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Manifestação de pesar e homenagem ao colega Luiz Falcão, ex-diretor do Sindicato e da Fenajufe

Diretoria do Sindicato, amigos e colegas de trabalho lamentam a perda e se solidarizam com os familiares do servidor Luiz da Silva Falcão

Morreu na tarde desta quarta-feira, 16 de setembro de 2020, aos 57 anos, Luiz da Silva Falcão, servidor da Justiça do Trabalho da 2ª Região e diretor do Sintrajud entre os anos 2002 e 2006. Falcão também foi diretor de base de 2000 a 2003, representando o Fórum da JT em Guarulhos, e da Fenajufe (2004 a 2007).

A perda foi lamentada por amigos, colegas de trabalho e companheiros da época de militância sindical. A diretoria colegiada do Sintrajud e funcionários do Sindicato lamentam a morte e desejam força a familiares e amigos neste difícil momento.

Falcão fez um ano de aposentadoria do Tribunal em maio, quando registrou a data em sua página no Facebook. “Hoje 17/05/2020 estou completando um ano de aposentado, louvado seja o nome do Senhor por esta benção!”. Trabalhara por 37 anos no Regional, onde ingressou em 1982 após prestar concurso público para o já extinto cargo de agente de portaria, às vésperas de completar 19 anos de idade.

Lotado inicialmente no almoxarifado localizado no subsolo do edifício-sede do Tribunal, prestou concursos internos para auxiliar judiciário e, em seguida, para oficial de justiça, sendo aprovado nos dois. Aposentou-se como diretor de vara, na 57ª VT.

“Deu a sua contribuição à categoria. E enquanto diretor da 57, sempre tivemos um bom diálogo. Gente muito boa”, escreveu nas redes sociais o servidor da JT Henrique Salles, dirigente do Sindicato.

Os anos de militância política e sindical foram importantes e marcaram a vida do servidor, como ele próprio assinalou na entrevista que deu ao projeto “Memórias Narradas”, do Centro de Memória do TRT-2, no ano passado. A entrada para o sindicalismo se deu quando desistiu de tentar a magistratura. Na entrevista, Falcão faz um paralelo entre os dois caminhos: diz que em ambos o seu maior desejo era poder ser um instrumento de justiça. “No sindicato eu também achei que eu era um instrumento de justiça. Lutando pelos servidores, lutando por aquilo que a gente entendia que estava correto, por melhores salários. Eu continuo filiado ao Sindicato, eu continuo acreditando, apesar de ter saído do Sindicato numa situação de oposição, eu acredito que o Sindicato é um instrumento de luta. Acredito na papel do Sindicato na sociedade”, disse à época.

Respeito e amizades

Também ex-dirigente do Sintrajud, Claudio Klein, servidor do TRF-3, recorda esse período de atuação conjunta na diretoria e também lamenta a perda. “Fiquei três anos no Sintrajud junto com Falcão. A segunda metade da gestão foi bem tensa, pois havíamos desfiliado da CUT e a diretoria se dividiu. Acabamos por ficar em lados opostos. Talvez por isso mesmo, minha relação com Falcão se intensificou. De minha parte, desde esses tempos de divergências, passei a respeitar mais o Falcão, pois mesmo pensando diferente, sempre honrava os acordos feitos. Mesmo em momentos muito tensos, Falcão jamais me faltou com respeito ou se utilizou de ataques pessoais em um debate. Essa é a memória que tenho dele. Nossa convivência me fez crescer. Meus sentimentos aos familiares. O Sintrajud está de luto. Perdemos um dirigente”, disse.

O amigo e colega oficial de justiça Neemias Freire também presta sua homenagem ao servidor. “O nosso companheiro Luiz da Silva Falcão foi um grande lutador, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal. Foi dirigente do Sintrajud e da Fenajufe, um grande amigo e colega. Deixa-nos em um ano difícil para todos nós. Meus sentimentos a toda a família”, disse.

