RELATÓRIO
Local: Hotel Beira Rio Belém - Pará
Data:
03, 04 e 05 de novembro de 2000
ENTIDADES
|
DELEGADOS
|
OBSERVADORES
|
SINJUFEGO/GO
|
02
|
00
|
SINDJUS/DF
|
13
|
00
|
SINDJUFE/MT
|
05
|
00
|
SINJUTRA/PR
|
06
|
02
|
SITRAEMG/MG
|
11
|
05
|
SINTRAJUD/SP
|
14
|
00
|
SISEJUFE/RJ
|
03
|
00
|
SINTRAJUSC/SC
|
06
|
00
|
SINPOJUFES/ES
|
01
|
00
|
SINDJERS/RS
|
03
|
00
|
SINTRAJUFE/RS
|
11
|
03
|
SINJE/CE
|
02
|
00
|
SINTRAJUF/PE
|
06
|
00
|
SINTRAJUFE/MA
|
05
|
01
|
SINDJUFE/PI
|
02
|
00
|
SINDJUF-PA/AP
|
06
|
03
|
SINTRAB/BA
|
05
|
00
|
FENAJUFE
|
03
|
02
|
TOTAL
|
104
|
16
|
TOTAL DE
DELEGADOS
|
104
|
TOTAL DE
OBSERVADORES
|
16
|
TOTAL DE
CONVIDADOS
|
14
|
TOTAL DE
PARTICIPANTES
|
134
|
PAUTA:
1.
Aprovação do Regimento Interno e Alteração da
Denominação da Fenajufe
2.
Conjuntura
3.
Plano de Lutas
4.
Moções
1 Regimento Interno da
VIII Plenária Nacional da Fenajufe
CAPÍTULO I
Dos objetivos da Plenária
Nacional (Ordinária)
Art. 1º - A 8ª Plenária
Nacional (Ordinária ) da FENAJUFE tem como objetivos:
a) Debater e deliberar sobre os temas em Pauta a ser
aprovada pelos delegados(as) à
Plenária, conforme proposta já encaminhada aos
sindicatos filiados;
b) Debater e deliberar sobre outros assuntos que
sejam de sua competência, conforme previsto nos Estatutos da
Federação;
Capítulo
II
Da realização e
Organização da Plenária
Art. 2º - A 8ª Plenária Nacional (Ordinária) da FENAJUFE
será realizada nos dias 03, 04 e 05 de novembro de 2000, no
Hotel Beira Rio - Localizado na Av. Bernardo Sayão, bairro do
Guamá Belém-PA - Telefone: (091)249-7111- FAX (91
)249-7808.
Art. 3º - A organização da 8ª Plenária Nacional (Ordinária)
está sob responsabilidade da Diretoria Executiva da FENAJUFE.
Capítulo III
Dos Participantes e do
Quorum
Art. 4º - Participam da 8ª Plenária Nacional (Ordinária),
de acordo com os Estatutos da FENAJUFE:
a) Cada entidade filiada à FENAJUFE tem o direito
de ser representada na Plenária Nacional por um delegado(a) de
sua diretoria, desde que esta convoque Assembléia Geral para
eleição de Delegados(as) de Base.
b) O número de Delegados(as) de Base à Plenária
Nacional (Ordinária) que as entidades filiadas poderão eleger,
respeitando o critério de proporcionalidade quando houver mais
de uma chapa concorrente, obedecerá à seguinte proporção:
até
250 sindicalizados na base
1 (um) delegado(a);
de
251 a 500 sindicalizados na base
2 (dois) delegados(as);
de
501 a 750 sindicalizados na base
3 (três) delegados(as);
de
751 a 1000 sindicalizados na base
4 (quatro) delegados(as);
Acima de 1000 sindicalizados, a entidade terá direito a
4 (quatro) delegados(as) mais 1 delegado para cada 500
(quinhentos) sindicalizados na base ou fração que ultrapassar
os 1000 iniciais.
c) O quorum da Assembléia Geral para escolha de
Delegados(as) à Plenária Nacional (Extraordinária) deverá
ser de 3 (três) vezes o número de delegados(as) a que tenha
direito cada uma das entidades filiadas.
d) O quorum mínimo de presença nas Assembléias
Gerais que elegerão os Delegados(as) de Base será de 30%
(trinta por cento) da presença exigida para eleger o total de
Delegados(as).
Parágrafo Único: Poderão ser eleitos Observadores(as) à Plenária
Nacional (Ordinária), apenas com direito a voz, no máximo 50%
(cinqüenta por cento) dos
Delegados(as) a que tem direito a entidade filiada.
Art. 5º - As deliberações da Plenária Nacional (Ordinária)
serão adotadas por maioria simples dos votos dos delegados(as)
presentes.
CAPÍTULO IV
Das Inscrições e
Credenciamento
Art. 6º - Os Delegados(as) participantes da 8ª Plenária
Nacional (Ordinária) da FENAJUFE deverão ser credenciados
junto à organização, mediante
apresentação de cópia da Ata da Assembléia que os elegeu e
da respectiva lista de presença, bem como o documento de
identidade ou funcional, com o pagamento de taxa de inscrição
de R$ 20,00 (vinte reais) por delegado(a) e observador(a);
Art.
7º - O credenciamento dos Delegados(as) previamente inscritos
terá início no dia 03/11/2000 às 08:00hs no local de realização
da Plenária, encerrando-se às 18:00hs. do mesmo dia.
Parágrafo Único: Cada Delegado(a) ou Observador(a) é responsável
pela guarda do material contido nas pastas, e não haverá, em
nenhuma hipótese, reposição do cartão de votação.
CAPÍTULO V
Do Temário da 8ª Plenária
Nacional (Ordinária) da FENAJUFE
Art. 8º - O Temário da 8ª Plenária Nacional (Ordinária)
é o seguinte:
1.
Aprovação
do Regimento Interno e Alteração da denominação da Fenajufe
2.
Conjuntura
3.
Plano de
Lutas
4.
Moções
CAPÍTULO VI
Do Funcionamento da 8ª
Plenária Nacional (Ordinária) da FENAJUFE
Art. 9º - A 8ª Plenária Nacional (Ordinária) está
composta pelos seguintes órgãos:
a) Plenária dos Delegados(as) e Observadores(as)
b) Mesas Diretoras dos Trabalhos
c) Diretoria Executiva da FENAJUFE
Art. 10º - A Diretoria Executiva da FENAJUFE reunir-se-á
durante a Plenária sempre que necessário para encaminhar as
atividades de coordenação da Plenária.
Art. 11º - A Diretoria Executiva é a responsável imediata
por todas as medidas necessárias à realização e coordenação
da 8ª Plenária Nacional (Ordinária).
Art. 12º - O
programa da 8ª Plenária Nacional (Ordinária) da FENAJUFE é o
seguinte:
Até
31/10 Envio dos nomes dos delegados e observadores a
FENAJUFE (para pré-credenciamento)
Dia 03/11
Sexta-feira
08:00h Início do credenciamento no local da
Plenária
09:00h Abertura da Plenária
10:00h Mesa redonda sobre Movimento Sindical
Internacional
13:00h Intervalo
15:00h Conjuntura e Sindicalismo na América Latina
18:00h Encerramento do credenciamento
18:30h Encerramento do 1º dia
Dia 04/11 - Sábado
09:00h Aprovação do Regimento Interno e
alteração da denominação da Fenajufe
09:30 Plano de Lutas
12:30h Intervalo
14:00h Plano de Lutas
19:00h - Encerramento
Dia 05/11 Domingo
09:00h Plenária Final
14:30h Encerramento
Art.13
As Plenárias terão uma Mesa Diretora dos
Trabalhos cujos nomes serão indicados pela Comissão
Organizadora e aprovados pelo Plenário, composta por um
presidente, um secretário e dois relatores.
Parágrafo Único:
A Plenária dos Delegados é a instância máxima
de deliberação da 8ª Plenária Nacional Ordinária da
FENAJUFE.
Art. 14º
Na abertura de cada tema, a Mesa Diretora dos
Trabalhos pedirá ao Plenário que sejam apresentadas as teses
existentes para discussão, satisfeita a exigência de que cópias
dos respectivos textos tenham sido distribuídas a todos os
participantes da 8ª Plenária Nacional (Ordinária).
Art. 15º -
Os signatários ou defensores das Teses e Relatório
dos grupos deverão apresentar-se para defendê-los, podendo
utilizar o tempo máximo de 10 (dez) minutos para a exposição.
Parágrafo Único:
A critério da Mesa e com aprovação do Plenário,
o tempo de apresentação poderá
ser acrescido igualmente para todas as Teses e Relatórios.
Art. 16º -
As teses apresentadas serão confrontadas com a
tese-base da Executiva através de votação, ficando o texto
mais votado a ser submetido às emendas apresentadas em Plenário.
Art. 17º -
As emendas deverão ser apresentadas por escrito
por qualquer Delgado(a), devendo o mesmo inscrever-se
previamente mediante a apresentação do crachá
à Mesa.
