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Setembro amarelo alerta para conscientização e prevenção do suicídio

Anualmente 12 mil pessoas cometem suicídio no Brasil. Relatório da (OMS) aponta o país em oitavo lugar no mundo em número de casos; jovens são os mais atingidos

No Brasil 32 pessoas cometem o suicídio diariamente.  A taxa de mortalidade supera as mortes causadas por câncer e AIDS. A informação é do Centro de Valorização da Vida (CVV). O Centro é uma associação civil, filantrópica criada em 1962 e reconhecida como utilidade pública desde 1973. O CVV é uma prestação de serviço voluntário e gratuito, de apoio emocional, psicológico e de prevenção ao suicídio. O Centro de Valorização dVida tem postos de atendimento no país inteiro.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o suicídio é a única causa de mortalidade que não teve redução no número de casos nos últimos 50 anos. Ainda segundo a Organização a cada 4 segundos uma pessoa tira a própria vida. O dado alarmante contabiliza 800 mil mortes anuais em todo o mundo. O Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial no número de casos. O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de prevenção ao suicídio. 

Em 2014 o CVV em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), e o Conselho Federal de Medicina (CFM) criaram a “Campanha Setembro Amarelo” com o objetivo de conscientizar sobre a prevenção do suicídio, e de alertar toda a população sobre o assunto. Com tudo isso falar de suicídio ainda é tabu. Por convenção equivocada o assunto era tratado apenas no meio científico. Diante do aumento de casos nas últimas décadas o tema passou a fazer parte da pauta do dia a dia. A divulgação é fator determinante para a prevenção.

 O suicídio é caso de saúde pública e como tal deve ser combatido. A campanha “Setembro amarelo” chama a atenção para essa realidade. Estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) comprova que o ato de tirar a própria vida é a segunda principal causa mortis de jovens entre 15 e 29 anos. Neste mês nas cidades há promoção de debates nas escolas, e orientação aos pais, amigos, professores e pessoas próximas a identificarem sinais suicidas em crianças e adolescentes.

As causas que levam alguém a tirar a própria vida são desconhecidas. O uso abusivo de álcool e drogas pode contribuir para esse aumento de casos na juventude. Mas a motivação não se limita apenas aos fatores perceptíveis. Em algumas situações identificar os sinais que podem alimentar gatilhos ligados ao suicídio juvenil é impossível. 

Outros fatores que também podem influenciar na prática do suicídio entre jovens é bulling recorrente, conflitos com a orientação sexual, falta de perspectiva no futuro, frustações e até exposição exagerada nas redes sociais, tornando-os vulneráveis aos ataques virtuais.

O que se sabe é que 98% dos casos estão relacionadas aos distúrbios mentais entre eles a depressão, esquizofrenia e transtornos psicóticos. Diante disso a Organização Mundial de Saúde considera que nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. Basta buscar tratamento indicado tão logo tenha um diagnóstico.

O problema é que muitos que enfrentam problemas relacionados à saúde mental não recebem tratamento. Os órgãos públicos não conseguem suprir a demanda por vagas. Conseguir atendimento na rede pública de saúde é tarefa árdua. O acolhimento é falho. Além disso, muitos têm vergonha ou medo de pedir ajuda, de serem incompreendidos ou até mesmo de serem rotulados como loucos.

Para tentar combater esse problema que é de saúde pública, é possível contar com o auxílio de 28 hospitais universitários filiados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebert), estatal vinculada ao Ministério da Educação. Os hospitais se concentram nas cinco regiões do país e oferecem tratamento psicossocial com equipes multiprofissionais que envolvem médicos psiquiatras, psicólogos e terapeutas. Para iniciar o acompanhamento, é preciso buscar a Unidade de Saúde Básica mais próxima e, após uma triagem, ser encaminhado para alguns dos hospitais que faz o tratamento.

Números na pandemia de Covid-19

Uma análise publicada no Journal of the American Medical Association - Psychiatry, em abril, nos Estados Unidos, aponta que o estresse econômico, a incerteza sobre a própria subsistência; solidão e a desconexão social aumentaram os casos de tentativas e de suicídio na pandemia. Especialistas no Brasil também detectaram um aumento nos surtos psicóticos e depressão. Os dados são de pesquisa realizada pelo Ibope para as empresas farmacêuticas Pfizer e Upjohn.

Origem do Setembro Amarelo

Em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, cometeu suicídio dentro de um carro amarelo, que ele gostava muito. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando o mesmo desespero de Mike. A distribuição de mensagens e fitas nas cores amarela (yellow ribbon) se tornou símbolo de prevenção ao suicídio e inspirou o “Setembro amarelo”. Neste mês 70 países aderem à campanha.

Na imprensa

Muitas pessoas e veículos de comunicação evitam falar a respeito. O que nem sempre é a melhor decisão. Um problema dessa magnitude não pode ser negligenciado. Atento à situação o Ministério da Saúde elaborou uma cartilha em 2017 para orientar jornalistas na divulgação e abordagem sobre o tema. O material traz sugestões sobre a cobertura deste tipo de morte.  “Uma comunicação correta, responsável e ética é uma ferramenta importante para evitar o efeito contágio”, diz a mensagem do Ministério.

Buscar ajuda

Rede de Atenção Psicossocial (Reaps)- 0800-729 3534.

- Centro de Valorização da Vida – (CVV) disque 188

- Centro de Apoio Psico-Social (CAPS) de sua cidade.

- Grupos de mútuo ajuda em redes sociais.

Cartilha de prevenção: AQUI

 

Joana Darc Melo, da Fenajufe

Publicado por Raphael de Araújo

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