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A importância do serviço público

Por Edivaldo Rocha*  

O serviço público é algo inerente à própria história da humanidade. Sempre existiu e tem por finalidade prestar trabalho de qualidade a uma determinada coletividade. Com o passar dos anos, a forma de ingresso no serviço público mudou. Hoje o critério não é ser amigo do rei. Hoje, independente da origem social da pessoa, ele pode se submeter a um concurso e ingressar na administração pública. É uma escolha, é uma opção de vida. As portas estão abertas para todos. Lamentavelmente, nas últimas décadas o servidor público tem recebido ataques ferozes de todos os lados, como se fosse culpado por todas as mazelas que ocorrem no país.

Vive-se um momento delicado, com uma pandemia batendo as nossas portas. Questiona-se: Quem está na linha de frente colocando a cara a tapa? Quem está colocando a sua própria vida em jogo para salvar as pessoas? Quem está cuidando da segurança dos cidadãos? Resposta! são os servidores públicos. Querem destruir a imagem do servidor público, querem fragilizá-lo, mas, na realidade, a intenção é destruir o serviço público, comprometer ainda mais a qualidade dos trabalhos prestados às camadas mais carentes da sociedade brasileira. Não se pode negar que vários segmentos da sociedade também estão contribuindo no combate ao coronavírus.

São nos momentos adversos que vem à tona as contradições. São nos momentos de dificuldades que deve se tirar algumas lições. Esse discurso do liberalismo, discurso do estado mínimo, discurso que o mercado resolve tudo é balela. É imprescindível um estado forte para intervir em defesa dos fragilizados socialmente. Não se pode tratar os desiguais de forma igualitária, pois com isso o fosso social se agravaria ainda mais. Na realidade esse discurso liberal tem por objetivo continuar protegendo uma minoria abastada que concentra em suas mãos a riqueza do país.

O discurso do Estado mínimo tem como objetivo manter os privilégios, manter as benesses nas mãos de uma minoria que lucra quantias fabulosas no sistema financeiro, nas mãos de uma elite que não é tributada sobre os lucros e dividendos e nas mãos de uma camada que se beneficia pela não regulamentaram, até a presente data, do imposto sobre as grandes fortunas.

A maioria da classe política é muito egoísta, mesmo no momento de pandemia continua recebendo a verba indenizatória, totalmente imoral. Uma classe política que só pensa nos seus interesses pessoais, que não abre mão dos privilégios bancados pela sociedade brasileira e, nos momentos de dificuldades sempre joga a responsabilidade nos ombros dos mais fracos, demonstra não ter compromisso com a população que a elegeu, além disso, incentiva o discurso que tudo que ocorre de ruim no país a culpa é do Servidor Público.

O governo acabou de aprovar uma reforma previdenciária, que aumentou de forma astronômica as alíquotas previdenciárias dos servidores públicos. Isso representou uma redução salarial, uma perda do poder aquisitivo e consequentemente uma queda na qualidade de vida de muitas famílias.

Não se pode abrir mão de um serviço público de qualidade, com profissionais preparados e bem remunerados. Os servidores públicos não podem ficar a bel prazer dos governantes de plantão, dependendo do humor do gestor público, pois o compromisso maior é garantir serviço de qualidade, de forma permanente para a sociedade brasileira, pois afinal de conta, os homens passam e as instituições continuam.

*Edivaldo Rocha dos Santos é bacharel em Direito e professor de História, servidor do TRE-MT.

 

Artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, necessariamente, as ideias ou opiniões da Fenajufe.

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