Em assembleia geral realizada nesta terça (14), a categoria judiciária fluminense elegeu a delegação para a Marcha dos Servidores Públicos Federais (SPFs) que aconteceu em Brasília nesta quarta-feira (15), e que também representará o Rio na Reunião Ampliada da Fenajufe que acontecerá na quinta-feira (16). Cerca de 60 servidores e servidoras participaram da assembleia que reuniu servidores do TRF, das Justiças Federais da própria avenida Rio Branco, da Almirante Barroso e da avenida Venezuela, do TRF, do TRT e da Justiça Eleitoral. Sem polêmica, uma chapa de consenso foi aprovada pelos presentes.
Já a segunda proposta, levada à assembleia pelo Carlos Antônio Pereira de Almeida, da 136ª Zona Eleitoral, de São Gonçalo, dividiu opiniões. Carlos Antônio apresentou a ideia, discutida segunda-feira (13) em assembleia setorial do TRE de São Gonçalo, de que o Sisejufe produzisse camisetas pretas com as inscrições: “Eleição 100%. Reajuste 0%” para serem usadas durante as eleições de outubro, caso a categoria não esteja em greve.
O dirigente sindical Roberto Ponciano se contrapôs à proposta, afirmando que ela deixaria subentedido para o servidor do TRE que a categoria não teria condições de manter a greve, e que a greve seria substituída por uma camisa. “Estamos em agosto, a eleição será em outubro. Aprovar a ideia de uma camisa na possibilidade de não entrarmos em greve, para trabalharmos na eleição, é sinalizar para categoria que na época da eleição a gente vai trabalhar! Agora vamos referendar o ‘fura-greve’ uniformizado?!”, contestou Ponciano.
O dirigente também ponderou que esse tipo de proposta deve ser discutida após a instalação do Comando de Greve “porque durante um movimento paredista não existe a cisão entre sindicato e base – é o Comando de Greve que toma as decisões”, destacou Ponciano. Como não houve consenso, a proposta foi posta em votação e a maioria dos filiados presentes decidiu rejeitar a decisão antecipada sobre a confecção das camisetas.
Indicativo de greve e nova assembleia
Com indicativo de greve, os servidores do judiciário federal e MPU do Rio de Janeiro decidiram antecipar a próxima assembleia da categoria, que estava marcada para o dia 24 de agosto, para o dia 22 de agosto, próxima quarta-feira. A assembleia geral será na quarta-feira, 22 de agosto, às 12h, em frente à JF da avenida Rio Branco.
“O momento é de luta e não podemos desanimar. Volto a dizer o que tenho dito desde o início de nossas mobilizações: a nossa luta, na atual conjuntura, não é apenas por aumento salarial. O que está em jogo é o nosso futuro enquanto servidor público. É importante termos essa consciência e que os outros companheiros que não se juntaram a nós desçam e participem”, declara o servidor do TRT Sérgio Feitoza.
O diretor sindical Roberto Ponciano afirma que irá defender a greve na assembleia e alerta para a atual conjuntura, em que várias categorias do país estão paradas. “No momento em que a Central Única dos Trabalhadores coloca 20 mil pessoas em Brasília, coloca o governo na parede, denuncia o governo na OIT, diz que não vai aceitar mais um ano sem aumento; no momento em que estouram greves em todo o país – na Polícia Federal, na Polícia Rodoviária Federal, na Universidades, no IBGE, no INPI – eu nunca vou dizer à categoria: – Olha, não está satisfeito? Não quer fazer greve? Então tá tudo bem! O momento é esse! Dia 31, o Orçamento vai ser definido e nós temos que estar em greve. Sem greve é que não teremos chance de aumento salarial!”, argumenta Ponciano. “Estamos há seis anos sem aumento, temos como trabalhar cada um e cada um e no dia 22 de agosto decretar a greve e fazer uma grande greve no Judiciário Federal”, completa.
Fonte: Sisejufe-RJ