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No DF, grevistas fazem ato no STF e cobram que Ayres Britto negocie com Dilma avanço na contraproposta

Sindicatos

Manifestação conta com a participação de mais de mil servidores, de vários órgãos do Judiciário e do MPU

Perto de completar 30 dias de greve por tempo indeterminado, servidores do Judiciário e do MPU do Distrito Federal voltaram nesta terça-feira (28) à porta do Supremo Tribunal Federal (STF) para mais um ato importante da greve pelos PCSs. Desta vez, mais de mil servidores de todos os órgãos do Judiciário e do Ministério Público, que participaram do ato promovido pelo Sindjus-DF, cobraram que o ministro Ayres Britto tente negociar com a presidenta Dilma Rousseff avanço na contraproposta apresentada à categoria na semana passada. Os servidores do DF e dos demais estados, também em greve pela aprovação dos PLs 6613/09 e 6697/09, em assembleias promovidas pelos sindicatos rejeitaram o índice de reajuste de 15,8%, parcelado em três anos (2013, 2014 e 2015).

O ato de hoje contou com várias performances dos servidores e também com a apresentação de uma dupla de repentistas, que fez paródias contextualizando o difícil momento vivido pelos servidores do Judiciário Federal e do MPU, há seis anos sem reajuste. Um grupo de servidores grevistas apresentou uma peça, cujos personagens eram o servidor, a Justiça, o reajuste salarial e a presidenta Dilma. No diálogo com o servidor, que questionava a política de congelamento salarial do governo e também o desrespeito do Executivo à autonomia dos poderes, “Dilma” dizia: “não adianta vaiar, senão eu mando cortar o ponto de vocês”, fazendo referência às medidas adotadas recentemente determinando o corte de pontos de grevistas de várias categorias do funcionalismo.

O coordenador da Fenajufe Zé Oliveira, que participou do ato dos colegas do DF, fez uma saudação afirmando a importância das manifestações promovidas em Brasília, desde o início da greve em 1º de agosto, por mostrar ao governo e às cúpulas do Judiciário e do MPU a disposição dos servidores em permanecerem na luta até que o projeto de revisão salarial seja aprovado. Ele também falou da greve em nível nacional, que atinge 14 estados, além do Distrito Federal. “A greve está crescendo a cada dia e é importante que ela cresça ainda mais, para podermos pressionar o governo a melhorar a contraproposta de revisão salarial. Não temos acordo com os 15,8% e vamos manter a categoria na rua para cobrar do governo Dilma uma proposta que atenda às nossas reivindicações”, afirmou Zé Oliveira. O coordenador da Fenajufe também falou do ato nacional na próxima quinta-feira (31), em frente ao STJ, em defesa dos PCSs e do direito de greve dos servidores. “Vamos, na quinta, exigir respeito ao nosso direito de greve”, finalizou.

Cledo Vieira, coordenador da Fenajufe e do Sindjus-DF, avalia como positivo o ato de hoje dos servidores do DF, que novamente mostrou a força do movimento grevista do Judiciário Federal e do MPU. “Viemos nesse ato cobrar que o ministro Ayres Britto cumpra o que prometeu em reunião com a Fenajufe e vá ao Palácio do Planalto, uma vez que a categoria rejeitou a contraproposta do governo. O Executivo não pode impor ao Judiciário uma proposta que tira a autonomia do Poder, ao alterar o que o próprio STF encaminhou ao Congresso Nacional”, questionou Cledo.

Para Jean Loiola, também coordenador da Fenajufe e do Sindjus-DF, somente a greve é que terá condições de pressionar o Palácio do Planalto o suficiente para que ele apresente uma nova contraproposta. Por isso, segundo ele, o movimento deve crescer nos próximos dias. “A greve do Distrito Federal conta com uma boa participação de servidores de todos os setores do Judiciário e do MPU. Agora, com a adesão de novos estados em nível nacional, temos chances de ampliar a nossa greve para pressionar por um acordo favorável aos PCSs. E o nosso desafio é garantir isso esta semana, antes do governo enviar a proposta final da LOA ao Congresso”, ressalta Jean.

Nesta quarta-feira (29), o Sindjus-DF promoverá assembleia geral, às 16h, no STF.

Da Fenajufe – Leonor Costa

Fotos: Joana Darc Melo/Fenajufe