Parágrafo Primeiro:
As emendas poderão ser substitutivas, supressivas
ou aditivas;
Parágrafo Segundo:
Será concedida uma defesa de três minutos em
favor da emenda apresentada e outra de três minutos em favor do
texto-base;
Parágrafo Terceiro:
Quando houver mais de uma emenda sobre o mesmo
ponto, serão concedidos três minutos a cada uma das emendas e
ao texto base;
Parágrafo Quarto:
A critério da Mesa e com aprovação do Plenário,
as emendas poderão ter mais de uma defesa a favor e contra.
Art. 18º -
As votações dar-se-ão da seguinte forma:
a) Cada Delegado(a) terá direito a um voto;
b) Não serão aceitas questões de ordem,
esclarecimentos ou encaminhamentos durante o regime de votação;
c) As votações serão feitas mediante o
levantamento dos cartões de votações dos delegados (as);
d) Havendo dúvida de qual proposta foi vencedora,
por contraste do levantamento dos cartões de voto, a Mesa poderá
repetir a votação e, persistindo a dúvida, a Mesa realizará
a contagem nominal dos votos.
Art. 19º -
As questões de ordem serão decididas pela Mesa e
pelo Plenário, e devem dizer respeito exclusivamente à ordem
dos trabalhos e da pauta.
Art. 20º -
As moções a serem apresentadas por escrito pelos
delegados, serão submetidas ao Plenário após a apreciação
do tema em debate, antes do encerramento da Plenária.
Parágrafo Único:
As Moções deverão ser apresentadas até às
12:00h do último dia da Plenária Nacional (Ordinária).
CAPÍTULO VII
Das Disposições Finais
Art. 21º - Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria
Executiva, com aprovação do Plenário.
a) Recursos
Credenciamento: Foram apresentados dois (02) recursos. O primeiro
do Sinjuntra-PR contra o não credenciamento como observador de
Ozéas Gonçalves de Jesus . O
segundo apresentado por Almir de Souza - Sisejufe-RJ contra o
credenciamento como delegados de Acácio Henrique Aguiar, Davi
Baptista Cordeiro e Lindomar de Oliveira Rodrigues.
Recurso do Sinjutra-PR: A direção da Fenajufe esclareceu que Ozéas não
foi credenciado como observador porque seu nome não constava na
ata da assembléia do sindicato que elegeu os delegados e
observadores da entidade. Após esclarecimento da direção da
Fenajufe e defesa do recurso por parte do sindicato, o
Sinjutra-PR retirou o referido recurso.
Recurso de Almir de
Souza do Sisejufe-RJ: A direção
da Fenajufe esclareceu a questão do Sisejufe/RJ e informou que
a posição da diretoria da federação foi pelo credenciamento,
pois o sindicato apresentou a documentação exigida para eleição
e credenciamento de delegados à VIII Plenária (ata, lista de
presença e edital de convocação). Em seguida Almir de Souza
fez a defesa do recurso contra o credenciamento e Davi Batista
fez a defesa do credenciamento. Após as defesas e
esclarecimentos da direção da Fenajufe, o recurso foi colocado
em votação. Por ampla maioria, os delegados à VIII Plenária
rejeitaram o recurso e mantiveram o credenciamento de Acácio
Henrique Aguiar, Davi Baptista Cordeiro e Lindomar de Oliveira
Rodrigues como delegados do Rio
de Janeiro.
Alteração da Denominação
da Fenajufe
A direção da Fenajufe esclareceu que o III
Congresso Nacional da entidade aprovou que a 8º Plenária
Nacional procedesse à alteração da denominação da Fenajufe,
conforme disposto no art. 18, "I" do estatuto da
entidade. Em seguida foi apresentada e defendida a proposta de
alteração da denominação da Fenajufe de "Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores do Judiciário
Federal e Ministério Público da União" para "Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério
Público da União". Colocada em votação, a proposta
de alteração da denominação da Fenajufe foi aprovada pelo
plenário, com cinco (05) abstenções. Dessa forma, a partir de
agora a Fenajufe passa a denominar-se Federação
Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério
Público da União.
2 - Conjuntura
A Crise do Capital
1.
O mundo capitalista observa um contínuo declínio das
atividades econômicas há mais de três décadas. Encerrando os
chamados trinta anos gloriosos em meados dos anos setenta,
a economia capitalista global mergulhou numa séria crise de
superprodução de capital, da qual ainda não logrou superar.
Mesmo verificando-se alguns períodos de expansão, o quadro
característico é de crise econômica, com queda constante das
atividades produtivas. Nessas três décadas, têm-se constatado
ciclos de crescimento combinado com depressões de magnitude
relevante. Em 1997, houve um pico de crise. Em seguida, pequenos
ciclos de expansão. Hoje, novo declínio econômico. Nesse vai
e vem da economia, predominam as conjunturas de depressão e
crise.
2.
As causas desse fenômeno estão no interior do próprio modelo.
Segundo as leis de desenvolvimento do modo de produção
capitalista, periodicamente há um descompasso entre a produção
e a realização (venda) dessa produção. Isso gera as chamadas
crises de superprodução ou sobre acumulação de capital que
jogam as economias em crise geral e global. As economias
capitalistas centrais permanecem em contextos de crise, exceto
os EUA, não conseguindo superar a desproporção entre produção
e venda de capital. As taxas de crescimento seguem muito baixas,
quando não negativas, gerando estagnação, desinvestimentos,
queda da atividade econômica e desemprego entre milhões de
trabalhadores.
3.
Contrariando essa tendência, encontra-se a economia
norte-americana que apresenta importantes taxas de crescimento.
Produtor de aproximadamente um quinto da produção econômica
mundial, os EUA vêm conseguindo, segundo dados da OCDE, manter
taxas de crescimento de 4,8% nos últimos doze meses. Nos últimos
anos, a economia de ponta do capitalismo cresceu de forma
constante e que recorre à poupança mundial para financiar o maior déficit o
mundo, de cerca de 5 trilhões de dólares ao ano.
4.
Entretanto,
alguns sinais revelam um certo esgotamento do ciclo ascendente.
O sinal vermelho abriu em vários momentos e abalos já
atingiram a economia dos EUA. A chamada nova economia,
baseada nas empresas de informática e internet, sofreu um
brusco movimento de recuo há alguns meses atrás, tendo
desabado o índice Nasdaq. O medo tomou conta do mercado,
abalada pela vulnerabilidade da dita nova economia e pelos próprios
princípios do capitalismo, que sofreu abalos na velha
economia com a notícia de que o desemprego houvera descido a
4%. O medo de que o governo americano retirasse o consumo
provocou pânico nos rentistas. Pela
tabela 01 percebe-se o movimento descendente da atividade econômica
nas principais economias do globo.
Tabela
01
Taxas de Crescimento
|
G7
|
EUA
|
Alemanha
|
Japão
|
Dez/99
|
5,6
|
4,1
|
6,1
|
7,5
|
Jan/00
|
5,8
|
4,5
|
7,0
|
7,5
|
Fev/00
|
5,4
|
3,9
|
7,6
|
6,7
|
Mar/00
|
4,8
|
3,1
|
8,5
|
5,8
|
Abr/00
|
4,5
|
2,8
|
7,9
|
5,5
|
Mai/00
|
4,3
|
2,8
|
8,1
|
5,8
|
Jun/00
|
4,8
|
4,1
|
6,3
|
nd
|
Fonte: OCDE agosto 2000
5.
Esse quadro de crise, típico da atual fase monopolista
do capital, provoca uma deterioração acentuada das condições
de vida da classe trabalhadora. O desemprego atinge percentuais
sem precedentes, jogando na miséria milhões de trabalhadores.
Segundo dados da ONU, o desemprego mundial atinge um bilhão de
pessoas. A degeneração social abrange parcelas cada vez
maiores da humanidade. Mesmo nos países ditos desenvolvidos, a
situação de pobreza e miséria atinge parcelas expressivas da
população. Tal quadro revela a comprovação, num patamar
acentuado, da Lei Geral da Acumulação Capitalista,
categoria formulada por Marx cuja principal conclusão sustenta
que o desenvolvimento do capitalismo e conseqüente crescimento
da acumulação geram, de um lado, a concentração de riquezas
para a burguesia, e, de outro, o aumento da exploração e miséria
dos trabalhadores.
6.
A atual
etapa monopolista do capital apresenta outras características
fundamentais. Uma é a centralização do capital através de
fusões e expropriações de grandes empresas por outras grandes
empresas. Pelos dados da Securities Data em 1999 o volume de
recursos envolvendo fusões e aquisições somaram cerca de US$
2, 3 trilhões. Essas fusões e aquisições são acompanhadas
de dezenas de milhares de perdas de emprego, de imediato (eufemísticamente
chamada de enxugamento da máquina). Fenômeno
com ocorrência cada vez mais freqüente e de grandes implicações
econômicas, sociais e políticas, a centralização de capital
e resultante domínio dos mercados mundiais por um número
reduzido de grandes corporações é a marca registrada do último
século do capitalismo. Para se ter uma dimensão dessa
realidade basta dizer que as 500 maiores empresas do planeta detém
o controle de 75% da produção. Nada mais distante de um
suposto modelo de novo liberalismo que dominaria o mundo
capitalista.
7.
