Paulo Rios morreu e deixou uma herança incrível: o exemplo da inflexibilidade dos intelectuais orgânicos da Classe Trabalhadora nas lutas diárias e na Revolução a longo prazo.
Conheci-o em 2003, e, logo em sequência, a história de um perseguido por suas lutas, cuja consequência foi sua demissão injusta, por ter denunciado o nepotismo no TRT do Maranhão.
A história de Paulo Rios muita gente conhece. Mas o perfil de Paulo Rios no dia a dia das lutas, nem todos.
Como diretor da Fenajufe, Paulo Rios era exemplar na dureza das palavras francas, diretas e sem flexibilidade em relação à luta de classes. Nunca permitiu um deslize de quem quer que fosse. Muito menos de diretores da FENAJUFE
Lembro quando bateu na mesa, irado, por alguém desprezar Trabalhadores que usavam sandálias havaianas e cabelo rastafari.
Paulo Rios nunca se curvou aos patrões e ao capitalismo. Viveu de pé, livre, absoluto. E morreu assim.
Conversava horas com Paulo. Ele brincava que éramos os apóstolos Paulo e Pedro. Ele nasceu no mesmo dia que eu, exatamente, um ano antes, e foi meu mestre. Paulo enfrentava tudo com palavras duras, aprendi com ele a nunca desistir de nada e caminhar sem medo.
Obrigado, meu amigo, camarada Paulo Rios!
Você, sempre, estará presente nas lutas da Classe Trabalhadora porque brasas da Revolução nunca se apagam: acendem novas chamas.
Descanse em paz, Paulo Rios.
Suas lutas não foram em vão.
**Pedro Aparecido de Souza é Oficial de Justiça Avaliador Federal do Tribunal Regional do Trabalho da 23 região (TRT-23) aposentado e ex-presidente do Sindijufe/MT e ex-coordenador da Fenajufe.
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