Evento conta com representação de 17 sindicatos e seguirá até domingo com debates raciais de grande potência
O III Encontro do Coletivo Nacional e Pretas e Pretos começa neste sábado (22). Em formato híbrido, o evento conta com a participação de 13 sindicatos filiados.
A abertura foi da comissão organizadora, composta pelas coordenadoras Sandra Dias, Luciana Carneiro e Maria José Olegário, (Zecateca). A coordenadora Paula Meniconi e o Coordenador Paulo Falcão acompanharam por videoconferência. O evento seguirá até o domingo (23).
Em saudação inicial, as coordenadoras reforçaram a importância do debate dentro da categoria e lamentaram a pouca participação dos sindicatos. A coordenadora Luciana saudou as entidades presentes que “entendem que o debate racial é importante,” mas destacou que a pouca participação dos sindicatos é um sinal de que “as nossas entidades não dão importância para o tema e estão fechando os olhos” para episódios que acontecem todos os dias e citou o caso de deputado Renato Freitas, espancado esta semana, vítima de racismo em Curitiba/PR.
A coordenadora Sandra afirmou que a luta de resistência do povo negro tem alcançado alguns avanços e mesmo que pequenos e insuficientes, precisam ser celebrados como a aprovação do protocolo por julgamento de equidade racial, que é fruto da ODS 18, da agenda 30 trazida pelo governo Lula em 2023 sobre equidade étnico-racial. “Precisamos nos apropriar dessas conquistas para ver que a nossa luta está trazendo frutos.”
Reconhecendo a necessidade de fomentar a participação dos sindicatos em debates como esses no seio da categoria, a coordenadora Zeca enfatizou que mesmo que o estado de Santa Catarina seja reconhecidamente “fascista, e racista” lá ainda existe muita resistência e lembrou que os quadros de servidores do PJU e MPU de lá, são majoritariamente compostos por pessoas brancas.
Após a saudação das coordenadoras, o primeiro painel da manhã teve início com um tema que mais se evidencia nas organizações; que é o “Racismo Institucional”. A juíza substituta do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e do Tocantins (TRT-10) , Wanessa Mendes de Araújo comandou o painel.
A magistrada iniciou sua fala afirmando que ainda que no poder público haja uma média de aproximadamente 30% de servidores (as), e apenas 15% de magistrados negros, “tem muito a ser feito para mudar essa realidade”. Ainda segundo ela, a entrada no serviço público não representa a ascensão. “Apesar da porta de ingresso ser semelhante, as trajetórias são muito diversas e faz com que a presença de pessoas brancas nesse universo seja majoritariamente de pessoas brancas, num universo que deveria ser plural.”
Acompanhe. Aqui.
Em seguida, o segundo painel trouxe a professora Vanda Pinedo, do Movimento Negro Unificado de Santa Catarina (MNU-SC) para falar sobre “Reparação e Bem Viver”, tema que norteará a II Marcha Nacional das Mulheres Negras que ocorrerá no dia 25 em Brasília.
A militante destacou que a discussão da política reparatória, é hoje, uma política mundial e que ela veio de um debate de muitos anos, de várias organizações negras de todo o mundo e que foi ratificada na Conferência de Durbim em 2001, na África do Sul. Nessa construção internacional, a reparação ficou definida como bandeira de luta internacional do povo negro.
Assista aqui:
O tema “Igualdade Racial e Ações Antirracistas no Mercado de Trabalho” encerra o período matutino de debates. A coordenadora de Ações Afirmativas no Ministério da Igualdade Racial, Tamiles Alves, protagonizou o painel.
A especialista iniciou sua fala citando a frase de Genaro Garcia que diz que “existe uma história do povo negro em um Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o povo negro”. Segundo ela, a citação mostra a importância da nossa história dos negros (as) e da contribuição para a construção do país que, infelizmente, ao longo dos anos fez questão de nos invisibilizar e excluir sob o ponto de vista político e histórico”.
O Encontro continuará até o domingo (23) com a seguinte programação:
9h30: PAINEL 7: Heteroidentificação e Colorismo: Desafios para a garantia e efetivação das ações afirmativas
Palestrante:
✓ Fernanda Portela Ferreira – Especialista em Cultura Africana para Mestra em Justiça, Cidadania e Segurança Pública.
10h: PAINEL 8: Avaliação das políticas do PJU e MPU para servidores negros e negras.
Palestrante:
✓ Magali Dantas – Doutoranda em Políticas Públicas e Mestra em Governança e Desenvolvimento pela Escola Nacional Administração Pública (Enap).
10h30: PAINEL 9: Produção de Dados de Raça/Etnia no Judiciário.
Palestrante:
✓ Filipe Gioielli Mafalda – Integrante dos Coletivos Nacionais LGBTQIAP+ e de Pretas e Pretos da Fenajufe, e dos Núcleos LGBTQIAP+ e de Negras e Negros do Sintrajud/SP.
11h – Perguntas aos palestrantes
11h25 – Resposta e considerações finais dos palestrantes.
Final: memória e luta memória e luta para implantação das propostas construídas nos encontros anteriores e auferir nos tribunais, o que efetivamente foi implantado e encaminhamentos.