Outras
características essenciais são as políticas para reverter o
declínio das taxas de lucro e superprodução de capital.
Genericamente chamadas de neoliberais, as políticas do
capital monopolista avançam em duas principais direções. Uma
é a redefinição do papel dos estados nacionais, seu
enxugamento nas áreas sociais e retirada dos segmentos
produtivos. Os objetivos são claros: abrir novos espaços para
valorização do capital privado, via ocupação das áreas
antes controladas pelo estado. Além disso, visam redirecionar o
grosso dos recursos e investimentos públicos para o capital
monopolista. Em segundo lugar, a efetivação de um conjunto de
medidas para elevar o lucro capitalista e incrementar a apropriação
de excedentes. Qualidade total, terceirização, banco de horas,
mudanças organizacionais, reestruturação produtiva,
flexibilização dos direitos trabalhistas, entre outras, são
exemplos de políticas para tentar reverter o ciclo de estagnação
e crise.
8.
A
esfera rentista do capital permanece em franco processo de
expansão. Fruto inicialmente da fusão do capital industrial
com o capital bancário, gerando o capital financeiro, o capital
especulativo constitui também uma das principais características
das economias globalizadas. A dimensão rentista do
capital assume crescente relevo e movimenta valores astronômicos.
Segundo estimativas do BIS o movimento diário no mercado
financeiro internacional chega a US$ 2,5 trilhões, boa parte
sem intermediação do SFI e dos Bancos Centrais.
9.
Essa
gigantesca orgia especulativa tem como motor principal as transações
com os títulos das dívidas públicas. Nesse particular, os
ganhos rentistas com esses títulos alimentam-se com o crescente
endividamento público e elevadas taxas de juros praticadas em
grande escala, particularmente nos países mais endividados. É
um círculo vicioso: dívida pública - lançamento de títulos
para pagar a dívida - juros altos para tornar atrativo o título
juros altos provocam mais dívida pública novos lançamentos
de título etc, numa ciranda interminável.
10.
A
exacerbação da esfera rentista-especulativa tem gerado distorções
no mercado financeiro. Uma das principais são os valores das
empresas com ações negociadas em bolsas. Como as grandes
empresas operam nos vários circuitos de valorização (produção,
mercado financeiro, vendas, etc.), as massas de capitais são
exponenciais. Com a valorização dos títulos e outras
mercadorias financeiras, as negociações em bolsas são também
de imensa magnitude. Ocorre que pela especulação e/ou pelos
mecanismos de valorização fictícios, os valores das empresas,
nas bolsas, muitas vezes ficam completamente descolados de seu
real patrimônio. As empresas de informática são os maiores
exemplos dessa situação.
Etapa
Monopolista Acirra Beligerância do Imperialismo
11.
A fase
monopolista do capital é também a fase de extrema virulência
da burguesia imperialista. A necessidade de novos nichos
para investimento de valores acumulados e exploração de força
de trabalho leva os governos, principalmente dos países de
capitalismo avançado, a adotarem medidas de intervenção e
violência contra qualquer país que não se submeta fielmente
aos seus ditames. O G7 capitaneado pelos EUA, maior potência
imperialista, virou polícia do mundo, pronto com seus
cães de guerra para intervir em qualquer lugar ou
conflito, a fim de resguardar os interesses dos monopólios. O
Iraque, a Iugoslávia, o Afeganistão, entre outros, foram vítimas
da sanha imperialista através de bombardeios e outros ataques.
A ONU cada vez mais revela sua suja face de instrumento do
capital, atuando na defesa dos interesses da burguesia mundial.
12.
O
odioso bloqueio norte-americano contra Cuba persiste e já dura
39 anos. Ainda assim e mesmo com todos os desvios observados no
regime de Fidel, grande parcela da população apóia o governo
e mantém-se firme na defesa das conquistas da revolução. Na
Colômbia, observa-se um recrudescimento da luta guerrilheira, o
que motivou o imperialismo americano a formular o Plano Colômbia.
Elaborado com o pretexto de combater o narcotráfico, em verdade
o Plano visa estabelecer um mecanismo de controle político,
econômico e militar dos EUA sobre a América Latina com a
internacionalização da guerra, para a qual estão sendo
enviadas forças brasileiras. Ao mesmo tempo, destruir o
movimento guerrilheiro do país.
13.
Um foco
recente de tensão está se desenrolando no Oriente Médio.
Revoltados com os mais de 50 anos de agressão sionista e com a
inércia da AP (Autoridade Palestina), os palestinos
desencadearam mais uma onda de protestos populares pelo
estabelecimento de um Estado independente e autônomo. O governo
sionista de Israel, braço do imperialismo norte-americano na
região, respondeu com a mais infame violência contra a população,
tendo assassinado mais de 140 pessoas em 30 dias de revolta.
Enquanto os palestinos seguem sua luta heróica pela independência
e continuam sendo massacrados pelas balas sionistas, a maioria
dos países árabes, dominados por oligarquias corruptas e
sanguinárias, rende-se ao imperialismo e não efetivam uma política
de confronto contra o governo israelense.
A Resistência dos
Trabalhadores
14.
A classe
trabalhadora internacional vem aumentando sua resistência à
implementação das medidas da burguesia monopolista. Inúmeras
mobilizações vêm acontecendo em todo o mundo contra a
retirada de direitos e elevação da exploração capitalista.
Nos países desenvolvidos, os sinais da crise são cada vez mais
presentes na vida dos trabalhadores e estes estão rompendo com
as direções sindicais conciliadoras e empreendendo importantes
ações de resistência.
15.
Importantes
mobilizações aconteceram na Europa, como o protesto de
caminhoneiros belgas, ingleses, alemães e holandeses que
paralisaram estes países. Nos EUA, os trabalhadores da Verizon,
maior empresa de telecomunicações do país, fizeram greve
contra a política de superexploração imposta pela empresa e
da qual só saíram quando suas reivindicações foram
atendidas. Além dessas, outras grandes mobilizações
ocorreram, indicando que a luta de classes pode estar se
aproximando de um novo e promissor patamar.
16.
Nesse
quadro, ganham relevo as manifestações que vem atormentando os
burocratas e técnicos da burguesia internacional. A primeira
foi em Seattle (EUA) quando manifestações de protestos contra
a conferência da OMC transformaram aquela cidade em praça de
guerra. Mais recentemente nova onda de protesto sacudiu Praga,
capital da República Tcheca, onde milhares de pessoas
questionaram as políticas de fome e arrocho efetivadas pelo FMI
e Banco Mundial. Tais protestos, ocorrendo nas regiões mais prósperas
do mundo capitalista indicam que as contradições no seio do
sistema se acirram e que os trabalhadores desses países saem do
quadro de inércia e retomam suas mais combativas tradições de
luta.
17.
Na América
Latina o clima de revolta é patente e os trabalhadores estão
indo para ofensiva. Este ano, grandes mobilizações acontecerem
em países como Bolívia, Equador, Peru e Argentina, com greves,
enfrentamentos de rua, levantes populares e camponeses etc,
demonstrando a indignação e disposição de luta da classe
trabalhadora contra a política genocida do grande capital e do
FMI. O modelo econômico vigente apresenta um quadro de desgaste
cada vez mais profundo, ao mesmo tempo em que cresce a contestação
de amplos segmentos da classe trabalhadora internacional,
extenuada pela superexploração a que está submetida.
Brasil: Projeto do
Capital Amplia Barbárie Social e Enfrenta Resistência Popular
18.
No Brasil, a
conjuntura não é diferente. A burguesia monopolista e seu
capataz de plantão FHC efetivam uma política de retirada de
direitos e espoliação crescente dos trabalhadores. A fim de
resguardar os interesses do capital monopolista nacional e
internacional, FHC dá continuidade aos planos de ajuste e
medidas econômicas de caráter excludente.
19.
Os
indicadores sociais agravam-se acentuadamente. A inflação
permanece, com índice anual de 9,26% segundo o ICV-Dieese. O
desemprego (estrutural e conjuntural) assola contingente
significativo da população e segue em curva ascendente (ver
tabela 02). Os indicadores sociais pioram de forma permanente,
com a violência e miséria alcançando níveis insuportáveis,
mergulhando o país num quadro de barbárie social. Segundo a
FAO-ONU existem 16 milhões de famintos no país.
Tabela
02
Taxa de Desemprego
|
Grande
São Paulo
|
Brasil
|
1995
|
13,2
|
5,2
|
1996
|
15,1
|
5,2
|
1997
|
16,0
|
5,6
|
1998
|
18,2
|
7,7
|
1999
|
19,3
|
7,4
|
Fonte: Dieese/Seade - IBGE
20. Para
atender aos ditames do FMI/capital internacional e nacional, os
verdadeiros formuladores das políticas do governo brasileiro,
FHC avança contra as conquistas da classe trabalhadora,
promovendo uma forte deterioração das condições de vida do
povo. Pretende flexibilizar o artigo 7ª da Constituição,
acabando com férias, 13ª salário, FGTS e outros direitos históricos.
Tudo em nome da saúde e do sagrado lucro dos capitalistas.
