Uma equipe do Sintrajufe-RS esteve em Santa Maria, nesta terça-feira (13), visitando colegas da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho. Acompanhada pelo diretor Marcelo Andrade Trevisan, que mora na cidade, a comitiva, composta por funcionários do sindicato, contou também com a participação do advogado Felipe Néri Dresch da Silveira, da assessoria jurídica do Sintrajufe-RS.
Durante as passagens pelos setores, os servidores ouviram relatos sobre a tramitação do PL 4.363 no Congresso Nacional e foram convidados a participar do Encontro de Saúde e do Congresso do Sintrajufe-RS. Na oportunidade, também puderam esclarecer dúvidas a respeito das ações judiciais movidas pelo sindicato. Ao mesmo tempo, cada setor recebeu o relógio alusivo à Campanha de Pausas durante a jornada de trabalho. “De tanto falar, talvez a gente se conscientize da necessidade e da importância de fazer as pausas”, brincou a servidora Elis Regina Flores, da JT.
A passagem pela Justiça Federal contou também com as presenças dos juízes federais Ézio Teixeira e Lúcio Rodrigo Maffaciolli de Oliveira, que manifestaram total apoio à iniciativa do sindicato de promover as pausas. Os magistrados informaram, inclusive, que estão providenciando o espaço para a criação de uma “sala de descompressão” na vara. “O processo eletrônico aumenta o desgaste de todos, e se a mente está cansada, o corpo sofre. Com as pausas, a produtividade até aumenta”, afirmou o juiz Ézio.
No final da tarde, no auditório da JT, o médico do trabalho e assessor de saúde do Sintrajufe-RS, Geraldo Azevedo, apresentou o relatório preliminar com os dados da Pesquisa de Saúde feita pelo sindicato ao longo deste ano. Azevedo destacou que o número de respostas aos questionários enviados aos servidores qualificou ainda mais os resultados do estudo.
Em sua exposição, o médico mostrou que houve aumento da jornada e de quantidade de trabalho. De acordo com o Sintrajufe-RS, uma das constatações mais importantes da pesquisa é que os problemas de adoecimento e de organização e relações de trabalho no Judiciário Federal foram agravados nos locais em que o processo eletrônico já foi implementado. A pesquisa indicou também uma alta incidência, entre os servidores da JF pesquisados, de distúrbios psiquiátricos não psicóticos. Segundo Azevedo, esse dado explica o motivo de a JF estar “mais medicalizada” que os demais órgãos do Judiciário Federal.
“Quantas pessoas precisam adoecer, aumentar o grau dos óculos, entre outras coisas, até que alguma providência seja tomada?”, quis saber a colega Marla Deise de Oliveira, da Justiça Federal. “Desenvolvi uma LER, tem dia que durmo e acordo com dores. Todo dia, a gente chega em casa e toma Dorflex, bi-profenid…É um custo muito alto para os servidores, e nossa saúde não tem preço”, desabafou Marla.
Fonte: Sintrajufe-RS