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Nota da direção do Sintrajufe/RS: Justiça para Mariana Ferrer!

Nota da direção do Sintrajufe/RS: Justiça para Mariana Ferrer!

A direção do Sintrajufe/RS, sindicato que representa os trabalhadores e as trabalhadoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul, vem a público manifestar seu repúdio e cobrar a devida apuração sobre a postura tanto do advogado, quanto do magistrado e do procurador do estado de Santa Catarina que, em audiência de julgamento em processo de estupro, permitiram que uma jovem de 23 anos, fragilizada, fosse alvo de brutal humilhação e crueldade por parte do advogado do réu.

A audiência, realizada por videoconferência pela 3ª Vara Criminal de Florianópolis (SC), é um verdadeiro filme de terror. Ela revela Mariana Ferrer, a vítima, entre lágrimas, implorando ao juiz o mínimo a que qualquer pessoa tem direito: respeito. O magistrado que presidiu o ato, em vez de repreender o advogado do acusado pela bateria de intimidações e humilhações, apenas oferece água para a vítima “se recompor”.

Não podemos admitir que o Poder Judiciário, o Ministério Público e a OAB restem silentes diante desses fatos. Somente no primeiro semestre deste ano, 25.469 casos de estupro foram reportados à polícia no Brasil. Fatos como esse que testemunhamos em Santa Catarina só servem para desencorajar outros milhares de mulheres a denunciarem a violência sofrida cotidianamente.

O Poder Judiciário não pode dar guarida nem ao machismo nem aos poderosos: ele deve ser, antes de tudo, um lugar onde a justiça prevaleça. E não haverá justiça enquanto não houver igualdade e dignidade no tratamento às mulheres.

O vídeo publicado ainda nos obriga a levantar as seguintes questões: quantas outras audiências foram palco da mesma tortura psicológica a que foi submetida Mariana? Quantas outras mulheres foram desacreditas pelo simples fato de serem mulheres?

Por isso, a direção do Sintrajufe/RS se solidariza com Mariana Ferrer e exige uma apuração rigorosa dos fatos ocorridos na mencionada audiência, com a aplicação das penalidades cabíveis. O machismo não pode ter espaço dentro do Poder Judiciário!

Diretoria Executiva do Sintrajufe/RS

 

Porto Alegre, 4 de novembro de 2020.

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