21. No
serviço público a situação é de completo descalabro. Os
servidores são demonizados e apontados como um dos principais
vilões da crise. Seus direitos também são retirados e a
perspectiva é de demissão em massa do funcionalismo. Com a
desculpa de sanar o déficit público, FHC promove um verdadeiro
massacre contra a categoria, arrochando salários de uma maneira
nunca vista. A privatização segue a passos largos, bem como o
processo de destruição dos serviços sociais do estado. O
processo de readequação do estado brasileiro aos interesses
dos monopólios continua avançando, com as reformas em curso
acelerado. Os orçamentos de educação e saúde reduzem-se a
cada ano, ao mesmo tempo em que o pagamento da dívida pública
açambarca grande parte do orçamento estatal.
22. Nesse
particular, a questão do endividamento público merece uma análise
mais acurada. A cada ano, os dispêndios com o serviço da dívida
abocanham parcelas crescentes do orçamento público. Neste ano,
vão ser destinados em torno de R$ 143 bilhões com os Encargos
Financeiros da União EFU, quatro vezes o que governo vai
gastar com a folha líquida dos servidores. São R$ 78,1 bilhões
para juros e R$ 65,2 bilhões para amortização. A cada hora,
gasta-se R$ 16 milhões com a dívida pública. Nunca o capital
rentista-parasitário instalado nesse país ganhou tanto com a
orgia financeira.
23. O
governo FHC é marcado pela mais desregrada corrupção. Dos
mais baixos aos mais altos escalões do governo, existem denúncias
de negociatas e práticas ilícitas. As ligações do governo
FHC com o juiz Nicolau dos Santos, ex-presidente do TRT-SP,
ainda não foram devidamente esclarecidas. As manobras do
ex-secretário Eduardo Jorge arquitetadas dentro do Palácio do
Planalto, revelam um mar de lama e corrupção com origem
muito próxima à FHC e ramificações nas mais diversas instâncias
do governo e da sociedade.
24.
As tentativas de criação de CPIs para apurar as
irregularidades do alto escalão ainda não prosperaram. O
Congresso Nacional amplamente dominado pela base governista e de
nítido perfil espúrio e clientelista, obstruiu as tentativas
de levar à frente uma investigação sobre as irregularidades.
A degeneração moral e social, típicas das sociedades
dominadas pelo capital, assume dimensões assustadoras, criando
um caldo de cultura favorável a toda sorte de corrupção,
roubalheiras e violências.
É
Preciso Ampliar a Luta dos Trabalhadores
25. Indignada com esse quadro de miséria
social e política, a população dá claras demonstrações de
contestação ao projeto dominante. O aumento das mobilizações
populares e, particularmente, os resultados da recente eleição
municipal sinalizam um desgaste acentuado de FHC e seu projeto. Com a vitória da oposição em 29 das
62 maiores cidades do país, entre elas, importantes capitais
como Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e a maior, São Paulo,
a população manifesta sua revolta com a situação atual. O número
de votos consignados aos partidos de oposição, principalmente
o PT, que aumentou seu eleitorado em 51,25% em relação às
eleições municipais de 1996, revelam que as bases de sustentação
de FHC estão ficando cada vez mais corroídas (tabela 03).
Tabela 03
Resultado
Eleitoral - 1º Turno 2000
Partido
|
Número
de votos
|
Variação
% *
|
PSDB
|
13.518.346
|
3,47
|
PMDB
|
13.256.675
|
4,25
|
PFL
|
12.973.437
|
28,80
|
Total
Governo**
|
52.366.247
|
4,76
|
PT
|
11.938.734
|
51,25
|
PDT
|
5.611.888
|
- 19,33
|
PSB
|
3.861.987
|
37,12
|
Total
Oposição***
|
25.305.356
|
27,47
|
Fonte: TSE
* Variação
em relação às eleições municipais de 1996
** Estão
computados os votos dados a todos partidos da base governista
*** Estão computados os votos dados a todos partidos da
oposição
26. Além
do grande crescimento eleitoral do PT e dos partidos de oposição
de forma geral, exceto o PDT, a vitória da oposição nas 29
das 62 maiores cidades coloca a seguinte realidade: essas 29
cidades congregam um contingente de 19,391 milhões de
eleitores, enquanto nas demais 33, a serem governadas por
partidos do governo, o contingente de eleitores é de 17,004
milhões. Sem falar no grande peso econômico que essas cidades
possuem. Tal realidade poderá ter importantes reflexos nas próximas
eleições gerais de 2002.
27. Além
do resultado eleitoral, assiste-se a um importante crescimento
das mobilizações populares. O estado de espírito das massas
parece estar se modificando, levando da indignação à ação
concreta contra o massacre de FCH. Nos últimos meses, parcela
importante da classe trabalhadora saiu da inércia e empreendeu
diversas mobilizações na busca de seus direitos, ocupando espaço
na conjuntura política, de onde esteve afastada durante muito
tempo.
28. A
greve dos caminhoneiros, as manifestações de protesto na
comemoração dos 500 anos de descobrimento, as ocupações e
mobilizações do MST, greves dos metalúrgicos, o plebiscito da
dívida externa, entre outras mobilizações, acuaram o governo
que respondeu com uma brutal repressão. O desgaste do governo
se ampliou sobremaneira e revelou a verdadeira face da
"democracia do capital". Além disso, sinalizaram que
a paciência dos trabalhadores está se esvaindo e que existe um
clima na sociedade de franca contestação ao modelo político-econômico
vigente.
29. Nesse
aspecto, ganhou particular relevo a greve dos servidores públicos
federais. Há quase 06 anos sem reajuste linear dos salários e
vítimas costumazes dos ataques governista, a greve dos SPFs foi
um momento extremamente importante da recente conjuntura.
Demonstrando um grande espírito de unidade e combatividade, a
greve dos SPFs teve a duração, em alguns setores, de mais de
70 dias. Rompeu o cerco da mídia e colocou na ordem do dia a
situação de massacre em que se encontram os serviços públicos
e os seus servidores. Conquistou o apoio da população e
conseguiu abrir um canal de interlocução com FHC. Mesmo que os
resultados econômicos não tenham avançado, politicamente foi
uma grande vitória dos trabalhadores do setor público.
30.
Em meio a
essas mobilizações, ocorreu o 7º Congresso Nacional da CUT.
Evento extremamente burocratizado e com pouca discussão política
de fundo, poderia ser um grande momento de armar a classe
trabalhadora brasileira com um plano de lutas que apontasse para
o enfrentamento direto ao projeto do FMI/grande capital/FHC, com
realização de mobilizações, manifestações e a greve geral.
Infelizmente, as resoluções aprovadas não indicaram esse
rumo, saindo-se com um plano de lutas rebaixado, perdendo-se uma
grande oportunidade de construir uma política efetiva de
combate a FHC. Mais uma vez, prevaleceu às concepções
conciliadoras e colaboracionistas. Devemos nos contrapor a atual
política da direção majoritária da CUT em que nada
atualmente, contribui para destruir o atual modelo econômico no
Brasil.
31.
A
grande imprensa tem sistematicamente atacado o movimento dos
trabalhadores rurais por reforma agrária, ajudando o governo a
tentar criminalizá-lo. Precisamos operacionalizar, em
todos os segmentos sociais, (principalmente em nossa categoria).
O contra ataque a essa campanha difamatória, solidarizando-nos
com o MST, através dos seguintes procedimentos:
1.
Divulgar a reforma agrária como ponto de partida para a
distribuição de renda, geração de emprego, interrupção e
reversão do êxodo rural e resgate de condições dignas de
vida para essa grande parcela da população excluída:
2.
Divulgação dos resultados dos assentamentos que
obtiveram êxito, como: produção, importância/interação com
as comunidades vizinhas e progresso humano dos seus integrantes;
3.
Contraposição à informação mentirosa, amplamente
divulgada de que os trabalhadores
beneficiados com a reforma agrária vendem a terra adquirida e
vai participar de novas ocupações.
Trabalhadores do Judiciário e MPU Derrotam FHC e Conquistam Devolução
de Salários
32.
Em contrapartida a essa burocratização vemos a luta dos trabalhadores
rurais, organizados no MST, que vem atingindo grandes avanços
no combate ao projeto excludente do governo federal. Dias antes
do Congresso Nacional da CUT, realizou-se em Brasília o
Congresso do MST, em que participaram mais de dez mil
trabalhadores, conjugado com várias ocupações em todo país.
Por isso podemos avaliar a forma de organização que tem
trazido grandes avanços rumo a reforma agrária deve ser
seguido pelos movimentos sociais, contrapondo-se a burocratização
das instâncias sindicais que vivemos hoje.
33.
Mas das bases da CUT, como ficou demonstrado no 7º
Congresso Nacional, vem uma clara exigência que abre o caminho
para superar a crise de acordo com os interesses dos
trabalhadores: chega de concessões, é hora de resistir e lutar
contra a destruição de todos dos nossos direitos! É isso que
explica a adoção da resolução contra o Banco de Horas
e contra toda forma de desregulamentação dos direitos
trabalhistas, e que explica a reafirmação unânime do Fora
FHC e FMI como norte da Central para o próximo período e
que esta 8ª Plenária adota como Resolução. Todavia, é
necessário assumir a campanha FORA FHC E FMI não de modo
meramente formal, mas com o compromisso de construir um
verdadeiro movimento como o que começou na Marcha dos Cem Mil.
