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Decepcionados, servidores de Minas decidem pela suspensão da paralisação e declaram “estado de greve”

Sindicatos

Sitraemg-MG e servidores irão criar um plano de lutas em defesa da data-base; por uma política de reajuste salarial anual; pela redução de apenas duas parcelas do reajuste salarial; e pela criação de um abaixo-assinado ao presidente do STF, frente à submissão ao Executivo

Frente à intransigência do governo federal em negociar com os servidores do Judiciário Federal o reajuste da categoria que se arrasta há pelo menos seis anos, e com o surgimento do PL 4363/12, do Supremo Tribunal Federal (STF), imposto à categoria, cuja previsão orçamentária foi incluída na proposta final da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2013, enviada no último dia 30, pelo Ministério do Planejamento ao Congresso Nacional, servidores do Judiciário em Minas, reunidos nesta terça-feira (04), em assembleia geral extraordinária (AGE), em frente ao prédio da Justiça Federal, em Belo Horizonte, por unanimidade, decidiram pela suspensão da greve e declararam pelo “estado de greve”.

Na avaliação do Sitraemg-MG, o sentimento entre os servidores nesta tarde, que contou com a presença de uma servidora da Vara Trabalhista de Ouro Preto, foi de “vitória”, salientado, porém, por muitos, a falta de negociação com a categoria a cerca do reajuste salarial. Lúcia Bernardes de Freitas, coordenadora-geral do Sitraemg-MG, teceu críticas ao surgimento instantâneo da contraproposta feita pelo STF e o “fim” do PL 6613/096, sem ter, antes, ouvido a categoria. “Vamos continuar lutando por melhorias para o Judiciário”, afirmou Lúcia. Também estiveram presente no ato público, os coordenadores Hebe-Del Kader, José Francisco Rodrigues e Débora Melo Mansur.

Ao microfone, alguns servidores parabenizaram a todos que participaram do movimento e que contribuíram para esse desfecho. “Perdemos a luta, mas não a batalha”, disse Nestor Santiago, servidor da Justiça Federal e membro do Comando de Greve em Minas, acrescentando que a categoria não “aceitou” a proposta e que continuarão na luta. Em sua manifestação, Nestor sugeriu pela criação de um abaixo-assinado pela categoria, direcionado ao presidente do STF, dizendo que não aceita a postura de submissão ao Executivo. “Dadas às condições apresentadas, não foi uma proposta de todo ruim. Acredito que Ayres Britto foi sensível ao pleito”, disse Antônio Carlos Ferreira, o Ovo, servidor do TRT, finalizando que, sempre que for preciso, estará na luta.

Célio Isidoro, servidor do TRT e ex-dirigente do sindicato, frisou a importância do momento. “Saímos vitoriosos, frente ao governo Dilma, e acredito que o Judiciário não pode caminhar sozinho, por isso devemos construir a unidade dos três poderes”.

Gilvane Moreira Silva, também servidor do TRT, fez uma pequena retrospectiva em relação aos três últimos PCS’s, salientando as dificuldades e peculiaridades de cada um. O servidor registrou, ainda, o crescimento do movimento com adesão dos servidores de cada órgão do Judiciário. Gilvane sugeriu que seja pleiteado o parcelamento do reajuste da categoria para apenas duas parcelas, 2013 e 2014. Essa sugestão também foi defendida pela servidora da Justiça Federal Vilma Maria dos Santos.

Fernando Neves, servidor do TRE e também ex-dirigente sindical, destacou a ausência da categoria frente à proposta do STF e disse que a sugestão de reajuste oferecida pelo Supremo não contou com a participação dos servidores em sua elaboração. “Estamos precários e devemos fortalecer o sindicato e a Federação”, concluiu. Walter Sales, servidor do TRT, parabenizou a diretoria sindical pela insistência na mobilização e falou do sentimento de tristeza que teve ao percorrer os prédios do Tribunal, chamando os colegas para o movimento grevista. Segundo ele, em alguns casos, não deram atenção e até viraram as costas. Em sua fala, Walter sugeriu por uma política de reajuste salarial anual.

Fonte: Sitraemg-MG

Foto: Erinei Lima/Sitraemg-MG