Cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama estão previstos até o final do ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde responsável por apoiar as ações nacionais para a prevenção e o controle do câncer no país. Em 2014, 14.622 pessoas morreram em decorrência do carcinoma.
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele. O câncer mamário corresponde por, aproximadamente, 28% dos casos novos a cada ano. Apenas 1% do total acomete homens. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Para visibilizar esses números e conscientizar as mulheres brasileiras, desde 2002 o Brasil aderiu ao Outubro Rosa, que é uma campanha que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero, e utiliza como símbolo um laço rosa.
Durante o mês de outubro, prédios públicos, pontes, teatros e até propriedades privadas são iluminadas com a cor rosa. Em diversos lugares do mundo, a iluminação rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina.
O movimento surgiu em 1990 quando aconteceu a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque (EUA). Desde então, a atividade é promovida anualmente na cidade, assim como a realização de atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, escolhendo o mês de outubro como epicentro das ações. Atualmente, o Outubro Rosa é realizado em vários lugares do mundo.
Fatores de risco e prevenção
Dentre os fatores de risco, destacam-se a falta de atividade física, tabagismo, má alimentação, peso corporal acima do indicado, hábitos sexuais inadequados, fatores ocupacionais, bebidas alcoólicas, exposição solar, radiações e medicamentos.
Segundo o MS, estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
A orientação para todas as mulheres é que o autoexame de mama seja feito frequentemente e, a partir dos 50 anos, é necessário fazer a mamografia.
Acesso à saúde
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, foram realizadas me 2017 apenas 2,7 milhões de mamografias nas mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma cobertura de 24,1%, bem abaixo dos 70% recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a entidade, em decorrência da falta de conscientização e das condições dos hospitais públicos, que não recebem os devidos investimentos dos governos, é muito comum as pacientes serem diagnosticadas com tumores avançados.
Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama quando descoberto no início, há 95% de probabilidade de recuperação total.
Luta das Mulheres
A luta das mulheres pelo atendimento à saúde tem sido grande para que o SUS garanta o tratamento ao câncer com prioridade e os planos de saúde deem a devida cobertura a estes casos. Muitos direitos ainda dependem de projetos de leis que precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
Alguns deles têm avançado na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei (PL) 3169/2015 obriga SUS a oferecer tratamento de prevenção, detecção, tratamento e controle dos cânceres de mama e do colo uterino em estágio avançado (metástase). Já o PL 3752/12 (Lei dos 30 Dias) estabelece prazo máximo de 30 dias para a realização de exames diagnósticos e procedimentos para recuperação de neoplasia maligna (câncer) por meio do SUS. O projeto altera a Lei 12.732/12 que garante aos pacientes, diagnosticados com câncer, o tempo máximo de 60 dias para ter o tratamento da doença iniciado no SUS.
Sintomas
*O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
– Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor;
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Alterações no bico do peito (mamilo);
– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
– Saída de líquido anormal das mamas;
– Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama;
– A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença.
*Informações do Ministério da Saúde
Acesse AQUI a cartilha de prevenção do câncer de mama