Sindjus (AL)
As entidades de servidores do Judiciário Federal e do MPU, de advogados e magistrados do Trabalho reafirmaram a união no Ato Público em defesa dos direitos sociais e da Justiça do Trabalho, realizado na segunda-feira (21), em frente ao prédio das Varas do Trabalho de Maceió.
A manifestação em defesa da Justiça do Trabalho foi realizada em todos os estados do Brasil, contra a declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que sua equipe estuda a criação de projeto de lei, objetivando a extinção da Justiça do Trabalho, caso haja clima.
O ato público contou com a participação de representantes da Amatra 19, da Anamatra, da Asstra 19, da AATAL, da OAB/AL, da Caixa de Assistência da OAB, do Sindjus-AL, do Sindicato dos Advogados de Alagoas, da Atrial, do MPT, do Sindagro, da ANPT, do Sinait, de populares.
Durante as intervenções, o presidente da Amatra 19, Nilton Beltrão Albuquerque Júnior, destacou a importância da realização do ato público para defender a Justiça do Trabalho contra a ameaça de extinção. Ele disse que a Justiça do Trabalho é a pacificadora entre o capital e trabalho.
O representante da Anamatra Valter Pugliesi alertou sobre a campanha contra a Justiça do Trabalho. “São repassadas informações falsas, que têm o objetivo de destruir o ordenamento da Justiça do Trabalho”, disse, destacando que a Justiça é parcial e visa a proteção dos direitos dos trabalhadores.
Carlos Henrique, da AATAL, disse que é inviável a extinção da Justiça do Trabalho. Revelou também que com a reforma trabalhista, foi reduzido os direitos, houve mais desemprego, maior número de acidentes de trabalho e adoecimento de trabalhadores.
Somando-se às intervenções dos representantes, a advogada Priscila de Barros, da AATAL, também defendeu a mobilização das entidades, afirmando que os trabalhadores precisam da Justiça do Trabalho.
O presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa, destacou que todos devem sair com a missão de proteger os direitos sociais. “Se não disseminarmos essa preocupação, a Justiça pode ser extinta, e isso levará o colapso da Justiça. Estaremos vigilantes. Vamos levar essa consciência à sociedade”, defendeu.
Ednaldo Maiorano, da OAB-AL, também declarou que a vigília deve ser constante, diante da importância da Justiça do Trabalho para a sociedade.
Agamenon Conde, do Sindicato dos Advogados de Alagoas, enfatizou a preocupação com a ameaça de extinção da especializada. “Toda a sociedade brasileira deve estar preocupada. Devemos nos engajar cada vez mais nessa luta. Esse poder da Justiça do Trabalho só faz o bem a sociedade”.
Basile Christopoulos, membro da Atrial, também ressaltou a importância do sentimento de união das entidades para combater o projeto de extinção dos direitos sociais e trabalhistas.
O Procurador-chefe da PRT/AL, Rafael Gazzaneo Junior, repudiou a atitude do presidente do TST que tentou desestimular a realização do ato. “Esse ato singelo é um pontapé contra a extinção da Justiça do Trabalho. Vamos continuar com a vigília em defesa da Justiça do Trabalho, que cumpre o seu papel e protege a parte mais fraca. Aqui é a justiça de desempregados”, disse.
O coordenador Geral do Sindjus-AL, Paulo Falcão, lembrou que o prédio das Varas do Trabalho é o quilombo de luta dos servidores do Judiciário Federal. Ele também criticou a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o trabalhador terá que escolher entre ter direito sem emprego ou emprego sem direito. “Sabemos que a caneta não vai acabar com a Justiça do Trabalho, mas as atitudes, como a reforma trabalhista, a Emenda Constitucional 95, de congelamento dos gastos públicos, a extinção do Ministério do Trabalho”, alertou.
Ao final do ato público, todos os participantes deram um abraço simbólico no prédio das Varas do Trabalho.