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Sintrajufe/RS participa, em Brasília, de atos da campanha salarial unificada; dias antes de reunião com Fenajufe, STF diz “não ter clima”

Em faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes expuseram a situação de congelamento salarial, perdas do poder de compra ante a alta inflacionária que caracteriza o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a defesa da recomposição linear de salários.


 

A mobilização de 2022 do funcionalismo começou com força e de maneira unificada, preservando a unidade que impediu a votação da PEC 32 em 2021. Nesta terça-feira, 18, centenas de servidores e servidoras federais e cerca de 50 entidades sindicais realizaram dois atos em Brasília, em defesa da recomposição salarial linear, que contemple todas as carreiras. O Sintrajufe/RS está na capital federal, onde participa das atividades. Em meio à mobilização, a imprensa, sem citar nomes, afirma que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal tem posição contrária a qualquer tipo de reajuste, isso dias antes de reunião do STF com a Fenajufe, que solicitou audiência para tratar do tema.

O primeiro ato público desta terça-feira aconteceu pela manhã, em frente à sede do Banco Central (BC). À tarde, um novo ato foi realizado junto ao prédio do Ministério da Economia, onde o ministro Paulo Guedes estava despachando com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o secretário especial da Receita Federal, Julio Cezar Vieira.

A escolha dos locais dos atos públicos foi uma mensagem direta a Guedes, que está empenhado em manter o congelamento salarial. Segundo apurado pelo Estadão/Broadcast, divulgou que a equipe econômica fez consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) quanto a prazos para aprovação de reajustes do funcionalismo, tentando encontrar justificativas legais para segurar a concessão de reajustes, mesmo que sejam apenas para recuperar perdas inflacionárias do último período.


Em faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes expuseram a situação de congelamento salarial, perdas do poder de compra ante a alta inflacionária que caracteriza o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a defesa da recomposição linear de salários.

Mourão vai a público defender reajuste zero

As manifestações em Brasília fizeram com que sites de notícias publicassem posicionamentos defendendo o reajuste zero. Em reportagem, a Folha de S. Paulo destacou a atuação da Fenajufe pelo reajuste salarial e a reunião que ocorrerá nesta quinta-feira, 20, de modo virtual, com o STF. A federação havia solicitado audiência com o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, mas será recebida pela ministra Rosa Weber, que ocupa a Presidência do Supremo durante o recesso.

Sobre o mesmo assunto, em texto intitulado “Para STF, não há clima no país para reajuste de salário de servidor”, a colunista Carolina Brígido, do UOL Notícias, afirmou que, apesar de alguns ministros do STF serem “simpatizantes da causa dos servidores do Judiciário […] é pouco provável que a maioria” concorde com a concessão de reajuste. Segundo ela, o Supremo não aprova a ideia de reajuste “nem para policiais, nem para qualquer outra categoria”.

Na manhã desta terça-feira, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, concedeu entrevista em que atacou a recomposição salarial. Segundo ele, “o orçamento não tem espaço” para a concessão de reajuste ao funcionalismo federal em 2022 e Bolsonaro “ainda não bateu o martelo” quanto ao prometido reajuste dos policiais federais. Segundo o general, “é uma decisão difícil”.

Dirigentes avaliam dia de mobilização

Em Brasília, representando o Sintrajufe/RS, a diretora Clarice Camargo destacou que sindicato estava presente, como sempre, em mais uma mobilização. “São os servidores na rua, como fizemos no ano passado, com relação à reforma administrativa. O servidor na rua com as bandeiras específicas tem conseguido levar à frente essas batalhas e sair vencedor. Hoje foi o começo de uma caminhada. A gente tem vários atos programados e há necessidade dessa unificação de trabalhadores e trabalhadoras, na busca de uma reposição salarial mínima”, afirmou.


“Estamos nas ruas para exigir do governo Bolsonaro reajuste linear para todos os servidores, a recomposição das perdas inflacionárias”, afirmou o diretor do Sintrajufe/RS Marcelo Carlini. O dirigente chamou a atenção para as notícias publicadas nesta terça-feira, dando conta de que o STF afirma que “não há clima” para o reajuste. “Em nossa opinião, o clima existe e o clima é o aumento dos combustíveis, da energia elétrica, do custo de vida. Portanto, a recomposição das perdas é uma questão de justiça”, avalia.


Presente nas manifestações, o coordenador da Fenajufe Thiago Duarte lembrou que a unidade vista nos atos desta terça-feira “foi construída na luta contra a reforma administrativa, a qual “derrotamos em 2021”. Ele falou que, na reunião de quinta-feira, 20, com o STF, a federação “vai cobrar que a Presidência se posicione publicamente a respeito da isonomia, do índice acumulado de inflação, o poder aquisitivo sendo corroído por causa do governo Bolsonaro”, que, destacou o dirigente, “pode entrar para a história como o único governo depois da redemocratização que vai dar reajuste de zero por cento de reajuste para os servidores”.


Sintrajufe/RS convoca categoria para assembleia geral quinta-feira, 19h

Nesta quinta-feira, 20, às 19h, o Sintrajufe/RS convoca para a primeira assembleia geral de 2022. A mobilização em defesa de reajuste salarial será um dos pontos de pauta, com relatos sobre as atividades desta terça-feira e, possivelmente, da reunião com o STF, que ocorrerá no final da tarde.

Também estarão na pauta a continuidade do combate à reforma administrativa, derrotada no ano passado, mas que pode voltar neste ano; a situação atual da pandemia de Covid-19 e a atuação junto aos órgãos do Judiciário e do MPU no Rio Grande do Sul; e uma pauta específica da Justiça Federal, mas que reflete uma situação mais ampla de sobrecarga de trabalho e de desvalorização dos servidores e servidoras do Judiciário Federal, que é a criação de 12 novos gabinetes no TRF4, sem o provisionamento equivalente de servidores, funções comissionadas e cargos em comissão nas unidades criadas.

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