34.
A mobilização na categoria judiciária e ministerial
começou desde o início do ano. Cumprindo o calendário de
lutas gerais e o dos SPFs, os trabalhadores do MPU e judiciário
federal estiveram presentes em todas as lutas ocorridas durante
o ano. Na greve dos SPFs, houve uma relevante participação da
categoria, com combativas e longas greves em Santa Cataria, Rio
Grande do Sul, Mato Grosso e Pernambuco. De menor duração mais
com semelhante grau de combatividade, os trabalhadores judiciários
paralisaram na Bahia e no Amapá. Em diversos outros estados, a
categoria participou da mobilização, com paralisações
parciais, atos públicos, etc.
35.
Essa mobilização resultou numa inédita abertura de
negociação entre os servidores e o STF, os primeiros
representados pela Fenajufe. Em junho foi constituído um Grupo
de Estudos Salariais para discutir e encaminhar propostas de
melhorias nos salários. De lá para cá, esse Grupo de Trabalho
debateu diversas propostas de recomposição salarial, tendo
avançado em alguns pontos como a movimentação anual e a
extraordinária. Em
função da mobilização pela URV, os trabalhos do GT foram
suspensos, devendo ser retomados a partir de agora.
36.
Todavia, a mais importante mobilização da categoria
ocorreu no segundo semestre. Há mais de 06 anos lutava-se pela
devolução do índice de 11,98%, retirado dos salários em março
de 1994 pela conversão errada dos salários de cruzeiros reais
em URV. Cansada de esperar pelo efetivo cumprimento das inúmeras
decisões judiciais favoráveis e pela falta de um claro
compromisso dos tribunais em definir a questão, a categoria foi
à luta e efetivou uma das mais importantes mobilizações de
sua história recente.
37.
Iniciando-se com os trabalhadores da justiça eleitoral,
que realizaram mobilizações históricas em diversos estados,
como São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, conquistou-se
o direito à correção dos 11,98% no TSE, que em decisão sem
precedentes, contrariou um posicionamento do STF definido alguns
dias antes. O próprio julgamento do Supremo foi precipitado
pela mobilização na justiça eleitoral realizada às vésperas
do primeiro turno das eleições.
38. Passado o
primeiro turno, a categoria continuou o processo de mobilização
pela conquista da incorporação da URV, ampliando-se o
movimento para os demais segmentos do judiciário federal e MPU.
Até que novamente às vésperas das eleições (segundo turno),
o STF reexaminou a matéria e por apertada maioria, modificou
seu posicionamento anterior e garantiu os 11,98% à categoria,
determinando sua incorporação aos salários. Foi uma grande
vitória, resultado direto da pressão e mobilização dos
trabalhadores. De maneira inédita, conseguiu-se através da
luta que o STF reexaminasse a matéria e julgasse favoravelmente
aos trabalhadores.
39.
O significado da conquista da URV é bem mais amplo do que
uma simples devolução salarial, via reconhecimento da indevida
conversão dos salários em março de 1994. Significa uma
derrota da política de arrocho e reajuste zero do governo FHC.
Pela primeira vez desde de 1995, uma categoria de servidores
conquista uma devolução linear de salários. Tal vitória já
repercute nos demais segmentos do funcionalismo que reivindicam
a concessão do percentual de 11,98%. Esse fato é de uma importância
ímpar. Apesar de todas as pressões, distorções e ataques de
FHC e de parte da grande mídia contra a reposição da URV, os
trabalhadores do judiciário e MPU ganharam a batalha, impondo
um importante revés no projeto do FMI/grande capital/FHC.
3
PLANO DE LUTAS
Batalha
após batalha vamos construindo
nossa vitória
1.
Em
1999 realizamos duas Plenárias da Fenajufe, cuja discussão
central foi a Reforma do Judiciário que tomou a atenção da
categoria e deu alinha das mobilizações naquele período.
Coube a ACM colocar o tema em pauta para dar continuidade às
reformas exigidas pelo capital internacional e o fez através da
CPI do Judiciário, assumindo perante a mídia a pele de
defensor da moralidade! Defendemos desde o início a política
de combater a Reforma como um todo e trabalhar no sentido de
impedir sua realização, conscientes que dali somente sairiam
aprovadas propostas contra o povo, contra os direitos dos
trabalhadores e contra a soberania nacional. Conseguimos
envolver amplos setores da sociedade na discussão, como a CUT,
tanto nos estados como a nacional, Assembléias Legislativas, Câmaras
de Vereadores, universidades, magistratura e o próprio
Congresso Nacional, onde realizamos um Seminário que resultou
em uma revista de conteúdo fundamental para o debate.
2-
Ao lado da ampliação dos horizontes desta luta específica
não abandonamos em momento algum as mobilizações gerais e
participamos do calendário de protestos do Fórum Nacional de
Lutas culminando com a grande marcha dos 100 mil no final de
agosto de 1999 e com a Greve Geral em novembro.
3-
A Reforma neoliberal do Judiciário foi aprovada quase
sem alterações na Câmara, mas passou-se o ano 2.000 e ela
permaneceu parada, aguardando votação no Senado, onde ainda
constitui grande ameaça aos trabalhadores. O governo FHC entrou
no ano 2000 mais enfraquecido perante a opinião pública e
debaixo de uma onda de mobilizações e protestos por todo o país
que perduram por todo o ano, quase sem trégua. Foram à greves
os SPFs, os Professores Estaduais, os trabalhadores da saúde
em vários estados, eletricitários, bancários (que há muito
tempo não se mobilizavam) e, mais recentemente, a greve chegou
à polícia militar. Até os militares exigem reposição de
perdas salariais ante a inflação crescente, os aumentos
abusivos das tarifas públicas e dos setores privatizados, as
ameaças constantes de perdas de direitos e a deterioração
generalizada das condições de vida da população, aumento da
violência, da corrupção e da impunidade. Não se pode deixar
de registrar as ocupações de prédios públicos realizadas
pelo MST em todos os estados e o congresso massivo realizado
pelos companheiros.
4-
Neste cenário, a greve da Justiça Eleitoral, às vésperas
das eleições e a vitória no caso da URV, além de provocar um
início de crise entre Executivo e Judiciário envolvendo também
o Legislativo, colocou lenha na fogueira das reivindicações
salariais.
5-
As mobilizações de massa foram menores este ano, mas
tivemos um grande momento no Plebiscito da Dívida Externa, em
setembro, quando, superando todas as expectativas mais
otimistas, mais de seis milhões de pessoas foram às urnas
votar contra a política econômica do governo e do FMI.
6-
Toda esta história de greves, protestos e mobilizações
durante o corrente ano, tiveram um desdobramento político da
maior importância com a vitória das oposições ao governo
federal nas maiores cidades do país, iniciando uma mudança na
correlação de forças de forma ainda não definitiva, mas
apontando uma tendência que pode ser alimentada pela
continuidade das mobilizações.
7-
Precisamos ter claro que este resultado só foi obtido
devido à intensificação da luta e que, ao contrário de nos
considerarmos já vitoriosos, devemos manter e ampliar a tática
de enfrentamento com o modelo, aumentar as mobilizações e
colocar em cheque a política econômica do FMI. A conquista de
governos populares em importantes capitais pode constituir um
ambiente mais democrático para o avanço das lutas na rua e
para a agudização do embate ideológico.
8-
Neste sentido, a bandeira do socialismo como única
alternativa à barbárie capitalista deve ser mais do que uma
carteirinha que carregamos no bolso para nos justificarmos a nós
mesmos. Devemos assumir no bojo de todas as nossas lutas a
necessidade de lutar pela verdadeira transformação da
sociedade cujo caminho é a construção do socialismo.
Nossa luta na rua
9.
A
greve dos SPFs deflagrada no primeiro semestre, juntamente
com vários outras greves no período, colocou mais uma vez o
regime em cheque e obrigou FHC a, no mínimo, reconhecer o
movimento e abrir conversações. O principal resultado da greve
dos SPFs foi o imenso desgaste do governo FHC. Além disso,
houve várias conquistas concretas como a garantia do pagamento
dos dias parados (mais de 60 em muitos casos) e a revogação do
Decreto que estabelecia o corte dos salários dos grevistas.
Também foram estabelecidas negociações setoriais, coordenadas
pela CNESF. Apesar desse avanço,
a greve dos servidores federais ainda não garantiu o reajuste
linear , como também não garantiu as demais reivindicações
prioritárias dos servidores federais, como data base, liberdade
de organização sindical, etc. Isto nos coloca a necessidade de
retomar o movimento grevista dos servidores públicos num
movimento unificado que aponte para a construção da greve
geral dentro da CUT, com a clareza de que somente a organização
dos trabalhadores irá determinar o fim da intransigência do
governo federal e a efetiva derrota do projeto neoliberal, com o
respectivo reconhecimento de nossos direitos.
