Por Sintrajufe-MA
O ato em defesa da Justiça do Trabalho, realizado na manhã desta quarta-feira, 30, em frente ao Fórum Trabalhista no bairro da Areinha, em São Luís, reuniu representantes de diversos segmentos sociais, que demonstraram estar conscientes da grave ameaça que representa a possibilidade de extinção desta justiça especializada.
Entre os participantes, juízes do trabalho filiados à Amatra XVI e à Anamatra, servidores do Judiciário Federal (entre estes os da própria JT bem como da Justiça Federal), trabalhadores celetistas e seus sindicatos, como bancários e metalúrgicos, representantes de centrais sindicais e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD/MA).
As falas expressaram defesa contundente da JT, ressaltando sua importância para a sociedade e desmistificando argumentos falaciosos utilizados contra a sua manutenção.
Para o advogado Guilherme Zagallo, membro da ABJD, “A grande maioria dos empregadores, que cumprem com suas obrigações, não são interpelados pela Justiça do Trabalho, e sim o mau empregador. Até o bom empregador tem interesse que a Justiça do Trabalho funcione bem! O que há agora é a tentativa de piorar as condições de trabalho no Brasil. Extinguir a Justiça Trabalhista não vai fazer um país melhor, ao contrário”, declarou.
Antônio Eduardo, servidor da Justiça Federal e ex-diretor do Sintrajufe, lembrou que essa luta vem de muito longe, desde as ameaças à destruição da Justiça do Trabalho, contra a qual houve grande luta em 1998. “Nesses vinte anos, tiraram direitos, fizeram a reforma, avançaram na terceirização, e agora vêm com toda força querendo extinguir a Justiça do Trabalho, como se isso fosse avanço. Na verdade, mais um capítulo de ajuda aos empresários para que a ganância e o lucro não tenham limite”.
Para a juíza do Trabalho na cidade de Barreirinhas, Socorro Almeida, “A tentativa de extinção é um desrespeito total, uma volta ao século XVIII”.
A advogada trabalhista Katia Ribeiro conclamou os presentes a se manterem vigiliantes e pensar outras ações na defesa da JT, buscando envolver toda a sociedade. Estiveram presentes ainda metalúrgicos, bancários e representantes das centrais sindicais.
O ato também prestou homenagem à memória dos vitimados na Chacina de Unaí (três auditores fiscais do trabalho e o motorista assassinados em emboscada ao cumprir fiscalização) e as vítimas da barragem da Vale em Brumadinho, episódio criminoso que evidencia o lucro acima da vida.
A atividade foi classificada como histórica pelos presentes, que se comprometeram a pôr de lado suas diferenças para avançar nessa luta, que vai precisar se intensificar e se espalhar pela sociedade: no próximo dia 13 de fevereiro, também uma quarta-feira, todos estão chamados, a partir das 18h, a participar de reunião ampliada na Sede do Sindicato dos Bancários (rua do Sol, Centro de São Luís) para discutir e traçar os próximos passos.