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Dia da Consciência Negra – 20 de Novembro

Em todo o país o 20 de novembro marca o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, uma referência à morte do líder quilombola, que este ano completa 323 anos. Zumbi morreu aos 40 anos de idade e foi o ultimo líder do maior quilombo do período colonial, o Quilombo dos Palmares.

Ao lado de Zumbi e também com a mesma carência de registros históricos, está Dandara, mulher do líder quilombola e como ele, liderança na comunidade que abrigava além dos negros e negras fugidos, índios e não cativos. Juntos, Zumbi e Dandara assumem representação histórica frente a luta contra o racismo no Brasil. Luta que ao longo do tempo se viu combatendo em frentes desiguais, como nos idos anos 1970, em pleno Ditadura Militar no Brasil.  Indagado pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto ao desenvolvimento de políticas afirmativas 

Guerreira, o papel de Dandara à frente da luta pela libertação dos negros cativos também sofre com a abordagem machista da história. Como aponta a escritora Jarid Arraes, autora do “Lendas de Dandara” e de “Heroínas Negras Brasileiras”, Dandara ainda sofre o cerceamento de uma história predominantemente racista e machista: “... liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres brancas.”, aponta a literata.

Dandara foi mãe dos três filhos de Zumbi dos Palmares e após ser presa, jogou-se de uma pedreira, em de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava.

Apesar de ser uma data comemorativa, a realidade da população negra brasileira não tem motivos para comemorações. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), quase um terço das pessoas assassinadas no Brasil são pretas. Entre os anos de 2006 e 2016, o número de homicídios de pessoas negras aumentou 23,1%, enquanto a de pessoas não negras recuou 6,8%. A cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil.

Para saber mais

Em Brasília uma das atividades que marcam o Dia Nacional da Consciência negra será o lançamento da campanha Interfaces do Racismo, produzida pela Defensoria Pública da União (DPU). A campanha é composta por uma série de documentários que estabelecem a discussão acerca do racismo em quatro eixos principais: institucional, estrutural, ambiental e religioso. Os vídeos poderão ser acessados nas redes sociais da DPU no 

" target="_blank">, que a cada semana trarão um novo episódio.

Outra indicação para mais abordagens sobre o tema podem ser conhecidas através das produções audiovisuais  brasileiras a seguir. Os links referem-se aos trailers:

1. MENINO 23: INFÂNCIAS PERDIDAS NO BRASIL
Direção: Belisario Franca

Um caso chocante de escravidão nos anos 1930. O documentário retrata o caso de uma família de empresários que iam do interior de São Paulo para o Rio de Janeiro “higienizar” orfanatos, levando consigo meninos negros para exploração.

 

 

2. KBELA
Direção: Yasmin Thayná

O curta-metragem apresenta uma experiência audiovisual sobre o que é ser mulher e tornar-se negra.

 

 

4. O DIA DE JERUSA

Direção: Viviane Ferreira

O filme traz à tona uma reflexão sobre a velhice e a solidão. Uma parábola utilizada pela cineasta baiana Viviane Ferreira para homenagear a transmissão de vivências e saberes, passados de geração para geração.

 

 

5. DEUS – O FILME
Direção: Vinícius Silva

O curta-metragem Deus foi o Trabalho de Conclusão de Curso de Débora Mitie, Huli Balász e Vinícius Silva, da UFPEL. O projeto, que esteve em campanha de financiamento coletivo, aborda a força de uma mãe negra da periferia de São Paulo e sua influência divina sobre o filho.

 

 

 

7. AQUÉM DAS NUVENS
Direção: Renata Martins

Nenê é casado com Geralda há 30 anos. Em uma tarde de domingo, como de costume, ele vai à roda de samba encontrar os amigos. Ao voltar para casa, surpreende-se com uma notícia sobre Geralda. Sem deixar que o ritmo do samba caia, Nenê encontra uma solução para ficar ao lado de sua eterna namorada.

 

 

8. BRANCO SAI, PRETO FICA
Direção: Adirley Queirós

Tiros em um baile black na periferia de Brasília ferem dois homens. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. Disponível na Netflix.

 

 

9. PROFISSÃO MC
Direção: Alessandro Buzo e Toni Nogueira

Produzido sem captação de recursos, Profissão MC conta a história de um 

 

 

10. MENINA MULHER DA PELE PRETA – JENNIFER
Direção: Renato Candido Lima

Jennifer, uma garota de 17 anos moradora da Vila Nova Cachoeirinha, manipula suas fotos no Photoshop para ficar “mais bonita” em sua concepção: com a pele clara e cabelos lisos. Num momento de sua vida em que se torna adulta, procura emprego, procura se relacionar com alguém que ela ame, Jennifer vive dilemas relativos a sua identidade numa sociedade que está calcada nos significados de branquitude.

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