fbpx

Após solicitação da Fenajufe, CSJT suspende artigo da Resolução 296 que prevê fechamento de varas na JT

Após solicitação da Fenajufe, CSJT suspende artigo da Resolução 296 que prevê fechamento de varas na JT

Fenajufe participou de audiência pública nesta quinta-feira (1) sobre o tema na CCJ da Câmara dos Deputados

Uma grande vitória da Fenajufe e Sindicatos de base para a categoria: o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) suspendeu a aplicação do Artigo 27, da Resolução CSJT nº 296 de 25 de junho de 2021, que prevê fechamento e transferência de varas na JT, até 30 de junho de 2023. O ato da presidência ocorreu na véspera da audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados para debater o tema, que contou com a participação da Federação.

A coordenadora Sandra Dias representou a Fenajufe no debate. Além da diretora, o coordenador Ivan Bagini também participou como representante do Sindiquinze/SP. Acompanharam a audiência a coordenadora Luciana Carneiro e os coordenadores Paulo José da Silva e Manoel Gérson. Da base, representantes do Sintrajud/SP, Sindiquinze/SP, Sitraemg/MG, Sintrajuf/PE, Sindjuf-PA/AP e Sintrajufe/RS.

A Fenajufe havia solicitado ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e CSJT, ministro Emmanoel Pereira, no início de agosto, o adiamento do prazo para implementação da Resolução CSJT nº 296.

A resolução determina que os tribunais regionais realizem a “adequação da jurisdição ou transferência de unidades judiciárias de primeiro grau” que tenham apresentado “distribuição processual inferior a 50% (cinquenta por cento) da média de casos novos por Vara do Trabalho do respectivo tribunal, no último triênio”.

Veja o informe da coordenadora Sandra Dias sobre a suspensão do Artigo 27:

No debate desta manhã, Sandra alertou que a política neoliberal tem pautado o funcionamento dos serviços públicos no País. “No caso da Justiça do Trabalho essa mesma lógica assumiu um viés não de investimento, mas de resultado, ao exigir que a prestação jurisdicional atenda prioritariamente a critérios estranhos à sua finalidade principal”, aponta.

A diretora ressaltou que é preciso questionar os meios e procedimentos empregados na obtenção dos resultados que não podem representar apenas dados estatísticos sem considerar outros aspectos além da daquele que é a finalização do processo. Para a coordenadora, em um País de crescente desigualdade social e econômica, com a redução do direito do trabalho iniciada com a reforma trabalhista, a diminuição do número de processos ajuizados necessita ser contextualizada.

“Não há como não questionar o motivo do desinteresse de trabalhadoras e trabalhadores pela busca da efetivação dos seus direitos”, ressalta.

A coordenadora também pontuou que a política calcada somente na pressão por resultados, tem trazido adoecimento aos servidores da JT — e a resolução 296 aprofunda isso — com remanejamento de varas trabalhistas.

Assista a fala completa da coordenadora Sandra Dias:


O requerimento para audiência foi articulado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) após debate na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em junho, que também contou com a participação da Fenajufe e do Sindiquinze — a audiência, à época, foi presidida pela deputada estadual Professora Bebel (PT).

 

Raphael de Araújo

Pin It

afju fja fndc