Greve mostra força com Apagão do Judiciário em São Paulo

Servidores fecham Fórum Pedro Lessa, fazem passeata na Paulista e suspendem audiências na JT. Dia 29 tem mais.

Com um intenso trabalho de mobilização, baseado em “arrastões” e muita conversa com os colegas, os servidores do Judiciário Federal em São Paulo conseguiram nesta quarta-feira, 21, fechar o Fórum Pedro Lessa, da Justiça Federal, bloquear uma das pistas da Avenida Paulista e dar uma demonstração de força da greve iniciada há uma semana.

O Apagão do Judiciário também foi forte na Justiça Trabalhista, com 77 balcões fechados no Fórum Ruy Barbosa, na Barra Funda. No total, 18 audiências foram suspensas e 632 servidores entraram em greve no Ruy Barbosa. À tarde, a direção do Fórum comunicou a suspensão dos prazos processuais.

Na Justiça Eleitoral, os servidores realizaram assembleia às 14h e decidiram paralisar o trabalho no dia 29, quando vão se manifestar em defesa da definição de uma data-base.

Baixada e interior

Na Baixada Santista, a paralisação se generalizou pelos diversos prédios da Justiça Federal e Juizado Especial Federal de Santos, bem como pela Justiça do Trabalho de Praia Grande, Santos, Cubatão, São Vicente e Guarujá. Servidores de todos os fóruns da região seguiram em caravanas para São Paulo, onde participaram da assembleia e do protesto da categoria na Avenida Paulista.

 Houve ainda significativa adesão nas cidades do interior. Na manifestação da Paulista, estiveram servidores de Marília, Araraquara, Barueri, Osasco, Ribeirão Pires, Mauá, São Bernardo, Suzano e outros municípios do Alto Tietê. Em Campinas, servidores do TRT da 15ª Região, votaram nesta quarta sua adesão à greve.

Dia 29, mais um Apagão

Na assembleia que antecedeu a passeata, os servidores decidiram manter a greve e realizar no dia 29 novo apagão e mais uma assembleia diante da JF. Neste dia, vence o prazo que a comissão de negociação instalada no STF estabeleceu para apresentar uma proposta que atenda à pauta salarial emergencial.

“Um, dois, três, quatro, cinco… Mil! Ou dá o reajuste ou paramos o Brasil!”, dizia um dos refrões cantados durante a manifestação.

A avaliação geral entre os servidores é de que somente a força da greve pode fazer o STF lutar pela aprovação, no Congresso, de um projeto substitutivo ao PL 6613/2009. Os trabalhos da mesa de negociação em Brasília avançam em ritmo acelerado rumo à proposição de uma tabela salarial. No entanto, essa é apenas uma primeira etapa da luta dos servidores, que ainda têm de romper a resistência do governo Dilma Rousseff em conceder reajustes salariais ao funcionalismo (veja reportagem sobre a mesa de negociação aqui).

A proposta que sair da mesa de negociação será levada para a reunião ampliada da Fenajufe, no dia 1º de junho. Na assembleia que os servidores de São Paulo realizaram na Avenida Paulista nesta quarta-feira, também foram eleitos os delegados para a reunião ampliada e para o encontro dos técnicos judiciários, marcado para 31 de maio.

“Temos de fazer ‘arrastões´ contínuos, todos os dias”, defendeu o servidor do TRF-3 Aírton Laranjeira.  Ele ressaltou a necessidade de união da categoria. “Precisamos de uma proposta única para levar ao STF e ao Executivo”, declarou. “Com o ato de hoje, a tendência é a greve ganhar força”, disse o servidor da JT Paulo José de Souza.

Fonte: Sintrajud/SP

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