As propostas apresentadas serão encaminhadas à diretoria-executiva para análise e divulgação posterior
Após dois dias de intensos debates raciais, o III Encontro do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos se encerra nesse domingo (23) com excelentes discussões temáticas. O evento aprovou a alteração na descrição do coletivo para incluir os termos “negros e negras” na nomenclatura.
A mudança da nomenclatura se deu com a leitura do regimento interno, aprovado no encontro do Coletivo ocorrido em 2024. Com a aprovação, a partir desta data, o Coletivo de Pretas e Pretos passará a se chamar “Coletivo Nacional de Negras e Negros da Fenajufe”.
Nesta manhã, as coordenadoras Maria José Olegário Luciana Carneiro comandaram a mesa diretora. A coordenadora Juliana Rick participou de forma virtual. No sábado(22) participaram por videoconferência, a coordenadora Paula Meniconi e o coordenador Paulo Falcão.
As propostas que foram apresentadas serão encaminhadas para análise da diretoria executiva e posterior divulgação.
Os painéis apresentados no último dia do círculo de debates deste encontro, foram os seguintes.
1º – “Heteroidentificação e Colorismo: ‘Desafios para a garantia e efetivação das ações afirmativas”, com a especialista em cultura africana e mestra em justiça, cidadania e segurança pública, Fernanda Portela Ferreira.
Iniciando o tema de viés polêmico, Fernanda Portela afirmou que as ações raciais afirmativas, racionalizadas para o povo negro, não vieram por acaso ou de acordo político mútuo e sim resultam de muita luta do movimento e do povo negro. Ela defende que “isso precisa ficar internalizado no nosso pensamento, porque é a partir dessa clareza , que a gente vai ter o entendimento essencial, que é onde a heteroidentificação está resguardada.”
Assista
2º – “Avaliação das políticas do PJU e MPU para servidores negros e negras” , com Magali Dantas, doutoranda em políticas públicas e mestra em governança e desenvolvimento pela ENAP,( Escola Nacional de Administração Pública).
Magali fez um resgate histórico das discussões de combate às desigualdades raciais iniciadas ainda no século passado e ressaltou que dentro do próprio judiciário, a luta existe a muito tempo. Ela lembrou do primeiro seminário temático realizado pela Fenajufe em 2013, e se perguntou “porque estamos sempre nos repetindo?” A painelista reforça a importância de se estudar o tema. Segundo ela, “não nos faltam normas para o combate ao racismo e promoção da igualdade no Poder Judiciário e no MPU”. O que falta, segundo ela, é a operação dessas normas. Ela defende que “devemos nos apropriar desses conhecimentos, instrumentalizar e reproduzir para assim, estabilizar dentro das nossas instituições” .“Isso é estratégia cultural”.
Confira
“3º – “Produção de Dados de Raça/Etnia no Judiciário” apresentado por Filipe Gioielli Mafalda -Integrante dos Coletivos Nacionais LGBTQIAP+ e de Pretas e Pretos da Fenajufe, e dos Núcleos LGBTQIAP+ e de Negras e Negros do Sintrajud/SP).
Felipe apresentou uma pesquisa realizada com vários recortes de gênero e raça no PJU com o objetivo de mostrar os grupos mais vulneráveis e fornecer subsídios para formulação de iniciativas de enfrentamento.
De acordo com sua pesquisa, a mulher negra encabeça as questões de assédio e sofrimento no PJU, sendo o 3º grupo onde mais se apontou ter sofrido discriminação, com ênfase para o assédio sexual e as discriminações por gênero, étnica/racial, local de nascimento e faixa etária.
Assista.
Importante destacar que o debate para alteração na nomenclatura do Coletivo foi feito ainda na organização do II Encontro Nacional.
A criação do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos da Fenajufe foi deliberação do 11º Congresso da Fenajufe, ocorrido em 2022. O objetivo principal é debater as políticas raciais na categoria e o combate às discriminações e ao racismo presentes no PJU e MPU. O primeiro encontro do Coletivo aconteceu em novembro de 2022.
