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Intensificar a greve em todo o país é tarefa dos sindicatos de base e da categoria

Comando Nacional de Greve orienta que sindicatos realizem assembleias e indica a rejeição da proposta apresentada pelo governo. Estados que ainda não estão parados, devem deflagrar a greve imediatamente

Em reunião no final da manhã desta quarta-feira (22), o Comando Nacional de Greve, que contou com a presença de coordenadores da Fenajufe e de representantes de alguns sindicatos em greve, avaliou a proposta de reajuste apresentada pelo governo federal e, com base no debate feito durante a reunião, decidiu orientar que os sindicatos promovam assembleias com a categoria e indicou a rejeição do índice de 15,8%, com implementação até 2015. Na avaliação dos dirigentes sindicais, embora essa primeira contraproposta do governo desde o início da luta pelo PL 6613/09, que completa três anos, seja resultado da greve em vários estados e no Distrito Federal, o reajuste proposto não atende às reivindicações da categoria e está muito longe da revisão salarial prevista no PCS. Para eles, o fato de o Palácio do Planalto ter sinalizado pela primeira vez com algo diferente do reajuste zero, o que vinha sendo defendido nos últimos anos em declarações na imprensa e até mesmo em reuniões com representantes do STF, mostra que o movimento grevista do Judiciário Federal e do MPU, em conjunto com outras categorias do funcionalismo público, começa a surtir efeito. Por isso, segundo orientação do Comando Nacional de Greve, a categoria precisa intensificar as mobilizações em todo o país para garantir avanços nessa proposta, que é a primeira apresentada até agora e, por isso, tem chance de ser melhorada com a pressão da categoria.

O coordenador Zé Oliveira, que esteve na reunião ontem (21) com o ministro Ayres Britto, reforça a avaliação de que o índice apresentado pela presidente Dilma está bem distante do que vem sendo reivindicado pela categoria, há seis anos sem reajuste. Ele reconhece que a contraproposta é resultado da greve, que está começando a ganhar força com a adesão de nove estados e o Distrito Federal. No entanto, conforme avaliação do Comando Nacional de Greve, o coordenador da Fenajufe defende que o movimento precisa se intensificar nos próximos dias, considerando que o governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto final da LOA de 2013 ao Congresso Nacional. “Até lá precisamos melhorar o quadro da greve, pois é a força do movimento que vai garantir avanços no índice apresentado pelo Palácio do Planalto. O governo já começa a mudar o seu discurso de reajuste zero, ainda que com uma contraproposta bem aquém do que estamos pleiteando. Mas temos condições de melhorar esse cenário, se intensificarmos a greve em todo o país”, afirma Zé Oliveira.

A orientação é para que os sindicatos cuja base já esteja em greve intensifiquem as mobilizações para garantir novas adesões e aqueles onde a categoria ainda não parou que façam todo o esforço possível para deflagrar o movimento de imediato. “Consideramos essa proposta bastante insuficiente. O governo simplesmente ignorou o trabalho feito até agora, ao apresentar uma contraproposta bem diferente do que estamos reivindicando. Sabemos que dinheiro tem, considerando o altíssimo investimento que o governo decidiu disponibilizar para empreiteiras, via BNDES, na privatização de rodovias e ferrovias. Portanto, ele está escondendo o leite e temos que radicalizar a nossa greve para mudar isso”, reforça o coordenador Joaquim Castrillon, que também participou da reunião do Comando Nacional de Greve.  

Para Antônio Melquíades (Melqui), coordenador da Fenajufe, a proposta do governo é “ofensiva e inaceitável”. “A categoria teve o último reajuste em 2006. 15,8% equivale a aproximadamente a inflação dos três próximos anos. Como fica a perda inflacionária de 2006 até 2012?”, questiona Melqui, que considera fundamental a ampliação da greve para avançar nas negociações. “Acredito, sim, que há espaço para negociar a melhoria da proposta, mas para isso é fundamental radicalizar a greve em todo o país, com a participação de todos os ramos do Judiciário, notadamente na Justiça Eleitoral. É importante que o servidor fique atento que essa primeira proposta do governo é resultado das mobilizações, em conjunto com os demais setores do funcionalismo público. E esse foi um pequeno avanço, mas com a nossa força podemos melhorar muito”, enfatiza o coordenador da Fenajufe.

A próxima reunião do Comando Nacional de Greve será no dia 28 de agosto, próxima terça-feira, às 11h, na sede da Fenajufe. A Federação orienta que todos os sindicatos em greve enviem um representante para participar das reuniões do Comando Nacional de Greve. “Estamos em um momento crucial da nossa luta e, por isso, é preciso que haja representação aqui em Brasília de todos que estão na greve. Na reunião de hoje só tivemos, além da diretoria da Federação, a presença dos colegas do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Esperamos que na próxima, a participação se amplie”, orienta Zé. 

Da Fenajufe – Leonor Costa

 

 

 

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