Em Alagoas, milhares protestam contra o PL 4330 da terceirização

Sindjus/AL

Mais de três mil pessoas de Alagoas realizaram grande protesto contra o PL 4330/2014 que libera a terceirização de todas as áreas dos serviços público e privado, na quarta-feira (16). 

A concentração ocorreu em frente ao Cepa – Centro Educacional de Pesquisas Aplicada (antigo CEAGB), contando com a participação dos movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos, estudantes, trabalhadores rurais sem-terra e sem-teto, trabalhadores da rede privada e servidores públicos. 

Do Cepa, os manifestantes saíram em passeata, realizando vários atos públicos. O primeiro ocorreu em frente à Caixa Econômica Federal, que teve o objetivo de protestar contra a proposta de privatização da instituição bancária pública. A segunda manifestação se deu em frente à Casa da Indústria, onde os protestantes puderam manifestar a indignação contra o PL 4330, que foi aprovado na Câmara Federal, e terá consequências gravíssimas aos trabalhadores, como a demissão em massa e substituição dos trabalhadores com carteira assinada por terceirizados, que ganham os piores salários e não possuem a garantia dos direitos trabalhistas. 

No centro de Maceió, os manifestantes conquistaram o apoio dos comerciantes que fecharam as lojas em ato contra o PL da terceirização. 

O coordenador Geral do Sindjus/AL, Paulo Falcão, ressaltou que a manifestação coloca na ordem do dia os direitos dos trabalhadores nesses primeiros 100 dias do governo Dilma que apresentou um pacote contra os trabalhadores, como as medidas provisórias 664 e 665, o PL 4330 da terceirização, o aumento da inflação, o reajuste das tarifas de energia elétrica e da água, e o aumento da cesta básica. “O governo ainda destina 45% do orçamento da União para pagamento dos juros da dívida externa para banqueiros. Não podemos aceitar pagar por essa crise. A classe trabalhadora tem que voltar às ruas contra o PL 4330 da precarização dos trabalhos, que reduzirá os postos de trabalho, significará a demissão em massa, o aumento dos acidentes de trabalho, o trabalho escravo. É um projeto de escravização da classe trabalhadora”, alertou. 

O sindicalista também informou que, em 2014, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Eduardo Cunha, declarou a arrecadação de R$ 4,6 milhões na campanha eleitoral de empresas de bebidas, de siderúrgica e outras. “Por isso que ele está defendendo os interesses dessas empresas financiadoras com o PL 4330, inclusive, impediu o acesso da classe trabalhado na sessão que aprovou o projeto”, disse. 

O PL 4330 prejudica a organização sindical dos trabalhadores, impedirá a realização de concurso público. Já é comum na Justiça do Trabalho situações em que as empresas terceirizadas desaparecem, deixando sem cobertura os contratados. A empresa contratante emprega a força de trabalho, mas não se sente por ela responsável. As estatísticas comprovam que o número de acidentes do trabalho e de doenças em razão do trabalho é muito maior entre os trabalhadores terceirizados. Além disso, nas empresas terceirizadas são registrados os casos mais graves de trabalho degradante, como o trabalho escravo e o trabalho infantil. “É preciso dizer não ao PL 4330. Impedir sua aprovação no Congresso”. 

Participaram da manifestação a CUT, a CTB, a CSP-Conlutas, o Sindpol, o Sinteal, o MTS, o Sindipetro, a Anel, os Urbanitários, o DCE-Ufal, o MML, o Sindacs, o Sindjus, o Sindprev, os Bancários, o Sinduneal, o Sindicato dos Servidores do Nível Médio, entre outros.

Foto: arquivo do sindicato.

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