As propostas serão compiladas e posteriormente encaminhadas à diretoria executiva.
Após dois dias de intensos debates raciais, o III Encontro do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos se encerra nesse domingo (23) com excelentes discussões temáticas. O evento aprovou a alteração na descrição do coletivo para incluir os termos “negros e negras” na nomenclatura.
A mudança da nomenclatura se deu com a leitura do regimento interno, aprovado no encontro do Coletivo ocorrido em 2024. Com a aprovação, a partir desta data, o Coletivo de Pretas e Pretos passará a se chamar “Coletivo Nacional de Negras e Negros da Fenajufe”.
Nesta manhã, as coordenadoras Maria José Olegário Luciana Carneiro comandaram a mesa diretora. A coordenadora Juliana Rick participou de forma virtual. No sábado(22) participaram por videoconferência, a coordenadora Paula Meniconi e o coordenador Paulo Falcão.
As propostas que foram apresentadas serão encaminhadas para análise da diretoria executiva e posterior divulgação.
Os painéis apresentados no último dia do círculo de debates deste encontro, foram os seguintes.
1º – “Heteroidentificação e Colorismo: ‘Desafios para a garantia e efetivação das ações afirmativas”, com a especialista em cultura africana e mestra em justiça, cidadania e segurança pública, Fernanda Portela Ferreira.
Iniciando o tema de viés polêmico, Fernanda Portela afirmou que as ações raciais afirmativas, racionalizadas para o povo negro, não vieram por acaso ou de acordo político mútuo e sim resultam de muita luta do movimento e do povo negro. Ela defende que “isso precisa ficar internalizado no nosso pensamento, porque é a partir dessa clareza , que a gente vai ter o entendimento essencial, que é onde a heteroidentificação está resguardada.”
Assista
2º – “Avaliação das políticas do PJU e MPU para servidores negros e negras” , com Magali Dantas, doutoranda em políticas públicas e mestra em governança e desenvolvimento pela ENAP,( Escola Nacional de Administração Pública).
Magali fez um resgate histórico das discussões de combate às desigualdades raciais iniciadas ainda no século passado e ressaltou que dentro do próprio judiciário, a luta existe a muito tempo. Ela lembrou do primeiro seminário temático realizado pela Fenajufe em 2013, e se perguntou “porque estamos sempre nos repetindo?” A painelista reforça a importância de se estudar o tema. Segundo ela, “não nos faltam normas para o combate ao racismo e promoção da igualdade no Poder Judiciário e no MPU”. O que falta, segundo ela, é a operação dessas normas. Ela defende que “devemos nos apropriar desses conhecimentos, instrumentalizar e reproduzir para assim, estabilizar dentro das nossas instituições” .“Isso é estratégia cultural”.
Confira
“3º – “Produção de Dados de Raça/Etnia no Judiciário” apresentado por Filipe Gioielli Mafalda -Integrante dos Coletivos Nacionais LGBTQIAP+ e de Pretas e Pretos da Fenajufe, e dos Núcleos LGBTQIAP+ e de Negras e Negros do Sintrajud/SP).
Felipe apresentou uma pesquisa realizada com vários recortes de gênero e raça no PJU com o objetivo de mostrar os grupos mais vulneráveis e fornecer subsídios para formulação de iniciativas de enfrentamento.
De acordo com sua pesquisa, a mulher negra encabeça as questões de assédio e sofrimento no PJU, sendo o 3º grupo onde mais se apontou ter sofrido discriminação, com ênfase para o assédio sexual e as discriminações por gênero, étnica/racial, local de nascimento e faixa etária.
Assista.
Importante destacar que o debate para alteração na nomenclatura do Coletivo foi feito ainda na organização do II Encontro Nacional.
A criação do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos da Fenajufe foi deliberação do 11º Congresso da Fenajufe, ocorrido em 2022. O objetivo principal é debater as políticas raciais na categoria e o combate às discriminações e ao racismo presentes no PJU e MPU. O primeiro encontro do Coletivo aconteceu em novembro de 2022.
As propostas serão compiladas e posteriormente encaminhadas à diretoria executiva.