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Em entrevistas, novas presidentes do TST e do TRT4 apresentam visões distintas sobre reforma trabalhista e direitos dos trabalhadores


Duas entrevistas publicadas nos nesta semana deixaram claras visões diferentes na cúpula do judiciário trabalhista. Na última sexta-feira, 13, quando tomou posse a nova presidente do TRT4, desembargadora Carmen Gonzalez, o site Espaço Vital publicou uma entrevista na qual a magistrada aponta retrocessos causados pela reforma trabalhista. Já nesta segunda, 16, o jornal Folha de S. Paulo traz entrevista com a nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, que deve ampliar a preocupação dos trabalhadores: para ela, a reforma trabalhista foi importante, mas ainda é insuficiente.

"Reforma trabalhista suprimiu direitos"

A entrevista da desembargadora Carmen Gonzalez ao site Espaço Vital demonstra que a presidente do TRT4 tem algumas das mesmas preocupações dos trabalhadores no que se refere à reforma trabalhista. Em uma das respostas, ela lembra que, ao contrário do que prometiam os defensores da reforma, esta não gerou mais empregos - "o que gera emprego é o crescimento econômico e não o barateamento da mão de obra", disse. Carmen Gonzalez defendeu que "não houve vantagem para os trabalhadores" e que, ao contrário, a reforma "suprimiu direitos, e criou a sucumbência, inclusive para o beneficiário da Justiça Gratuita, o que causa perplexidade".

Por outro lado, a desembargadora apontou como principal desafio de sua gestão "contornar o corte orçamentário imposto à Justiça do Trabalho, reduzido em 25% nas despesas discricionárias em relação aos valores de 2019". O entendimento que o Sintrajufe/RS tem expresso às administrações dos tribunais do Rio Grande do Sul é a necessidade um enfrentamento conjunto, de servidores, magistrados e administrações, aos efeitos da emenda constitucional 95 e das demais medidas que vêm sendo implementadas ou propostas de ataque ao serviço público. Esse entendimento será levado pelo sindicato à nova presidente do TRT4 na primeira reunião com a nova gestão, que deve ser solicitada ainda antes do recesso.

A diretora do Sintrajufe/RS Arlene Barcellos representou o sindicato na posse da nova presidente, na sexta-feira, 13. O também diretor do Sintrajufe/RS Ramiro López representou a Fenajufe. Os diretores Walter Oliveira e Paulo Guadagnin também estiveram presentes.

CLT "precisa de muita atualização ainda"

Perspectiva totalmente diferente sobre a reforma trabalhista foi apresentada pela nova presidente do TST, desembargadora Maria Cristina Peduzzi. Para ela, a CLT ainda "precisa de muita atualização" e a reforma trabalhista foi "tímida". Peduzzi ainda mostrou-se simpática às mudanças que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes está propondo: "Presumo que essa nova proposição deverá tentar corrigir algumas questões que estão se identificando como inadequadas, vai aperfeiçoar o que foi feito", declarou, antes de defender a medida provisória do "EMPREGO VERDE E AMARELO" como algo que "quis estimular a empregabilidade".

As declarações de Peduzzi deixam clara sua afinidade com o projeto de desmonte da legislação trabalhista que vem sendo implementado desde o governo de Michel Temer (MDB) e que é aprofundado por Bolsonaro e Guedes. 

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