Na tarde da sexta-feira (3), a XXII Plenária Nacional da Fenajufe reuniu representantes de diversos sindicatos do PJU e MPU do País para amplo debate sobre a conjuntura internacional e nacional e os ataques aos servidores e serviços públicos.
A primeira mesa de debate do dia contou com a presença dos dirigentes sindicais Marcos Santos, Marcelo Ortiz e Mara Weber e foi composta também pelos palestrantes Rafael Freire, José Loguércio e Plinio Sampaio.
Durante as apresentações, todas as falas se concentravam em um mesmo viés de que a situação pela qual os trabalhadores brasileiros passam – principalmente o do serviço público – é a pior de todos os tempos.
O primeiro a falar foi Rafael Freire, Secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas – CSA, que fez uma breve análise sobre a atuação sindical no contexto histórico nacional e internacional e citou a semelhança dos ataques sofridos pelos trabalhadores do Poder Judiciário da Argentina, tema que foi abordado por Pedro Quilpatay, representante da Federação dos servidores do Poder Judiciário na Argentina (FJA), na abertura da XXII Plenária.
O secretário enfatizou ainda a importância de juntar uma frente continental para resistir aos ataques e pensar em ações articuladas com diversos movimentos sociais. “Alianças importantes podem levar a uma vitória nossa frente a essa etapa que estamos vivendo hoje. A ideia é de resistir, é de avançar. A luta da Fenajufe faz parte dessa resistência nacional. Vamos sim, resistir. Sim vencer!”, finalizou Rafael.
Em seguida, o professor Livre Docente pelo Instituto de Economia da UNICAMP Plinio Sampaio, agradeceu o convite e também destacou a relevância da plenária para discutir sobre os graves ataques e pensar em alternativas de luta e força real. O professor citou a necessidade de discutir a essência da crise econômica e a integração de luta dos servidores da América Latina.
Segundo Plinio, a greve dos caminhoneiros representou um momento ímpar, de grande transformação e afirmou a intervenção popular ser a melhor saída para enfrentar as atuais retiradas dos direitos dos trabalhadores e da sociedade brasileira. “Precisamos de mudanças profundas para enfrentar os problemas históricos do País e do Capital. Necessitamos de mudanças profundas e revolucionárias na sociedade”, afirmou ele.
Finalizando as falas, o doutor em Ciência Política José Loguércio, alertou sobre uma nova crise prevista muito maior do que a de 2008 e reafirmou que os trabalhadores do PJU e MPU precisam traçar estratégias fortes de luta política e teórica além de tentar unidade de organização nas diversas esferas da sociedade.
Desta primeira mesa da XXII Plenária ficou uma certeza: a classe trabalhadora terá que se organizar ainda mais para barrar os ataques deste governo ilegítimo. É preciso, mais do que nunca, construir uma grande luta para superar os desafios impostos. Desafios estes que serão discutidos na plenária até domingo (5), no auditório do Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador.
Ao final, a dirigente Mara Weber destacou um momento importante na história da Plenária Nacional da Fenajufe que foi a inauguração das falas paritárias.