10-
A participação do Judiciário na Greve dos SPFs não
foi forte como em 1996. Apenas cinco estados aderiram por tempo
indeterminado (RS, SC, AP, MT e PE), Bahia parou por 10 dias o
TRT e poucos outros tiveram adesões parciais com greves de 1, 2
ou 3 dias durante o processo. Mesmo assim, estamos pavimentando
avanços em algumas das principais reivindicações da greve que
eram data base, correção das distorções do PCS, Pagamento da
URV, Inclusão de toda a categoria nas Carreiras Exclusivas de
Estado. Da greve até agora conquistamos o direito aos 11,98%
numa batalha histórica; construímos no STF uma proposta de
Carreiras Exclusivas que atende nossa reivindicação pronta
esperando ser mandada ao Congresso; os presidentes do STF, do
STJ e do TSE têm afirmado, nas últimas semanas, a necessidade
de correção das distorções e a disposição de fazê-lo em
conjunto com os sindicatos; há um mês foi finalizada uma
proposta de Data Base para o Judiciário a partir do Grupo de
trabalho que negocia a pauta de reivindicações no STF.
11-
Tudo isto, no entanto, como dissemos, são caminhos
pavimentados para nossa luta. Nenhum desses encaminhamentos é
um fato consumado e pode se dissolver no ar a qualquer momento.
A única garantia de que isto não aconteça é manter e ampliar
a mobilização que nos trouxe até aqui. A única garantia de
que transformemos estas reivindicações encaminhadas em
reivindicações atendidas é a nossa organização e nossa
mobilização.
11,98%:
uma lição a ser entendida
12-
A conquista dos 11,98% foi o coroamento de toda uma jornada
de lutas dos trabalhadores do Judiciário desde abril de 1994 o
governo, sem pena nem dó, retirou de nossos salários 11,98%,
numa inequívoca medida contra os trabalhadores do judiciário e
do MPU r outras categorias, utilizou-se de um artifício de
conversão da tabela de Cruzeiro Real para UVR, confirmando
assim a sua proposta de arrocho e redução salarial. Desde o
ano passado, tivemos toda a mobilização efetiva contra a
reforma do Judiciário, a participação expressiva do Judiciário
na greve geral, a greve de maio deste ano e, em especial a
oportuna greve dos servidores da Justiça Eleitoral às vésperas
das eleições, além de inúmeras paralisações que, se não
tiveram em cada momento um caráter nacional, deixaram claro, ao
longo dos meses que há uma profunda insatisfação na categoria
e que os servidores tem na mobilização sua maior arma. Ou
seja, mesmo não se tendo feito uma grande mobilização
nacional, a soma de todas as paralisações e protestos havidos
foi fundamental para pressionar a cúpula do Judiciário a ponto
de lograrmos inédita mudança de uma decisão do Supremo
Tribunal Federal em favor dos trabalhadores (contra a classe, as
decisões são corriqueiras). Mais do que isso, a partir da
crise dos 11,98% a cúpula do Judiciário, em especial os
Presidentes do STF e do STJ, têm assumido posturas mais
independentes e têm defendido as posições dos seus tribunais
através da crítica à política econômica do governo e aos
gastos abusivos com pagamento da dívida externa/interna. Tal
postura por parte do Poder Judiciário, sem qualquer ilusão, é
da maior importância estratégica na denúncia e no
enfraquecimento do governo e de sua política.
Grupo
de Trabalho do STF
13-
O
Grupo de Trabalho de Estudos Salariais formado pela Fenajufe e
pelo STF, foi uma das conquistas da greve de maio e se
constituiu no principal canal de negociação e encaminhamento
da pauta de reivindicações dos trabalhadores do Judiciário
que norteou a greve. Várias questões tiveram encaminhamento
ali. O resultado até agora do trabalho realizado foi 1) a
finalização de uma Exposição de Motivos propondo uma
Movimentação Extraordinária até o final da carreira a todos
os servidores que ingressaram após 1996; 2) A finalização de
uma Exposição de Motivos propondo ao STF o encaminhamento de
um projeto de Lei ao Congresso, estabelecendo a Data Base para
os servidores do Judiciário; 3) uma exposição de motivos
determinando que ao final do Estágio Probatório o servidor
seja automaticamente posicionado no terceiro padrão e não mais
no segundo. Das três, apenas a última já foi aprovada pelo
STF e isto nos remete às limitações dos trabalhos do Grupo.
É importante que estabeleçamos uma relação mais próxima
entre o trabalho da comissão e a base da categoria. Temos claro
que somente a mobilização da categoria é que levará às
conquistas. Se o Grupo de Trabalho é um canal de negociação
formal, a mobilização da categoria é que determinará o ritmo
dos avanços.
PAUTA
DE REIVINDICAÇÕES
Gerais
-
Lutar Contra a Reforma da Previdência Fundos de Pensão;
-
Derrotar FHC e sua política neoliberal;
-
Utilizar todos os meios institucionais materiais para fazer
oposição ao governo FHC;
-
Lutar Contra a Reforma Trabalhista;
-
Lutar pela Data Base dos SPFs;
-
Denúncia do acordo com o FMI;
-
Definição de uma estratégia de defesa comercial do País. Não
à dolarização da economia;
-
Defender a Democracia;
-
Democratizar os meios de comunicação;
-
Lutar pelo fim da impunidade dos poderosos;
-
Lutar para que o trabalhador brasileiro tenha melhor salário,
melhores condições de trabalho e condições dignas de vida.
Específicas
-
Garantias para o exercício da atividade sindical;
-
URV: luta imediata pela incorporação e pagamento do
retroativo;
-
Lutar Contra a Reforma do Judiciário;
-
Avaliação de Desempenho;
-
Carreiras Exclusivas: incluir todos os trabalhadores do judiciário
federal e MPU;
-
Plano de Carreira para os trabalhadores do judiciário e MPU;
-
Jornada de 6 horas para todos;
-
Denunciar constantemente os parlamentares que votam contra os
interesses da classe trabalhadora;
-
Promover intercâmbio de experiências sindicais, políticas e
administrativas com outras entidades de trabalhadores.
Emergenciais
-
Movimentação Extraordinária para os trabalhadores do judiciário
federal e MPU
Eixos
- Democracia e
Independência do Judiciário e MPU;
- Combater as
Reformas Neoliberais do Judiciário e da Previdência;
-
Denúncia e combate às repressões;
-
Autonomia orçamentária e democratização dos orçamentos;
-
Denúncia dos critérios de nomeações de juizes (caso Ellen).
PLANO DE LUTAS
I Ações da Fenajufe
1.
Reforçar a
intervenção no TST e nos Tribunais Regionais;
2.
A Fenajufe
deve apresentar posição contrária à criação de mais uma
entidade de oficiais de justiça, conforme proposta apresentada
durante seminário realizado no Rio de Janeiro no inicio de
outubro que encaminhou essa decisão a uma reunião nacional a
ser realizada no dia 17/11 em São Paulo, onde será discutida a
criação da União Nacional dos oficiais de justiça, reunindo
estaduais e federais;
3.
Entrar com
medida judicial para buscar o reajuste salarial;
4.
A Fenajufe
deve contestar judicialmente (articular a entrada de ADIN) a
criação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, por meio
de Resolução do TST;
5.
Fenajufe e
sindicatos devem ingressar com ação judicial para pedir
direito de resposta nos jornais e televisão;
6.
Cursos de
Formação para os servidores sobre questões de seu interesse;
7.
Fenajufe
deverá implementar estudo sobre a regulamentação dos direitos
Sindicais;
8.
Entrar com
processo de responsabilidade civil contra o presidente FHC;
9.
A Fenajufe
deverá lançar uma campanha nacional de esclarecimento à
sociedade comprovando e confirmando através de dados estatísticos
que o servidor federal oferece à sociedade nas áreas de saúde,
educação, justiça, cultura, etc;
10.
Denuncia do auxílio moradia aos juizes;
11.
Avaliações coletivas (remeter para discussão em seminário);
12.
A Fenajufe deve fazer levantamento sobre os dias
trabalhados em plantões judiciários que não vêm sendo pagos,
como ocorre em Goiás. Deve orientar sindicatos para cobrar
pagamento imediato em todos os tribunais. Fica desde já
sinalizada a possibilidade de estudo jurídico, visando
subsidiar processo administrativo ou judicial para coibir esta
ilegalidade.
13.
Investigar sobre a liberação dos juizes para a direção
de suas entidades e caso haja diferenças na forma como os
servidores são tratados entrar com as medidas cabíveis;
14.
Regulamentação do PCS de maneira uniforme em todo o
Judiciário e MPU.
Mobilização
15.
Retomada da campanha salarial Data-base - dos
servidores;
16.
Dia Nacional de Paralisação;
17.
Regulamentação / revisão do PCS.
Mobilização pela URV
(11,98%)
18- Dia Nacional de Luta pelo
pagamento da URV:
·
Indicativo
para 28 de novembro, por ocasião da Reunião do Conselho da
Justiça Federal. (forçar inclusão em pauta da movimentação
extraordinária)
·
Próxima
reunião ampliada da Fenajufe definirá data da mobilização
19- Cobrar
cronograma de pagamento por parte dos tribunais, com prazos
definidos;
20- Paridade
dos aposentados com os servidores em atividade quanto à
incorporação e pagamento dos atrasados dos 11,98%;
21- Ação
junto ao Congresso Nacional no sentido de viabilizar recursos orçamentários
para o pagamento da URV.