14h – Encerramento.
O III Encontro do Coletivo Nacional e Pretas e Pretos começa neste sábado (22). Em formato híbrido, o evento conta com a participação de 13 sindicatos filiados.
A abertura foi da comissão organizadora, composta pelas coordenadoras Sandra Dias, Luciana Carneiro e Maria José Olegário, (Zecateca). A coordenadora Paula Meniconi e o Coordenador Paulo Falcão acompanharam por videoconferência. O evento seguirá até o domingo (23).
Em saudação inicial, as coordenadoras reforçaram a importância do debate dentro da categoria e lamentaram a pouca participação dos sindicatos. A coordenadora Luciana saudou as entidades presentes que “entendem que o debate racial é importante,” mas destacou que a pouca participação dos sindicatos é um sinal de que “as nossas entidades não dão importância para o tema e estão fechando os olhos” para episódios que acontecem todos os dias e citou o caso de deputado Renato Freitas, espancado esta semana, vítima de racismo em Curitiba/PR.
A coordenadora Sandra afirmou que a luta de resistência do povo negro tem alcançado alguns avanços e mesmo que pequenos e insuficientes, precisam ser celebrados como a aprovação do protocolo por julgamento de equidade racial, que é fruto da ODS 18, da agenda 30 trazida pelo governo Lula em 2023 sobre equidade étnico-racial. “Precisamos nos apropriar dessas conquistas para ver que a nossa luta está trazendo frutos.”
Reconhecendo a necessidade de fomentar a participação dos sindicatos em debates como esses no seio da categoria, a coordenadora Zeca enfatizou que mesmo que o estado de Santa Catarina seja reconhecidamente “fascista, e racista” lá ainda existe muita resistência e lembrou que os quadros de servidores do PJU e MPU de lá, são majoritariamente compostos por pessoas brancas.
Após a saudação das coordenadoras, o primeiro painel da manhã teve início com um tema que mais se evidencia nas organizações; que é o “Racismo Institucional”. A juíza substituta do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e do Tocantins (TRT-10) , Wanessa Mendes de Araújo comandou o painel.
A magistrada iniciou sua fala afirmando que ainda que no poder público haja uma média de aproximadamente 30% de servidores (as), e apenas 15% de magistrados negros, “tem muito a ser feito para mudar essa realidade”. Ainda segundo ela, a entrada no serviço público não representa a ascensão. “Apesar da porta de ingresso ser semelhante, as trajetórias são muito diversas e faz com que a presença de pessoas brancas nesse universo seja majoritariamente de pessoas brancas, num universo que deveria ser plural.”
Acompanhe. Aqui.
Em seguida, o segundo painel trouxe a professora Vanda Pinedo, do Movimento Negro Unificado de Santa Catarina (MNU-SC) para falar sobre “Reparação e Bem Viver”, tema que norteará a II Marcha Nacional das Mulheres Negras que ocorrerá no dia 25 em Brasília.
A militante destacou que a discussão da política reparatória, é hoje, uma política mundial e que ela veio de um debate de muitos anos, de várias organizações negras de todo o mundo e que foi ratificada na Conferência de Durbim em 2001, na África do Sul. Nessa construção internacional, a reparação ficou definida como bandeira de luta internacional do povo negro.
Assista aqui:
O tema “Igualdade Racial e Ações Antirracistas no Mercado de Trabalho” encerra o período matutino de debates. A coordenadora de Ações Afirmativas no Ministério da Igualdade Racial, Tamiles Alves, protagonizou o painel.
A especialista iniciou sua fala citando a frase de Genaro Garcia que diz que “existe uma história do povo negro em um Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o povo negro”. Segundo ela, a citação mostra a importância da nossa história dos negros (as) e da contribuição para a construção do país que, infelizmente, ao longo dos anos fez questão de nos invisibilizar e excluir sob o ponto de vista político e histórico”.
O Encontro continuará até o domingo (23) com a seguinte programação:
9h30: PAINEL 7: Heteroidentificação e Colorismo: Desafios para a garantia e efetivação das ações afirmativas
Palestrante:
✓ Fernanda Portela Ferreira – Especialista em Cultura Africana para Mestra em Justiça, Cidadania e Segurança Pública.
10h: PAINEL 8: Avaliação das políticas do PJU e MPU para servidores negros e negras.
Palestrante:
✓ Magali Dantas – Doutoranda em Políticas Públicas e Mestra em Governança e Desenvolvimento pela Escola Nacional Administração Pública (Enap).
10h30: PAINEL 9: Produção de Dados de Raça/Etnia no Judiciário.
Palestrante:
✓ Filipe Gioielli Mafalda – Integrante dos Coletivos Nacionais LGBTQIAP+ e de Pretas e Pretos da Fenajufe, e dos Núcleos LGBTQIAP+ e de Negras e Negros do Sintrajud/SP.
11h – Perguntas aos palestrantes
11h25 – Resposta e considerações finais dos palestrantes.
Final: memória e luta memória e luta para implantação das propostas construídas nos encontros anteriores e auferir nos tribunais, o que efetivamente foi implantado e encaminhamentos.