Ao responder a uma solicitação de mensagem da reportagem do Sintrajud, a servidora e advogada Carmen Dora Freitas Ferreira, aposentada do TRT-2 e que atuou na direção do Sindicato no mesmo período que Falcão, diz ser difícil falar do amigo em poucas linhas. “Hoje Falcão nos deixou e um grande vazio aflorou, ele foi recebido pelo Criador e isso nos conforta. Presbítero, servidor amigo, dirigente classista. Seu legado de luta e resistência pelos direitos sociais, pela dignidade humana, como representante dos Servidores do Judiciário Federal, estão vivos e transcendem no tempo, assim como a amizade construída durante a direção do Sintrajud, nos anos dois mil”, escreveu.

Sorriso largo

Carmen Dora lembra que o tempo de militância sindical naquele período foi intenso e marcado por vitórias. “Ter trabalhado ao lado de Falcão na intransigente defesa do direito dos nosso colegas servidores federais, oficiais de justiça, dos aposentados e também da sociedade civil quando oportuno foi marcante. Muito me honra fazer parte dessa história”, disse. E prosseguiu: “Seu sorriso largo, sincero, tranquilo sempre foi um diferencial relevante. Sua história de vida como servidor do TRT-2 é o legado marcante de que barreiras podem ser superadas e de que o sonho é possível. Superamos muitas barreiras e também tivemos muitas vitórias. Já estamos sentindo falta do sorriso presente em sua face mesmo diante das adversidades, inclusive as de saúde. Foi uma honra partilhar de sua amizade e dirigir a entidade sindical com você. Até a eternidade. Luiz da Silva FALCÃO, PRESENTE!”.

Falcão nasceu na cidade de São Paulo, em 1963. Nos últimos anos vinha lutando contra um câncer. Deixa dois filhos, Luiz Renato e Domênica, e a viúva, Márcia. Na entrevista de memórias do ano passado, uma afirmação revela muito do que sentia em relação às experiências que vivera. “Quando eu olho para trás, eu me vejo um jovem, um menino que chegou na Justiça do Trabalho com muita esperança, com muitos sonhos. Graças a Deus, muitos deles foram realizados”, disse.

Outra colega de trabalho e amiga, Rute Batista dos Santos falou à reportagem com muito carinho. “Conheci o Falcão já nas greves do Sindicato. A gente fez uma amizade muito grande, de almoçarmos juntos sempre. Assim como com o Edson. Ele sempre foi muito ativo, querendo lutar mesmo, vestia literalmente a camisa, carregava a bandeira do Sintrajud. Aí na época da eleição a gente o incentivou a entrar nessa “fria”. A gente nunca esteve envolvido com os debates mais políticos, queríamos mesmo lutar por uma vida profissional digna, melhores salários. Acho que por isso nos demos tão bem”, lembra. Rute também fez questão de ressaltar que “ele sempre foi uma pessoa muito alegre, do bem. Era a alegria das nossas festas, sempre sorrindo, com uma boa história para contar. Também sempre acreditou no trabalho e se esforçou muito, o que fazia bem a ele mesmo com as dores. E apesar de todas as diferenças, ele sempre acreditou muito no Sindicato”, afirmou a colega, servidora da 61ª Vara Trabalhista.

“Não cheguei a trabalhar diretamente com o Falcão. Nós nos conhecemos na greve de 2006. Foi uma greve muito difícil, longa. Todos os dias estávamos nos fóruns, fazendo os ‘arrastões’ e ele apareceu com muita força nessa greve. Aí, eu, a Rute e ele ficamos muito amigos. Era uma pessoa muito querida, lamento muito, e quero prestar minha homenagem também à família”, declarou Isabel Cristina Rodrigues da Silva, oficial de justiça lotada na Central de Mandados do Fórum Ruy Barbosa.

O corpo de Falcão foi velado nesta quinta-feira (17), no Funeral Salete (rua Dr. Zuquim 1698 – Santana), das 10 às 14 horas, respeitando as regras de segurança sanitária, seguido do sepultamento no cemitério da Vila Formosa.

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