Servidores do RN rejeitam contraproposta do STF e greve de 48 horas continua nesta sexta

Em assembleia realizada pelo Sintrajurn na manhã desta quinta-feira (30), em frente à sede da Justiça Federal durante a greve de 48 horas deflagrada para esta quinta e sexta-feira, os servidores do Judiciário Federal no Rio Grande do Norte decidiram rejeitar a oferta de reajuste salarial de 10% a 33%, em três anos, proposta pelo Executivo e encaminhada ontem (29) à categoria pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto.

Antes da votação, os coordenadores do Sintrajurn e os servidores apresentaram os argumentos para aceitação ou rejeição da nova proposta.  A assembleia foi aberta pelo coordenador Fábio Maroja (TRT) que votou pela aprovação. Em seguida o oficial de Justiça, Levi Medeiros (TRT) votou contra. “O que vejo é a subserviência do Judiciário ao Executivo. O que Dilma diz é sacramentado pelos outros dois poderes que dizem amém. Sou contra. Ou temos poder ou não temos. Não aceitamos a proposta de 15,8% nem vamos aceitar a contraproposta. Se hoje eu estivesse entrando na carreira não hesitaria em sair do Judiciário para o Executivo e, principalmente para o Legislativo Federal”, disse Levi Medeiros.

O servidor Dennis Eliezer também defendeu a recusa, sob o argumento de que “de um lado temos a proposta que não é de Ayres Brito e sim de Dilma. Prefiro ficar sem nada do que ser refém do governo nos próximos três anos”, enfatizou Eliezer. Já a servidora Silvana Morais acha que a proposta de 100% da GAJ deveria ser aprovada. “A situação de 0% há muito tempo é desgastante. Essa proposta de 100% da GAJ deve ser reconsiderada”, opina.

A coordenadora do Sintrajurn, Silvana Benevides, fez uma veemente explanação pela rejeição da oferta. “É muito estranho essa contraproposta 48 horas antes do prazo da Lei Orçamentária Anual. É muito estranho tudo isso, incute o pavor e intimidação nas pessoas. A gente aceitando acabou para sempre. Não vamos nos iludir com o canto de sereia. Tem muita coisa estranha, suja. Não são 10% em 2013 que vão repor o que estamos perdendo. Vou ser sempre contra, independente de qualquer situação em que esteja”, reforça Benevides.

O servidor do TRE, Max Foppel, lembrou quando Dilma colocou a mão na constituição em primeiro de janeiro de 2011 e jurou respeitá-la. “Ela está desrespeitando a constituição. Coloquei como proposta de um twitaço impeachment para Dilma já. #ForaDilma. Porque tinha tanto fora FHC e não tem fora Dilma? Porque CUT e PT estão atrelados a dona Dilma, subservientes mais que o judiciário mas a gente precisa contra atacar essa nossa inimiga. Ela ignora a autonomia do judiciário”, protesta.

Para o coordenador Geral do Sintrajurn, Janilson Sales, se a categoria aceitar a proposta e assinar significa ficar presa nos próximos três anos garantindo a reeleição da presidente em um céu de brigadeiro. “O Supremo não é tolo de não encaminhar, dentro da proposta do Orçamento, qualquer reajuste pra gente. Por que vai fazer isso? Porque não quer que a greve se prolongue. É uma leitura lógica. O Supremo inclui os 15%. Problema do Supremo. O problema é se nós assinarmos, como categoria, um acordo terrível desse. Tenho certeza que o STF vai encaminhar um acordo. Se aceitarmos os 33% vamos desistir do PCS  e das nossas  perdas e lutas”, concluiu Janilson Sales.

“Temos um partido que não representa mais os trabalhadores. Dilma está fazendo o que ninguém, nem um general da ditadura, imaginava que o governo iria fazer”, resumiu o coordenador geral do Sintrajurn, Clayton Araújo.

Outros argumentos foram apresentados pelos presentes e ao final, por maioria, a categoria rejeitou a nova proposta e a paralisação continua nesta sexta-feira (31), conforme estabelecido em assembleia. A programação consta de ato público durante todo o dia em frente aos prédios do TRT e TRE.

Fonte: Sintrajurn-RN

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