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O que os servidores do Judiciário Federal estão achando do teletrabalho

O que os servidores do Judiciário Federal estão achando do teletrabalho

O home office, que já vinha sendo implementado aos poucos no serviço público, acabou sendo adotado 'à força' como modelo de trabalho, em decorrência da pandemia do coronavírus. Neste momento, pelo menos 52% dos 600 mil servidores da União estão cumprindo suas funções em casa. E a expectativa, conforme fontes do Governo, é que a experiência se amplie em âmbito federal depois que esse período passar. De acordo com as considerações de alguns Servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso, se isso acontecer não será uma má ideia e será um bom negócio para todos. 

O trabalho remoto é interessante e, para os Servidores do Tribunal Eleitoral, é uma proposta nova, diz Lealdo Floresta, do TRE-MT. Ele observa que, nas circunstâncias em que está ocorrendo hoje, com todo mundo em casa, criança sem aula e a conectividade às vezes comprometida, o teletrabalho pode ser prejudicado. Ainda assim, porém, ele avalia que é uma forma de trabalho bastante vantajosa, tanto para os Servidores quanto para os Tribunais.

"Nunca tínhamos trabalhado remotamente, e estou gostando, porque dá uma certa flexibilidade para o Servidor, permitindo a ele executar suas tarefas independentemente de onde estiver. Uma vez que cumpriu a meta você pode fazer outras coisas, até viajar ou algo do tipo, então é uma proposta bem interessante".

Para não se perder o contato físico entre as pessoas, que ele considera importante, Lealdo sugere que oTribunal poderia permanecer aberto mas o Servidor desempenharia apenas uma parte da sua jornada presencialmente e o restante à distância, na forma de home office. "O Servidor poderia trabalhar no Tribunal por 4 horas seguidas, por exemplo, e o resto ele desempenharia de forma remota. Acho que seria uma proposta bem legal também. Ou trabalhar alternadamente no Tribunal em alguns dias da semana e outros em casa. Assim também poderia dar certo. Acho que poderá ser feita uma enquete junto à Categoria, lembrando que também seria bom para o Tribunal, que desta forma reduziria os custos de funcionamento, e então seria bom pra todo mundo".

Na Justiça do Trabalho, o teletrabalho já vinha sendo colocado em prática bem antes da pandemia, e entre os Servidores que provaram a experiência está o diretor do SINDIJUFE-MT, José Roberto Magalhães Campos. Leia, a seguir, as considerações dele:

"Independentemente da pandemia, o teletrabalho possui vantagens e desvantagens em si consideradas. Quanto aos benefícios, podemos citar a economia com vestuário, combustível, estar livre do stress do trânsito, a comodidade de estar em casa, junto a familiares...

O que é desvantajoso é o fato de usarmos nossa própria energia elétrica e equipamento pessoal para a realização do trabalho e o risco de confundirmos o espaço e afazeres domésticos com o profissional; é algo que exige disciplina, pois, do contrário, dedicaremos mais tempo a um ou outro âmbito de atuação, em detrimento de ambos.

Se se consegue desenvolver a necessária disciplina e foco, é possível cumprir a obrigação diária habitual, num tempo até menor que o exigido no trabalho presencial, o que deixa ao servidor espaço para outras atividades.

Contudo, o aspecto mais marcadamente negativo do teletrabalho é o perigo de, esvaziando a instituição da presença de seus servidores, promover a “atomização” da Categoria, na medida em que pode levar ao enfraquecimento dos laços de solidariedade entre os servidores pela falta da convivência no local de trabalho, com todas as experiências que somente o labor in loco pode proporcionar; a perda da identidade com colegas e local de trabalho é uma ameaça em potencial, pois a experiência profissional vivida conjuntamente é fator indispensável à construção de uma categoria e de sua luta sindical.

Do ponto de vista pessoal, após mais de quatro anos em teletrabalho, ainda que não ininterruptos, consegui ao menos disciplinar-me de modo a trabalhar com foco, sem misturar a atividade profissional com a do lar. Assim, conquanto estejamos em isolamento social devido à pandemia, não tive dificuldade em adaptar-me ao labor remoto.

Tenho me dedicado a ler bastante, até porque não pude iniciar meu segundo curso superior e mantive, ainda que de forma bastante reduzida, compromissos assumidos como espírita. Faço atividades físicas semanais, porém, não com a mesma intensidade de antes.

A vida na pandemia tem me mostrado ser fundamental fazer atividades que preservem, na melhor condição possível, a minha sanidade física e mental, porquanto, creio, os cuidados exigidos, atualmente, se estenderão por um tempo considerável, especialmente a quarentena.

Esse é meu conselho para os colegas e, sobretudo, àqueles que preferem o trabalho presencial: exercitem-se, leiam e cultivem a espiritualidade; as coisas voltarão à normalidade".

 

Luiz Perlato/SINDIJUFE-MT

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