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Com dezenas de milhares nas ruas, mobilização volta a exigir fim do governo Bolsonaro; pressão popular cresce a cada nova manifestação

Com dezenas de milhares nas ruas, mobilização volta a exigir fim do governo Bolsonaro; pressão popular cresce a cada nova manifestação

No último sábado, 24, dezenas de milhares de pessoas estiveram nas ruas de Porto Alegre em luta pelo fim do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O Sintrajufe/RS e os trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal e do Ministério Público da União participaram da atividade, parte de um dia de mobilizações nacionais, reforçando a pressão sobre o governo e contra a PEC 32 da reforma administrativa.

Outras pautas, como a valorização da educação e da saúde, a defesa das universidades e da democracia, também estiveram presentes em gritos, cânticos, cartazes e faixas.

Conforme estimativa das centrais sindicais mais de 600 mil pessoas estiveram nos protestos em todo o Brasil. Foram realizados mais de 500 atos em todos os estados e, no Rio Grande do Sul, 61 cidades registraram manifestações, organizadas pelas centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares.

Em Porto Alegre, após concentração às 15h no Largo Glênio Peres, a marcha partiu, por volta das 16h, fazendo um trajeto diferente, seguindo pelo bairro Cidade Baixa. A caminhada passou pelas avenidas Borges de Medeiros, Salgado Filho, João Pessoa, Venâncio Aires, Érico Veríssimo e rua João Alfredo. Críticas ao governo Eduardo Leite (PSDB) e ao prefeito Sebastião Melo (MDB) também constaram nos cartazes e cantos dos manifestantes, que procuraram manter distanciamento e utilizaram máscaras e álcool gel.

Novas mobilizações estão marcadas para o dia 7 de setembro. Enquanto isso, o Sintrajufe/RS segue na luta contra a reforma administrativa (PEC 32/2020), juntamente com outras entidades sindicais e movimentos. Nos dias 29 e 30 de julho, acontece o Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público, organizado pelas centrais sindicais para reforçar o combate à reforma e a defesa dos serviços públicos. Um dia nacional de greve, paralisações e mobilizações também está sendo preparado, com indicativo de data para 18 de agosto.

Sindicalistas e colegas avaliam mobilização

Sobre o ato do último sábado, a diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana destaca que houve ampla participação de sindicatos, partidos, centrais e movimentos, “expressando o entendimento popular de que esse governo não se sustenta mais, porque é corrupto, violento e age contra a população negando a vacina para estancar uma pandemia mortal, não acudindo as pessoas neste momento de desemprego e fome e ameaçando acabar com o serviço público, no qual o povo se socorre para atendimento de seus problemas, principalmente neste momento de pandemia. O que seria de nós sem o SUS, sem a Justiça do Trabalho para quem foi demitido sem receber a rescisão? Nos cartazes, faixas e gritos, estava nítido que este governo acabou”, avalia.

Também diretora do sindicato, Arlene Barcellos destaca que “os desmandos do governo Bolsonaro foram mais uma vez fortemente denunciados nas ruas. A alteração do trajeto possibilitou a participação de várias pessoas que não puderam estar na caminhada e, de suas janelas, batiam panelas, agitavam bandeiras e expunham cartazes. Foi mais um dia de mostrar para a população o porquê da nossa luta: vacina para todos e todas e pelo SUS, auxílio emergencial digno e contra a reforma administrativa que significa o fim dos serviços públicos”.

Anderson Mangine, também diretor do Sintrajufe/RS, comenta que teve “muito orgulho da passeata 24J porque a mobilização se manteve em relação à anterior. Houve grande presença de jovens, além do grande apoio recebido de pessoas nos prédios localizados no trajeto e nos veículos que passavam nas vias laterais. Acho que essas passeatas são muito importantes como elementos encorajadores para aqueles que ainda não aderiram às ruas, para que assim o façam nas próximas. Precisamos urgentemente derrubar esse desgoverno que destrói vidas, destrói os direitos da classe trabalhadora e destrói o nosso país”.

O diretor Paulo Guadagnin, que também esteve no ato, lembra que “Bolsonaro e os seus generais todos os dias dão cada vez mais declarações ameaçando dar um golpe no Brasil. O silêncio das elites deixa cada vez mais claro que elas, mesmo com alguma ou outra crítica pontual, querem manter o Bolsonaro no poder pelo fato de ele fazer um governo que cada vez mais privilegia os mais ricos, enquanto aos trabalhadores oferece a destruição dos serviços públicos, a morte por Covid-19, e a fila para pegar ossos. Por isso, devemos nos manter nas ruas, todos unidos em atos como esse, até a derrubada de todo esse governo genocida. Também precisamos, diante da nossa responsabilidade enquanto servidores públicos, avançar na construção de uma greve nacional do serviço público para barrar a PEC 32”.

