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Ato em Porto Alegre, com presença do Sintrajufe/RS, afirma luta pelo fim do governo e denuncia PEC 32; Bolsonaro, em Brasília e São Paulo, repete discurso golpista

O feriado de 7 de setembro foi dia de mobilização contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em todo o país. Na luta pelo fim do governo, centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares denunciaram também os ataques de Bolsonaro aos serviços públicos e responderam aos atos de setores bolsonaristas que levaram às ruas pautas contra a democracia. Em Porto Alegre, o Sintrajufe/RS participou da mobilização.

Mesmo com chuva, os e as porto-alegrenses realizaram a 27ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas. A manifestação estava marcada para o Parque da Redenção, mas, por conta do mau tempo, foi transferida para o Viaduto Brooklin, na avenida João Pessoa. Após ato ecumênico no final da manhã, o ato público começou no início da tarde, com intervenções de lideranças.

As entidades levaram cruzes para lembrar as quase 600 mil vidas perdidas na pandemia por culpa da política genocida de Bolsonaro e denunciaram o aumento do desemprego e da fome no país. Também fizeram críticas à reforma administrativa (PEC 32/2020), em tramitação no Congresso e que pode destruir os serviços públicos. Houve também manifestações de povos indígenas que cantaram e protestaram contra a tese do marco temporal, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), e em defesa da demarcação dos territórios.

Em Brasília e São Paulo, Bolsonaro voltou a fazer ameaças à democracia e às instituições. O presidente atacou o sistema eleitoral brasileiro, integrantes do STF e governadores e prefeitos que tomaram medidas de combate à pandemia. Bolsonaro dirigiu os principais ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes, e afirmou que não irá cumprir decisões dele. Disse, ainda, referindo-se ao Supremo e a Moraes, que “ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”.

Além de Porto Alegre, atos pelo “Fora Bolsonaro” foram realizados em cerca de duzentas outras cidades em todo o país. Nas capitais e no interior, milhares de pessoas estiveram mobilizadas pelo fim do atual governo e por políticas de combate ao desemprego e à fome.

Para a diretora do Sintrajufe/RS Cristina Viana, que participou da mobilização em Porto Alegre, “apesar da chuva forte, o ato foi positivo para reafirmar que seguiremos na luta para derrubar esse governo que não tem olhos para a população e somente para o mercado que o sustenta, e que agora já está bastante abalado. Seguiremos resistindo e avançando para construir um país melhor de se viver. Só com união de todos e todas que se alinham com essa posição isso será possível”.

Outro diretor do Sintrajufe/RS presente no ato foi Paulo Guadagnin, que avalia que “com esse 7 de setembro, fica cada vez mais claro que os trabalhadores são a única força que realmente pode se contrapor a esse governo. Por isso a importância de estarmos na rua lutando contra essa política genocida e de destruição dos direitos, como é o caso da reforma administrativa.

A presença da direção e de colegas da base do Sintrajufe tem sido amplamente reconhecida pelos demais sindicatos e movimentos sociais como um importante ponto de apoio na luta. Isso nos dá a certeza que estamos certos em chamar a categoria para também ir às ruas e lutar pelo fim do governo de Bolsonaro e seus generais”.

Mara Weber, também diretora do Sintrajufe/RS, aponta que “o Grito dos Excluídos é um momento muito importante de afirmação da luta. E neste ano foi mais importante ainda, porque temos um enfrentamento fundamental para a nossa sobrevivência, o enfrentamento do projeto do Bolsonaro, do bolsonarismo e da extrema-direita e do ‘centrão’, que estão se apoiando nesse governo para ‘passar a boiada’, para passar a destruição do meio ambiente, do serviço público. Também esteve presente o enfrentamento aos discursos de ódio, racistas, homofóbicos, patriarcais.

Então, contamos ontem com as mulheres, o movimento negro, a juventude, com a defesa da educação, dos serviços públicos, da democracia – porque, sem democracia, a classe trabalhadora não consegue avançar. E, aqui no RS, precisamos de muita força para manter o ato, em função do clima, mas valeu a pena estar lá, compartilhar da força, da solidariedade, e de esperança para o futuro com um Brasil melhor. Foi um momento muito forte da resistência e da luta contra as atrocidades do governo Bolsonaro. Fora Bolsonaro! Por democracia, por serviços públicos de qualidade, por um Brasil melhor!”.

Marcelo Carlini, diretor do Sintrajufe/RS e da CUT/RS, afirmou que “não sabemos se o STF reagirá à altura. Não o fez antes, não sei se fará agora, apesar da declaração inequívoca de Bolsonaro sobre não cumprir ordens judiciais. Percebo também que a linha do STF, dos partidos da direita, mesmo da Globo é tentar domar Bolsonaro até 2022 enquanto eles buscam sua própria alternativa. De nossa parte, não podemos aguardar. O país não merece mais um ano desse governo, seguiremos a luta pelo seu fim, seguiremos a luta contra a PEC 32.”

Para o diretor do Sintrajufe/RS Zé Oliveira, “o Grito dos Excluídos, manifestação realizada há décadas, em 7 de setembro de 2021, teve dois ingredientes muito importantes. Em primeiro lugar, os movimentos social e sindical, as centrais sindicais e os partidos políticos, estavam nas ruas em defesa da democracia e contra a postura autoritária e os ataques às instituições verbalizados por Bolsonaro.

Em segundo lugar, foi mais um momento de reforçar a luta em defesa dos serviços públicos e contra a PEC 32 do governo Bolsonaro na pauta geral. Assim, o Fora Bolsonaro, cada vez mais, é um movimento que agrega a defesa da democracia e dos direitos. O Grito dos Excluídos, mesmo com a chuvarada em Porto Alegre, foi mais uma etapa nesta luta”.

A colega Vania Damin, da Justiça do Trabalho, também esteve presente no ato, e conta que foi à manifestação “na luta por direitos, em defesa da democracia e contra a PEC 32, que reduz o Estado e afetará a prestação de políticas e serviços públicos com enorme prejuízo à população brasileira e aos servidores e servidoras públicas. A reforma administrativa só é boa para o capital e para o ‘mercado’, prejudica o país e só fortalece os piores políticos”, denuncia.

Luta contra a reforma continua
Para as próximas semanas, centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares definiram um calendário de mobilizações no enfrentamento à reforma administrativa, que pode ser votada na Câmara dos Deputados já nos próximos dias. Veja abaixo:

10/09 – Live das centrais sindicais, às 18h, com participação de parlamentares

13 e 14/09 – Atividades nos aeroportos de partida dos parlamentares e na chegada a Brasília;

14/09 – Dia Nacional de Luta, com atos nos estados e municípios concentrados na pressão aos parlamentares que se declaram indecisos ou a favor da reforma; ato em Brasília organizado pelas centrais sindicais com representação das diversas entidades nacionais de servidores.

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