Bandeiras
Gerais
22- Luta
pela Data Base;
23- Elaboração
de um projeto de Plano de Carreira:
·
Forçar a
instalação da Comissão do Plano de Carreira da Fenajufe com
os Tribunais Superiores e PGR;
·
Criar um
Grupo de Trabalho de entidades, para acompanhamento da Comissão.
24- Gestão
democrática do orçamento do Judiciário Federal e MPU;
25-
Regulamentação de Permutas;
26- Manutenção
do Grupo de Estudos Salariais entre Fenajufe e STF.
Organização Sindical
27- Unificação
com o MPU:
-
Encampar
bandeiras do MPU e iniciar discussões na base sobre unificação
nos estados;
-
Efetivação
da política de unificação no máximo de estados com prazo
até o próximo Congresso da Fenajufe quando será avaliado
o andamento da questão e deliberado novos passos.
Saúde:
28- Lançar
uma Campanha Nacional de combate às L.E.R. e defesa da saúde
do trabalhador do Judiciário Federal e MPU.
Internacional
29-
Convocar um Encontro da Coordenadora dos Judiciais do Conesul
para Florianópolis, na semana de 12 de dezembro, por ocasião
da reunião de Presidentes do Mercosul naquela cidade e da reunião
da Coordenadora de Centrais na mesma data.
30- Fenajufe
e sindicatos devem participar do Fórum Social Mundial em Porto
Alegre de 25 a 30 de janeiro de 2001.
DECLARAÇÃO DE VOTO DE JOANA DARC C. GUIMARÃES SOBRE ITENS DO PLANO DE
LUTAS DESTACADOS POR VÁRIOS DELEGADOS DA 8ª PLENÁRIA
DA FENAJUFE REALIZADA EM 05/11/00, ONDE A MESMA SE ABSTEVE DE
VOTAR NOS SEGUINTES TERMOS:
Eu, Joana dArc Carvalho Guimarães, uma das delegadas
eleitas para participar da 8ª Plenária Ordinária
da FENAJUFE em Belém, novembro/2000, abstive-me de votar nos
itens abaixo enumerados, que foram votados em bloco, pelos
seguintes motivos:
1)
O SITRAEMG apresentou UM PLANO DE LUTAS como proposta
para esta 8ª Plenária da FENAJUFE, que foi aprovado
pelo Congresso e Assembléia Geral realizada nos dias 20 e 21 de
outubro de 2000, em Ouro Preto-MG e que serão implementados
pelo nosso Sindicato. O mesmo foi incluído em uma Tese,
apresentada pelos companheiros do SITRAEMG para esta 8ª
Plenária. Depois que foi aprovada a tese guia da FENAJUFE,
formou-se então uma comissão formada por integrantes de vários
sindicatos, para sistematizar as diversas propostas apresentadas
como plano de luta, sendo que várias propostas contidas no
Plano de Lutas do SITRAEMG foram destacadas, por não serem
consensuais e seriam levadas a plenário para serem discutidas.
Dos pontos destacados, o item 7.5 foi defendido pela companheira
Edna que dizia respeito ao Planejamento em conjunto com as
demais entidades de trabalhadores, de lançamento em todo o País
de candidaturas às próximas eleições nacionais, que
representassem os interesses da classe trabalhadora e em
especial dos servidores do Poder Judiciário e MPU, o que foi
rejeitado pela Plenária. Logo a seguir foi apresentada em bloco
aos seguintes itens do Plano de Lutas do SITRAEMG para votação
em Bloco, onde eu fiz a defesa e expliquei que iria me abster de
votar nas mesmas, pelos seguintes motivos: Como já havia uma
predisposição contra todas as propostas apresentadas pelo
Sitraemg, onde apenas uma emenda aditiva foi aceita na Tese guia
da Fenajufe, a única forma de deixar registrado o meu protesto
contra a condução dos trabalhos que na minha maneira de ver
foram totalmente parciais, inclusive quando se queria votar em
bloco questões da mais alta importância e que demandariam um
tempo considerável, sendo que, vários dirigentes iriam
viajar de volta aos seus Estados às 14:00h e já eram quase
13:00horas, desta forma, apresentei-me para defender os itens do
plano de lutas do Sitraemg que haviam sido destacados por não
haver concordância dos dirigentes da FENAJUFE e da Plenária
quanto a aprovação das mesmas que foram os seguintes:7.3
Construção no Brasil de um governo compromissado com o povo,
implantando políticas públicas, com inversão de prioridades,
democracia, transparência na administração pública e,
principalmente, que tenha a participação popular proposta esta
defendida por mim e aprovada como disse pelo nosso Congresso,
por acreditarmos que podemos alcançar o poder, através de eleições
livres e democráticas, que , com a união e organização da
classe trabalhadora, a vitória seria alcançada fortalecendo a
democracia em nosso País; 7.7 Inserir o sindicato na
discussão de programas alternativos ao Neoliberalismo isto
porque todos criticamos a política neoliberal de FHC e queremos
construir uma alternativa que priorize a grande
maioria do povo brasileiro que vive num processo brutal
de empobrecimento e exclusão social; 7.10 Renegociação
soberana da dívida externa e controle imediato sobre o fluxo de
capitais externos - isto
porque acreditamos que o governo de FHC tem priorizado o
pagamento da dívida externa com juros altíssimos, mais
amortizações, em detrimento de investimentos nas áreas
sociais, o que tem aumentado a marginalidade em nosso País e
aumentado as desigualdades sociais; 7.11 Realizar uma
auditoria em todas as privatizações e caso se constate
irregularidades e prejuízos para o Estado que sejam suspensas
acreditamos nesta idéia porque não concordamos com as
privatizações que estão sendo feitas em nosso País, onde
todo nosso patrimônio está sendo vendido a preço de banana e
o que foi apurado, foi para também pagar juros da dívida
externa; 7.12 Fortalecimento do Mercosul como instrumento de
construção da integração latino-americana e resistência à
Alca isto porque o EUA sempre impõem barreiras alfandegárias
aos nossos produtos , bem como aos dos países da América
Latina, nada mais do que justo e correto formarmos uma aliança
para proteger nossos
países, mesmo como uma forma de sobrevivência; 7.15
Combater a violência, o crime organizado e narcotráfico, através
de uma política nacional de segurança isto porque não
podemos continuar aceitando pacificamente a violência que
assola nosso país, que é uma consequência desta política de
concentração de renda nas mãos de poucos, sabemos que temos
que combater as causas, principalmente investindo mais na Educação
em nosso país, mas a sociedade não pode esperar mais, por isto
achamos importante que realmente tenha em nosso país uma política
efetiva de segurança; 7.16 Defesa dos direitos humanos
achamos correto lutarmos por esta bandeira, num momento em que o
Brasil está convivendo no seu dia a dia , com o desrespeito aos
seres humanos, e porque nosso sindicato que se propõe a ser
solidário com os demais trabalhadores, não pode também
levantar uma luta em defesa dos direitos humanos?;7.16
Redefinir o pacto federativo Achamos importante esta
bandeira de luta, porque existe uma concentração de poder
muito grande nas mãos da União em detrimento dos Estados e
Municípios do nosso país que estão de pires nas mãos para
conseguirem realizarem alguma coisa em prol da população; 7.20
Lutar por um judiciário que assegure justiça rápida e próxima
do povo; 7.21 Bloqueio dos bens dos acusados de corrupção
até fina; do Processo e fortalecimento dos organismos de
fiscalização; 7.22 Reforma judiciária democrática; 7.23
Reforma política e agrária e 7.24 Construção e uma
economia justa, sustentável e solidária. Nestes últimos
pontos destacamos que é fundamental que tais reformas aconteçam
com a participação democrática de representantes do povo,
como uma forma de democratizar as decisões e se fazer reformas
que realmente interessem a maioria da população brasileira.
Como todos podem ver, não são lutas abstratas e utópicas e é
mais do que justo que nossa FEDERAÇÃO, procure pautar sua
linha de atuação de forma democrática, e procure, sobretudo
levar bandeiras que também nos dizem respeito. A solidariedade
deve ser, a marca maior de uma FEDERAÇÃO que se propõe a
defender os interessar de servidores públicos que têm sido
humilhados por parte do governo federal que desrespeita seus
direitos, não reconhece a importância de uma boa prestação
de serviço público para a comunidade que está cada vez mais
carente e sem investimentos nas áreas sociais e acima de tudo,
que comece a dar o exemplo, partindo de uma atuação democrática,
onde as idéias de seus filiados sejam respeitadas. 05/11/2000,
Belém, Joana dArc.
4
MOÇÕES
Aos
Governadores do Pará, Distrito Federal e Paraná
Os
trabalhadores do judiciário Federal e MPU repudiam as
perseguições e assassinatos promovidos por FHC e pelos
governos estaduais de Almir Gabriel, Joaquim Roriz e Jaime
Lerner, como os trabalhadores rurais assassinatos em Eldorado
dos Carajás e em Curitiba e os sindicalistas e servidores públicos
José Ferreira da Silva e Gildo da Silva, assassinados
respectivamente em dezembro e outubro últimos pela polícia
de Roriz.
