Mais de 300 servidores das três Justiças com representação em Belo Horizonte, além de colegas de Juiz de Fora, Cataguases, Contagem, João Pinheiro e Betim, reuniram-se na manhã desta sexta (31) para uma assembleia em frente à Justiça Federal com a pauta talvez mais importante de todas: deliberar sobre aceitar ou não a contraproposta de 33% apresentada pelo Supremo Tribunal Federal em reunião com representantes da Fenajufe em Brasília, na última semana. Em uma votação apertada, acabou vencendo a rejeição à oferta do governo.
Dada a apreensão gerada em uma parte da categoria com o “não” dito em assembleia, a coordenadora executiva do Sitraemg Débora Melo Mansur esclareceu que rejeitar não significa ficar sem aumento, posto que a previsão já está na LOA: significa apenas mandar um ‘recado’ ao governo de que a categoria não vai desistir de lutar pelo plano de carreira e por um reajuste justo, que cubra as perdas geradas pela inflação.
Apesar de já haver algo aparentemente garantido, servidores e coordenadores chamaram a atenção de forma veemente para que os servidores continuem unidos na greve – sobre a qual haverá deliberação na próxima assembleia, dia 4 de setembro – e que pensem nos próximos anos antes de pensar que a proposta do governo é um “bom negócio”. Hélio Ferreira Diogo, coordenador executivo do Sitraemg, acredita que a categoria precisa conhecer e entender melhor o proposto pelo STF, e destaca que aceitar esses 33% depois de tantos anos de luta por algo melhor é “uma contradição”.
Para o servidor do TRT José Henrique da Paixão Lisboa, que levou diversas tabelas com índices e dados sobre o reajuste, é perigoso aceitar o parcelamento da proposta, pois há risco dela “agarrar” em 2014 com a “desculpa” de ser ano de Copa do Mundo e eleições e, assim, não haver dinheiro nem tempo para os servidores. “Aceitar [a proposta] significa ficar calado até 2016”, acrescentou Fernando Neves, servidor do TRE na capital.
Servidores como Vilma Marra dos Santos (Justiça Federal), Jair Lemos (TRE) e Alexandre Magnus Martins (TRT – Juiz de Fora) apontaram outros aspectos para os quais a categoria precisa estar atenta. Magnus criticou a regulamentação do direito de greve do servidor público e as restrições que ela pode trazer ao movimento, além de pedir atenção ao crescente sucateamento do serviço público. Vilma Marra pediu para que não fosse esquecida a luta pela database dos servidores e Jair Lemos frisou que é preciso que haja uma greve forte e com adesão real de todos para que melhorias sejam conseguidas.
Ao final da assembleia, o diretor do Sitraemg-MG Hebe-Del Kader deu os últimos informes em nível nacional, leu as manifestações recebidas por e-mail de servidores do interior e pediu palmas e apitaços para todos que se envolveram na mobilização, seja visitando os prédios na capital seja promovendo atividades no interior, como atestam as dezenas de fotos enviadas ao sindicato nos últimos dias. Após o encerramento, os servidores tomaram posição para a passeata programada para a tarde, que terminou no TRE, na Avenida Prudente de Morais.
Fonte: Sitraemg-MG