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Em assembleia geral no RS categoria decide: fortalecer a greve pela sanção presidencial, com novo Apagão dias 8 e 9

 


Por Rosane Vargas, Sintrajufe/RS
Fotos de Leandro Dóro (especial)

A greve do Judiciário Federal no RS tem sido marcada por assembleias gerais lotadas, e não foi diferente nesta quinta-feira, 2, quando a categoria tomou as varas trabalhistas e aprovou a continuidade do movimento paredista. Com a presença de servidores de todos os ramos (Trabalho, Federal, Eleitoral e Militar), da capital e do interior, e de aposentados da categoria, a assembleia aprovou, ainda, um novo Apagão do Judiciário na próxima semana, em 8 e 9 de julho, o "Apagão pela Sanção", com assembleia geral no dia 9, próxima quinta-feira.

No início da assembleia, a direção do Sintrajufe/RS saudou a categoria, que, na terceira semana da greve, registra adesão em todos os estados do Brasil e em 89 cidades do RS. Foi essa grande participação que fez com que o PLC 28/15, de reposição salarial, fosse aprovado no Senado, dia 30. A direção fez um breve resgate dos acontecimentos que antecederam a aprovação. A caravana do Sintrajufe/RS em Brasília, dia 30, falou com toda a bancada do RS e com senadores de outros estados. Milhares de servidores sitiaram o Senado e, com toda essa pressão, apesar dos esforços de adiamento por parte de senadores governistas, como Delcídio do Amaral (PT-MS), houve a inversão de pauta e a aprovação do projeto em sua íntegra.

A direção informou, também, que o PLC 28 foi protocolado ontem na Presidência da República, que tem prazo até dia 21 de julho para sancionar. Foi noticiada, também, aos colegas, a aprovação pelo Senado do PLC 25/15, que garante a isonomia entre chefias de cartórios eleitorais da capital e do interior, demanda histórica da categoria que agora fica mais próxima de se tornar uma conquista. Outra notícia do dia foi a publicação de portaria pela 5ª Turma do TRT4, com a suspensão da sessão de julgamento e o adiamento da pauta, em apoio à greve dos servidores.

Depois da abertura de espaço para os colegas que participaram da caravana a Brasília e para os relatos do interior, foi dada a palavra para os debates na assembleia. O diretor do Sintrajufe/RS Ruy Almeida afirmou que a grande participação da categoria na greve deixa claro o caminho: “a luta é que vai mudar nossa vida”. Ele alertou que a disposição não pode mudar ou esmorecer diante dos ataques da mídia, que tem divulgado informações falsas e atacado a reposição salarial. O diretor convocou a categoria a manter e ampliar a greve, até a garantia da vitória.

O colega do TRE Rodrigo Mércio destacou que os servidores estão em um momento que nunca tinham atingido em nove anos. “Nossa luta é justa e tenho certeza de que o projeto chegou lá por causa da greve, e pela greve, a Dilma vai sancionar”. Para Luciana Krumenauer, também da JF, “temos que continuar em greve até a sanção”. Ela afirmou que é preciso pressionar o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, a negociar com o Executivo.

O colega da JT de Caxias do Sul Luiz Cláudio Paiva Júnior se disse indignado por Dilma Rousseff (PT) ter classificado a aprovação de “injustiça social”. Ele lembrou que o governo gasta mais de 40% do PIB com a dívida pública, dinheiro que vai para “agiotas e banqueiros”, enquanto, por exemplo, para a educação, são destinados 3%: “isso é que é injustiça social”, concluiu. O colega Barlese Santo, da JT de Canoas, afirmou que a pressão conquistou a aprovação e que agora é preciso “unir forças, intensificar a greve para que não haja veto”.

Ao falar da grande adesão à greve e à presença de milhares de servidores pressionando pela aprovação no Senado, o colega Paulo Rosa, da JT de Porto Alegre, disse que “mudou a consciência do servidor do Judiciário”. Para ele, a categoria não deve se abalar com a mídia. O colega aposentado da JT Valdir Laini também falou sobre a mídia, lembrando que esta sempre atacou os servidores e afirmou: “depende de nós fazer a pressão sobre a Presidência e convencer os colegas que ainda não pararam”.

O diretor do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira afirmou que a vitória da aprovação do PLC 28/15 no Senado foi resultado de toda a pressão com a maior greve da história da categoria, "que foi corajosa mesmo diante das ameaças de senadores petistas" durante a sessão. Para o dirigente, a greve deve manter a unidade, e não é papel do movimento repetir o discurso de terrorismo do governo. "O medo de perder pode tirar a vontade de ganhar", concluiu, afirmando que devemos acreditar na força da mobilização. 
 
Para o diretor do Sintrajufe/RS José Artigas Ramminger, não é possível o discurso de que foi um erro aprovar o PLC 28/15 sem ter acordo. “Quanto tempo mais seria necessário para esse acordo? Já demos 9 anos”. O diretor do Sintrajufe/RS Andrés Cevallos falou da disposição de luta da categoria, que está em greve não apenas por reposição salarial, mas por dignidade e respeito. Segundo ele, o governo não tem mais espaço para enrolação, e a categoria exigirá, com força e unidade, a valorização que merece.
 
 
 

Durante as falas dos colegas, foi informado que uma equipe da RBS TV estava no prédio das varas trabalhistas, fazendo matéria com a presidente do TRT4, desembargadora Cleusa Halfen. A categoria fez um longo e intenso apitaço em repúdio à RBS TV. Os colegas também bradaram, em coro: “RBS mente pra enganar a gente!”.

Sintrajufe/RS ajuizará ações buscando direito de resposta na mídia

Além da continuidade da greve e do Apagão nos dias 8 e 9 de julho, a assembleia geral aprovou que o Sintrajufe/RS ajuíze ações de direito de resposta nos veículos de comunicação que estão divulgando inverdades sobre a reposição salarial da categoria. Foi informado aos colegas o número de contato com a Rádio Gaúcha, via Whatsapp, para que enviem solicitação de abertura de espaço em sua programação, para que o sindicato possa esclarecer a população. O número é (51) 9503-3848 (clique aqui para conferir a listagem de outros veículos divulgada pelo Sintrajufe/RS).

Foi aprovada, ainda, resolução proposta pelo Comando Estadual de greve em que os servidores "exigem da presidente Dilma a sanção do PLC 28/15, proposto pelo Poder Judiciário e aprovado pelo Poder Legislativo. Em caso de apresentação de nova proposta pelo STF e governo, ela deverá ser apreciada pela categoria em suas instâncias". A assembleia aprovou, também, resolução que encaminha a luta para que "o STF busque todos os meios para que o reajuste seja garantido. É urgente que o comando nacional de greve busque o Supremo para evitar que o Tribunal lave as mãos novamente como fez na noite de 30 de junho", apontando o "fortalecimento da greve até a conquista definitiva da nossa revisão salarial". Por fim, foi aprovada moção de repúdio “contra o golpe perpetrado pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha com a aprovação da redução da maioridade penal na sessão da última quarta-feira”.

Após os encaminhamentos, a assembleia terminou com todos cantando, a uma só voz, as palavras de ordem “Veto não, greve até a sanção” e “Lutar, lutar: pra Dilma sancionar”, e o compromisso de construção de um grande apagão na semana que vem.


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