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Manifestantes em Mato Grosso ignoram divergências partidárias e lutam juntos contra ataques do Governo

SINDIJUFE-MT
Luiz Perlato 

Os protestos da população contra a onda de ataques aos direitos dos trabalhadores não foram destaque nas páginas de jornais e nem nos canais de televisão de Mato Grosso, mas o boicote da mídia não impediu o sucesso da iniciativa popular, que mobilizou 5 mil pessoas. A  insatisfação contra a reforma da Previdência e outros projetos polêmicos do Governo Temer tomou as ruas de Cuiabá e outras cidades do Estado.

As manifestações em Mato Grosso tiveram a participação do SINDIJUFE-MT e CSP-CONLUTAS junto com todas as Centrais e dezenas de Sindicatos e Movimentos Sociais.Estiveram presentes a diretora do SINDIJUFE-MT Júlia Viñe, o diretor Pedro Aparecido de Souza, os diretores eleitos Jamila, Eliane e Rodrigo Carvalho e vários Trabalhadores do Judiciário Federal.

"Foi um dia histórico, e consideradas as devidas proporções com outras capitais do Brasil, a adesão ao movimento em Cuiabá chegou a ser até surpreendente", declarou Rodrigo Carvalho,  acrescentando que, na avaliação dele, este foi o maior ato público que já aconteceu em Mato Grosso desde o início dessas reformas propostas pelo Governo.

A multidão atrapalhou o trânsito e chamou a atenção. O trânsito foi afetado em todo o centro da cidade, bem no final da tarde, no vai-e-vem das pessoas e veículos apressados. A concentração começou por volta das 15 horas na Praça Ipiranga e seguiu em passeata pelas principais vias da capital. E os trabalhadores do interior do Estado também foram às ruas para protestar, a exemplo do que aconteceu em Rondonópolis, Tangará da Serra, Cáceres e Juína.

Servidores da saúde, educação, servidores estaduais, federais e trabalhadores que não eram do funcionalismo público aderiram à marcha. E um detalhe interessante foi que muitas pessoas que passavam pela rua no momento da manifestação aderiram aos protestos, numa demonstração de que a insatisfação é generalizada, e que para as adesões acontecerem basta um pequeno empurrão.

Além da reforma da previdência, o movimento tinha bandeiras como o “Fora Temer”, contra a reforma do ensino médio e demandas de cada categoria. Estiveram no movimento 32 sindicatos de servidores do Estado e todas as centrais sindicais.

Nas palavras da Servidora do Judiciário Federal Eliane Rodrigues, dada a importância da matéria o número de manifestantes não foi tão expressivo. "Todos os brasileiros tinham que estar nas ruas, todos. É uma calamidade retirarem um direito adquirido com tanto esforço. Um retrocesso sem precedentes, estamos voltando à idade média”, observou ela.

Rodrigo Carvalho complementou as declarações da colega e também disse que para extinguir os projetos de reforma trabalhista e da Previdência será necessária uma mobilização muito maior. "Por enquanto os projetos estão na fase de avaliação nas Comissões da Câmara e do Senado, mas quando eles foram para votação deveremos exibir todo o nosso potencial de mobilização para impedir a aprovação", disse ele.

Para Eliane, é hora de unir forças e tolerar as diferenças em prol da nossa aposentadoria."Não importa qual partido a pessoa defenda ou ataque. O direito à aposentadoria não escolhe partido e nem grupo social ou político. Todos seremos vítimas desse ataque. Não podemos aceitar a penalização dos trabalhadores por causa de rombo fictício. A Previdência é um patrimônio dos trabalhadores, e não do governo", salientou.

Mas o "Dia Nacional de Paralisação", promovido por centrais sindicais e movimentos sociais, já teve esta união de forças mencionadas por Eliane. Segundo os organizadores do evento cerca de 30 categorias de trabalhadores estiveram reunidas na Capital mato-grossense.

A paralisação foi organizada por várias entidades sindicais, centrais e confederações. Outros atos devem ocorrer no decorrer dos dias e até a votação no Congresso Nacional, no sentido de barrar o projeto.

De acordo com a diretora do SINDIJUFE-MT, Júlia Viñe, a ausência dos principais veículos de comunicação da capital mato-grossense na cobertura da marcha foi um fato lamentável. Mas ela considerou que o evento superou as expectativas e mostrou muitos avanços.

"Acredito que esta foi uma manifestação verdadeiramente de consciência política. Foi uma manifestação bastante intensa e eu fiquei impressionada de ver a participação de muitos professores, alunos e funcionários públicos de várias Categorias e entidades. Pela primeira vez eu vi que o que aconteceu não foi uma manifestação partidária. Manifestantes de todas as vertentes se uniram num mesmo ato, e precisaremos muito dessa mobilização conjunta para alcançarmos os nossos objetivos", concluiu.




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