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Em Ato no TRT, categoria em Minas reforça que quer respeito, e não “esmola” do governo

Categoria segue em greve e rechaça proposta de 15,8%. Semana reserva mais dois atos públicos, atividades em Brasília e passeata em Belo Horizonte na sexta-feira

Um Ato Público no TRT, no Barro Preto, abriu a segunda semana da Greve por tempo indeterminado dos servidores do Poder Judiciário Federal em Minas Gerais. Na tarde desta segunda-feira (27), os trabalhadores reuniram-se em frente ao prédio da Justiça do Trabalho na capital para ouvir informes e protestar, munidos de buzinas, apitos e palavras de ordem, quanto ao descaso do governo Dilma Rousseff com os servidores.

Durante todo o ato, as falas de servidores presentes e dos coordenadores do Sitraemg Hebe-Del Kader, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, Hélio Ferreira Diogo, Débora Melo Mansur e José Francisco Rodrigues foram permeadas pelo alerta de que o tempo está se esgotando: dia 31 de agosto, próxima sexta, é o prazo final para que a Lei Orçamentária Anual – LOA de 2013 seja enviada para o Congresso. “Hoje é o dia ‘D’ e o nosso PCS [PL 6613/2009] precisa estar na LOA”, disse o coordenador executivo José Francisco Rodrigues. “Lute pelo seu salário e pela melhoria do seu trabalho”, acrescentou o coordenador Hebe-Del Kader, fazendo um chamado àqueles que ainda não aderiram à mobilização.

O ato desta segunda ganhou o reforço do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais (Sindojus-MG), representado pelo seu presidente, Wander da Costa Ribeiro. Após parabenizar o movimento dos colegas do Judiciário Federal, o presidente do Sindojus-MG comentou a luta dos servidores do Judiciário Estadual, que sofrem com os abusos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG): “A população está descrente da Justiça por causa de mordomias que uns poucos têm. Não lutamos por privilégios, lutamos pelo respeito à Constituição”, declarou Wander Ribeiro. Wander ainda chamou a atenção dos participantes à necessidade de não se acomodar, senão o governo continuará com sua política de arrocho e retirada de direitos. “Não podemos aceitar isso - é hora de parar para que nos enxerguem”, acrescentou Ribeiro.

“Não precisamos de ‘esmola’, temos dignidade”

Os manifestantes não pouparam críticas à proposta feita – e refeita, na última sexta (24) pelo Governo Federal de reajuste de 15,8%. “Não precisamos de ‘esmola’, temos dignidade”, reclamou Lúcia Maria Bernardes, coordenadora-geral do Sitraemg. Para Lúcia, a categoria não deve aceitar apenas 5% a cada ano, sem direito a nenhum outro tipo de reajuste. Ela também acredita que o Governo “não é louco” de não dar nenhum reajuste, como vem ameaçando às categorias que discordam do índice proposto. “Alguma coisa terão que dar, nem que seja ano que vem”, apostou a sindicalista.

Apesar da ideia do Governo não ter agradado, a categoria acredita que ela só aconteceu por causa da pressão feita pelas greves do Judiciário Brasil afora. Na opinião de Carlos Antônio Ferreira, servidor do TRT conhecido como Ovo, os colegas precisam conversar com seus pares sobre o movimento e reforçar o trabalho de convencimento, que, para o servidor, têm trazido ótimos resultados.
Aparecida Palhares, servidora do Tribunal do Trabalho lotada na Coordenação Administrativa, participava do ato e disse que é preciso união: “nossos salários estão muito achatados. Se os servidores não pararem agora, a luta vai ser em vão”, avaliou.

Lúcia Maria também lembrou das outras ameaças à categoria que tramitam, sem alarde, no Congresso Nacional: “lembrem-se que vem aí a PL 248/98 (demissão dos servidores públicos por “insuficiência de desempenho”) e o PL 549/2009 (congelamento dos salários por dez anos) – vamos pensar nisso, pessoal”, alertou Lúcia Maria.

Conforme relatos de outros atos públicos, a mobilização dos servidores vem contando também com o apoio de juízes e diretores de setores nos tribunais. Ao microfone, Hebe-Del Kader leu a carta enviada por um juiz federal do Distrito Federal no qual ele apoia abertamente a greve (leia a íntegra aqui). “Se até os juízes apoiam a greve, não há motivo para temermos”, reforçou o coordenador.

Próximas atividades

Esta semana prossegue cheia de atividades pelo PCS, com a greve tomando corpo em todo o país. A leitura dos quadros de greve estadual e nacional foi saudada com apitaços e muito barulho feito pelas buzinas e gritos dos servidores e foram passados informes de que o trabalho de corpo a corpo e visitas aos tribunais prosseguirá durante todo o período.

Veja abaixo o calendário dos atos em Belo Horizonte para esta semana:
- Dia 29 (quarta-feira) das 12h às 14h: Ato Público na Justiça Federal (Avenida Álvares Cabral, 1741, Santo Agostinho)
- Dia 31 (sexta-feira) a partir das 11h30: Concentração em frente à Justiça Federal e saída em passeata até o TRE (Avenida Prudente de Morais, 100, Cidade Jardim)

Além destas atividades na capital, prosseguem as ações organizadas pelos servidores do interior mineiro e outras em Brasília, como o grande Ato Público no Superior Tribunal de Justiça (STJ), dia 30 de agosto, e a Reunião Ampliada da Fenajufe dia 31, para a qual foram eleitos oito delegados e quatro observadores para representar Minas.

Fonte: Sitraemg-MG

Foto: Erinei Lima/Sitraemg-MG

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