Em entrevista, presidente do Sintrajuf-PE explica prejuízos da reforma administrativa

De acordo com o dirigente, o Sintrajuf-PE e demais entidades de servidores têm alertado para “intervenção drástica” que deve ser feita com foco no Estado mínimo e interferência direta em serviços de saúde, educação e acesso à Justiça.

Alvo da reforma administrativa, Manoel Gérson chamou a atenção para a importância da estabilidade no serviço público, citando como exemplo os últimos episódios envolvendo a Anvisa, que apesar das interferências do governo, com caráter técnico aprovou as vacinas que hoje imunizam a sociedade.

“A estabilidade é uma proteção para a sociedade e não para o servidor. Com a reforma, a estabilidade e o próprio concurso público estão em xeque. A reforma pretende substituir o corpo de servidores estáveis por uma equipe do governo de plantão, cada governante traz o seus para entender seus interesses”, avaliou Gérson.

Outro tema discutido foi sobre a percepção da população de que o servidor da Justiça Federal recebe salários. “Há membros de poder, parlamentares, magistrados, que constituem de fato outra realidade. Eles são colocados no cálculo geral e tiram uma média que os servidores não vivem. Isso contamina o debate e a percepção, criando uma realidade que servidor do piso de fábrica do serviço público não vive”.

Diante dos riscos da reforma administrativa colocada, o presidente do Sintrajuf-PE rememorou as ações dos sindicatos e demais entidades e convocou a categoria a estar integrada às ações de defesa do serviço público.

“Sem poder ir para às ruas por conta da pandemia, o Sintrajuf-PE e a Fenajufe têm se inserido em várias articulações, como na Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, produzindo material e mantendo contato com parlamentares, com o Fórum Nacional dos Servidores Federais, o Fonasefe, que promoveu uma jornada de agitações na última semana. Não descartamos nenhum canal de comunicação”.

O presidente do Sintrajuf-PE finalizou a entrevista explicando que os movimentos contra a reforma administrativa não têm caráter individualista. “Essa luta não é uma luta corporativa. É um alerta para sociedade que vai perder serviços para a população”, afirmou Manoel Gérson.

Ouça a entrevista completa aqui: https://soundcloud.com/folhape/030221-fato-analise-sintrajuf-promove-atos-contra-a-reforma-administrativa