Para o diretor Zé Oliveira, no último sábado “cumprimos mais uma etapa da luta para derrubarmos o governo Bolsonaro e derrotarmos a reforma administrativa. Fundamental, também, que o povo nas ruas denuncie o governo genocida, que tem sua digital nas 550 mil mortes pela Covid-19. A defesa dos serviços públicos é uma bandeira que, com a presença forte das entidades sindicais, como o Sintrajufe/RS, está incorporada pelo conjunto dos manifestantes. Derrotaremos, com a força da unidade da classe trabalhadora, a proposta que quer acabar com o serviço público”.

O diretor Marcelo Carlini destaca que mais de 500 municípios anunciaram atos no dia 24, e que, com maiores ou menores manifestações, “cresce a consciência de que esse governo tem que acabar. Não há o que esperar. Com Bolsonaro, a sabotagem ao combate à pandemia continua, o desemprego cresce, a fome explode. Enquanto isso, ele tenta vender os Correios e a Eletrobras, entre outras estatais. Guedes e Bolsonaro seguem querendo aprovar a PEC 32, não desistiram. E as ameaças não param, Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas preparam um golpe. O povo na rua e os sindicatos, com suas reivindicações, podem dar um basta nisso e abrir caminho para novas instituições, isso é necessário… não sairemos das ruas até o fim desse governo”.

Conforme o diretor Reginaldo Lühring, “o ato do dia 24 foi uma enorme manifestação de indignação e não aceitação não só da condução da pandemia pelo desgoverno Bolsonaro, mas também a denúncia de que a carestia, o desemprego, a desigualdade estão se tornando insuportáveis para a maioria da população.

A diretora Mara Weber avalia que “o 24J foi uma demonstração da consciência da população de que não se pode mais aguentar todo o processo de destruição do país que esse governo vem fazendo. ‘Fora Bolsonaro’ é um grito de resistência e de esperança em meio à dor da perda de vidas e de direitos. Vamos seguir construindo uma saída para toda essa destruição e essa saída passa pela consciência de classe. Chega de miséria e morte. Queremos vacina no braço e comida no prato. Também foi importante a presença da pauta da defesa do serviço e empresas públicas. Não à reforma administrativa e privatização de empresas públicas que prestam serviços públicos essenciais à população. O Sintrajufe/RS esteve presente com sua direção e muitas e muitos colegas da base. Foi muito bonito e seguiremos na luta. Fora Bolsonaro e seu projeto de destruição!”.

A colega Nilza Ortmeier, aposentada da Justiça do Trabalho, caracteriza o ato de sábado como “sensacional”. Para ela, “a participação das pessoas nas manifestações está crescendo e isso nos empolga trazendo a esperança de alcançarmos os objetivos. Eu percebi também que, durante todo o percurso, recebemos o apoio do povo, seja dos locais de trabalho, como lojas e bares, ou das janelas dos prédios, onde se viam bandeiras sendo agitadas, papel picado sendo jogado e batidas de panelas. Realmente emocionante! Precisamos continuar nos manifestando e agregando mais gente na nossa luta. Fora Bolsonaro e vacina para todos!”.

Irene Zimmermann, colega aposentada da Justiça Federal, conta que sempre participou de campanhas políticas e mobilizações. Porém, relata, “recentemente tive um diagnóstico de insuficiência cardíaca severa, e ainda com a pandemia, deixei de participar, pois com 70 anos pensei que poderia deixar para os mais jovens. Mas com a situação atual, não há como se omitir. Precisamos de povo nas ruas e trabalho inteligente nas redes sociais, principalmente isso, pois não há mais como ignorar que, se o Bolsonaro chegou lá, foi porque teve a perspicácia de aceitar que hoje a política se faz via internet. O povo nas ruas e a internet utilizada como se deve, mudaremos o Brasil”.

Para Volmir Pasetti, colega da Justiça Federal de Porto Alegre, “a participação dos artistas trouxe um colorido especial para o ato, eu fiquei atento às manifestações deles e achei muito significativas. Também gostei muito de ver que os servidores públicos estiveram presentes, inclusive o Sintrajufe/RS com a sua faixa contra a reforma administrativa, isso valoriza muito o nosso sindicato e o trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual gestão. Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas no ato. Achei mesmo que seria significativo, frente a um governo que ninguém aguenta mais, eu sabia que teria uma participação expressiva, mas me surpreendi positivamente, foi muito além das minhas expectativas”.

Katia Teixeira Kneipp, colega da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, relata que “somente depois de ter recebido a primeira dose da vacina me senti razoavelmente segura para participar de atos com grande quantidade de pessoas, como o que ocorreu no dia 24 de julho. O momento político no Brasil é desanimador, o que muitas vezes chega a nos paralisar. Mesmo assim, achei a adesão ao manifesto bem representativa. Temos um longo percurso para impedir o avanço do retrocesso e a reeleição desse governo. Sigamos em frente!”.

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