos índios e realizada a dança dos xondaros (guerreiros) e feita apresentação do grupo de canto com as rezas e  tradições milenares Guarani, que resistem e vão continuar a lutar, após mais de 516 anos de imposição da cultura de ataques e extermínio dos colonizadores. 

Já houve recursos da sentença e os Guarani da Aldeia Parana puã vão continuar  a lutar por todos os modos pra garantir a demarcação de suas terras e condições dignas de vida, pois habitam em moradias precárias na Aldeia e as crianças têm aulas em salas mofadas que eram celas de adolescentes no prédio abandonado da antiga Febem, que funcionava no local, conforme mostram as fotos.

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