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Os prejuízos das reformas do trabalho e da previdência na vida das mulheres

Os prejuízos das reformas do trabalho e da previdência na vida das mulheres

Tema permeou o encerramento do circuito anual de lives da Federação nesta semana

Na última terça-feira (02), a Federação encerrou o circuito de debates virtuais com temática feminina. O evento organizado anualmente pela Federação acontece durante o mês de março em alusão ao dia das mulheres celebrado em todo o mundo.

Neste ano para finalizar os debates virtuais, a Federação promoveu a discussão sobre as dificuldades trazidas pelas reformas trabalhista e da previdência para a vida das mulheres. Entre as mais prejudicadas, as negras lideram por serem, historicamente, detentoras das menores oportunidades.   

Como uma das mediadoras, a coordenadora Luciana Carneiro afirmou ser impossível fazer o debate com recorte de gênero sem discutir a questão racial. A dirigente afirmou que todos os dados e falas nos levam à questão racial. “A mulher negra sofre em todos os aspectos sociais”.

O disparate da questão foi evidenciado nas manifestações de cada uma das palestrantes. A diretora técnica adjunta do Departamento de Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Patrícia Toledo Pelatieri apresentou dados que comprovam a fragilidade das mulheres no mercado de trabalho.

As desigualdades de gênero e raça impactam negativamente a inserção das mulheres no mercado laboral, especialmente quando consideramos a sobrecarga de tarefas, a falta de acesso às creches para mães com filhos pequenos, por exemplo, e a subutilização da mão de obra feminina.

Em sua apresentação, a palestrante demonstrou que além do volume de mulheres inseridas no mercado ser menor que o dos homens, é também o mais precarizado. No caso das mulheres negras, que recebem os menores salários, elas figuram também no maior número da informalidade e do desemprego. Confira: 

Para a secretária nacional de políticas sociais e direitos humanos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Jandyra Uehara Alves, tudo descende dos impactos do neoliberalismo na vida das mulheres porque afetaram diretamente os movimentos sociais e sindicais, impedindo a luta organizada. Segundo ela, “o neoliberalismo atua de forma perversa no desmonte dos direitos já conquistados pela classe trabalhadora”.

Para ela, as desigualdades e opressões são partes estruturantes do sistema de exploração. Ela concluiu dizendo que "é preciso “derrotar o neofascismo e o neoliberalismo e que isso só é possível com a luta organizada do conjunto da classe trabalhadora em toda sua diversidade".

Acompanhe: Jandyra

Após, Paula Meniconi lembrou que o fascismo foi evidenciado nos últimos anos com a retirada de direitos adquiridos, precarização de serviços, menosprezo pelas mulheres, aumento da misoginia e outras mazelas que marcaram o governo de Jair Bolsonaro.  

Meniconi relembrou o período da ditadura e seus efeitos que ainda reverberam na sociedade atual. Para que a luta por justiça, memória e pela garantia de que tais eventos não se repitam é fundamental dizer “NÃO” à anistia. Citando Simone de Beauvoir, que deixou a seguinte frase registrada na história “Basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”, Paula reforçou que “é importante que estejamos sempre vigilantes, atentas e que permaneçamos unidas para defender nossos direitos e apoiar umas às outras”.

A co-deputada estadual pelo (Psol), Karina Correia ressaltou a importância e a urgência das questões abordadas especialmente sobre a realidade das mulheres negras e periféricas. A parlamentar reafirmou que tanto a reforma trabalhista quanto a da previdência afetaram de sobremaneira a vida das mulheres não brancas. Essas mudanças incidiram desproporcionalmente e de forma nefasta na vida delas, tornando a situação ainda mais grave.

Karina questionou incisiva: "onde estão as mulheres negras?  ou de onde saíram as mulheres negras?" Ela lembrou que mulheres pretas estão nas filas ou dentro dos presídios, nas periferias e em subempregos e que a situação de vulnerabilidade na qual vivem, dificulta o debate sobre o contexto das reformas porque elas têm a sobrevivência como prioridade.

Para finalizar, a palestrante reforçou que as mulheres negras estão condicionadas nas estruturas de manipulação das igrejas evangélicas e que é preciso conscientização política para mudar isso e vaticina: Como defender direitos de quem nunca teve?

Acompanhe:

As lives podem ser revistas a qualquer momento no canal do youtube da Federação. 

Acesse na íntegra AQUI.


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Joana Darc Melo

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