Ao
Governador e Secretário de Segurança do Estado do Pará
A FENAJUFE repudia e denuncia as ameaças de morte
recebidas pelo dirigente sindical da construção civil de Belém
Atuagoras, presente à mesa de abertura desta plenária como
representante do PSTU. Os mandantes das ameaças são
empreiteiros que querem atacar de modo fascista a luta dos
trabalhadores. Exigimos a imediata apuração das ameaças e a
punição dos responsáveis.
Ao Governador
do Pará
A Fenajufe, ouvidos os delegados reunidos na VIII
Plenária Nacional dos Servidores do Judiciário Federal e do
Ministério Público da União, nesta cidade de Belém,
manifesta seu repúdio à tramitação dos inquéritos e
processos penais das infrações contra trabalhadores da cidade
e do campo, proporcionando a impunidade dos autores materiais e
intelectuais, como acontece atualmente no julgamento dos
criminosos responsáveis pelas mortes dos trabalhadores
sem-terra de Eldorado dos Carajás.
A
Fenajufe augura que Vossa Excelência, no exercício dos altos
poderes que lhe foram conferidos pelos herdeiros dos heróis
da Revolução dos Cabanos, determine as providências cabíveis
para que acontecimentos desse jaez não mais se repitam na
história paraense.
Ao Presidente
do TRT da 4ª Região
Os
trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público
da União, reunidos na VIII Plenária da Fenajufe realizada em
Belém, nos dias 03, 04 e 05 de novembro, vêm de público
manifestar seu repúdio ao aumento da jornada de trabalho
imposta pelo TRT da 4ª Região aos seus servidores.
Neste momento em que vivemos o maior arrocho
salarial imposto pelo governo Federal, o sucateamento dos serviços
públicos, reforma impopular do Judiciário e perda de direitos
dos trabalhadores, é inadmissível que a administração do TRT
da 4ª Região se alie a este modelo neoliberal imputado ao
nosso país. Desrespeitando uma jornada histórica, praticada há
mais de 60 anos, desde sua criação, a administração do TRT
da 4ª Região, arbitrariamente, a partir de uma mudança
regimental, passou a cobrar jornada de oito horas e a perseguir
a cobrar jornada de oito horas e a perseguir os servidores,
provocando um verdadeiro caos nas relações entre servidores e
a administração.
Ao Excelentíssimo Senhor Dante de Oliveira
D.D. Governador do
Estado de Mato Grosso
Exigimos a apuração e punição do atentado
contra o companheiro SIVALDO DIAS CAMPOS, Presidente do Diretório
Municipal do Partido dos Trabalhadores de Cuiabá.
Ao Governador
do Pará
Pela
inesperada e brutal perda do nosso Companheiro ROSSI NAZARENO DE
JESUS BELO, vítima acima de tudo, da falência do Estado que não
oferece aos cidadãos as mínimas condições de segurança
necessária para garantir direito constitucional de ir e vir. O
mais agravante, é que a violência só tem
aumentado a cada dia, seja na área urbana ou rural, e o
que vemos, são trabalhadores tendo suas vidas ceifadas por
causa do descaso dos governos. A televisão nos apresenta a violência
diariamente como regra e não exceção e, nós, trabalhadores
que pagamos impostos para termos esse direito garantido, estamos
presenciando o desvio dos recursos para o pagamento das dívidas
externas, e o nosso bem maior A VIDA sem nenhuma relavânvia,
o que importa é o lucro dos
banqueiros.
Infelizmente, o nosso companheiro ROSSI,
trabalhador do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará,
foi uma dessas tantas vítimas que o estado patrocina. No dia 14
de julho de 2000, às 21h, nosso saudoso companheiro tombou ao não
aceitar a violação de sua integridade física e moral Foi
vítima de assalto dentro de um micro ônibus em que viajava
tendo sido covardemente assassinado com um tiro pelas costas.
Uma importante vida que foi interrompida, uma
vida de relevância para as nossas lutas, pois ele era um
dos poucos que levantaram a bandeira do sindicalismo com muito
orgulho e dignidade. Rossi Belo era coordenador de imprensa do
SINDJUF-PA/AP.
Obrigado pela sua
valorosa contribuição às nossas lutas.
À Dra. Ana Cristina
Juíza do Foro Distrital
de Boituva/SP
FAX: (15) 263.2120
Infelizmente
o Estado de Direito no Brasil, somente se aplica a uns poucos
privilegiados.
Atualmente
existem seis presos políticos no Brasil, isso mesmo. Os seis
presos políticos de Boituva/SP. Os Brasileiros VALQUIMAR REIS
FERNANDES, BENEDITO ISMAEL ALVES CARDOSO, ELVIS VIEIRA FERREIRA
LIMA, EDMAR PEREIRA DOS SANTOS, ODAIR MOISÉS DA ROSA e ROSALINO
BISPO DE OLIVEIRA presos em Boituva/SP condenados pelo Juízo
local, pelo fato de no dia 10/11/99, quando participavam do DIA
NACIONAL DE PARALISAÇÃO E PROTESTOS contra a política econômica
e social do Governo, contra a corrupção, o desemprego, a miséria
e pela reforma agrária. Durante o protesto, a Polícia Militar
de São Paulo atacou os manifestatnes, tendo detido várias
pessoas levando-as às delegacia. Porém, existem trabalhadores
rurais permaneceram presos e permanecem até hoje além de
permitido (81dias), sem provas.
De
início a Justiça rejeitou dois pedidos de liberdade provisória,
sendo colocados em quatro presídios do interior, tendo um deles
sofrido violência dentro da prisão e contraído o vírus HIV.
Os seis foram condenados, por terem furtado certa quantia do
pedágio cobrado no local da manifestação. O rito
processual não foi obedecido, havendo graves falhas formais,
como a não realização de perícia para dizer o valor furtado.
Se
não bastasse isso, após desmascarada a acusação de furto,
veio a acusação de prática de incêndio, ato também
que não se caracterizou.
Portanto,
a Justiça neste caso não foi imparcial, tendo contrariado os
princípios e direitos constitucionais e atendido aso interesses
que norteiam a atual política econômica e social.
À Presidência do
Tribunal Regional Eleitoral do Amapá AP
À
Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá
TRE/AP, pelo descaso ao pedido do SINDJUF-PA/AP constante no ofício
nº 134/99, de 06 de agosto de 1999, para a apuração das denúncias
de irregularidades constantes na documentação anexa ao
referido ofício, cometidas pelo atual secretário de administração
e finanças daquele Tribunal (que por sinal é requisitado).
Repudiar também a não providência da mesma presidência,
referentes ao resultado das apurações do Tribunal de Contas da
União, que comprovou as denúncias em questão.
SINDJUF-PA/AP
Os delegados presentes à VIII Plenária Nacional
da FENAJUFE, realizada nos dias 03,04 e 05 de novembro em Belém
do Pará, repudiam a atitude do Sr.
ALMIR DE SOUZA, servidor do Tribunal Regional do Trabalho da
1ª Região (RJ), e diretor do Sisejufe/RJ, por sua atitude
provocatória e desrespeitosa com relação ao representantes de
todos os sindicatos dos servidores do Poder Judiciário Federal
e Ministério Público da União do país, tendo em vista o propósito
de sua presença na referida plenária, que, ao invés de ser o
de contribuir para a discussão política e a organização de
toda a categoria, serviu unicamente para lançar suspeitas
infundadas sobre os delegados do Rio de Janeiro: David Cordeiro,
Acácio Henrique de Aguiar e Lindomar Rodrigues, que foram
legitimamente eleitos por assembléia geral da categoria, cuja
ata e rol de presenças foram devidamente comprovados na plenária.
A plenária considera ainda, particularmente
inadmissível, que o referido diretor, como representante da
categoria de seu Estado (RJ), compareça a um fórum do
movimento e se utilize de métodos intimidatórios, como agressões
verbais e físicas contra companheiros da categoria e o uso de
um gravador que tinha a função de registrar as eventuais reações
às suas provocações, com o
intuito de distorce os fatos.
Dessa
forma, a VIII Plenária da Fenajufe decide aprovar a presente moção
de repúdio, podendo vir a tomar as providências legais e políticas
contra o repudiado.
VIII PLENÁRIA NACIONAL
DA FENAJUFE
À PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO TRT 8ª REGIÃO
JUÍZA ROSITA SIBRIM
NASSAR
Moção
de Repudio contra a atitude arbitrária da Presidente em exercício
do TRT/8ª Região, Juíza ROSITA SIDRIM NASSAR, que no dia 27/10/2000, utilizou-se dos
companheiros trabalhadores agentes de segurança daquele
tribunal para intimidar e proibir o acesso dos funcionários
daquele tribunal ao Plenário, a fim de acompanhar o julgamento
de matéria administrativa referente a URV, em que os
trabalhadores daquela casa são parte interessada.
SINDJUF-PA/AP
lém, 05 de novembro de 2000.
Delegados da VIII Plenária Nacional da Fenajufe
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