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Guedes e equipe da Economia querem barganhar aprovação da reforma administrativa para viabilizar reajuste a servidores

Guedes e equipe da Economia querem barganhar aprovação da reforma administrativa para viabilizar reajuste a servidores

Entidades já se mobilizam pela construção de uma possível greve geral

O ano de 2022 trará diversos desafios às servidoras e servidores públicos, assim como ocorreu no ano passado. Um deles, fruto de intensa mobilização em 2021, é a luta contra a reforma administrativa (PEC 32/20) que volta ao radar do governo neste início de ano como uma barganha do ministro Paulo Guedes e equipe econômica para viabilizar reajuste ao funcionalismo.

No fim do ano, em escancarado desrespeito com todo o conjunto dos servidores, Jair Bolsonaro pressionou para que o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator-geral do Orçamento, incluísse no parecer reajuste para policiais federais. Dessa forma, o Orçamento prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste apenas dos servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Segundo Guedes, com a aprovação da PEC 32 o governo conseguiria bancar aumento salarial de quem está na ativa. No entanto, até o momento, esse discurso não encontra coro no Congresso Nacional, mesmo até entre a base governista, pelo menos por enquanto.

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) — que foi encurralado pelos servidores em uma das manifestações no Aeroporto Internacional de Brasília em novembro passado — afirmou que "não há clima para a matéria". Essa também é a avaliação de outros deputados governistas.

No entanto, vale lembrar da forte atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que lançou mão do orçamento secreto no ano passado em troca do apoio nas pautas do governo. Apenas no mês de dezembro Lira destinou R$ 5,7 bilhões do orçamento secreto e, em sua maioria, essas verbas beneficiaram deputados do Centrão.

Sem reajuste há seis anos e amargando mais de 10% de perdas somente em 2021, servidores estão se organizando em torno de uma grande mobilização nacional para reposição salarial. O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) já discute a construção de uma possível greve nacional em todo funcionalismo.

Após uma grande mobilização unificada que saiu vitoriosa impedindo a votação da reforma administrativa em 2021, servidoras e servidores seguirão na luta em defesa do serviço público e contra a retirada de direitos este ano, que promete ser de muita luta.

 

Raphael de Araújo

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