O reinício dos trabalhos nesta segunda-feira (1/8) na Câmara dos Deputados evidenciou uma questão: a pauta política deste segundo semestre é extremamente negativa aos servidores públicos. E mais, investimentos sociais e até mesmo em Educação e Saúde também sofrerão com as medidas que o governo quer aprovar.
Foi com o PLP 257/16 que o parlamento abriu o debate sobre o pacote de ajuda da União aos estados. O governo tem pressa em aprovar o projeto que, além de prever redução em investimentos sociais, também abre possibilidade de demissão dos servidores públicos municipais, estaduais e federais.
Na tentativa de barrar o rolo compressor do governo e uma base governista propensa a atender ao Palácio do Planalto, os servidores, mobilizados, buscam apoio à rejeição da proposta. Dirigentes da Fenajufe e delegações dos estados passaram o dia na Câmara dos Deputados, pressionando os congressistas.
O problema é que o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) já começa a desenhar sua gestão. No meio da tarde determinou que os acessos à Câmara fossem fechados e o controle de entrada se desse por apenas um dos anexos. Do lado de dentro, a Polícia Legislativa também estabeleceu uma série de barreiras que impediam a aproximação de dirigentes e servidores, do Salão Verde, local próximo do acesso ao plenário, por onde passam os deputados.
Já no fim da tarde Maia reuniu-se com o líder do governo, André Moura (PSC/SE) e com o relator do PLP 257, Esperidião Amin (PP/SC), para acertar os detalhes do que fora aprovado mais cedo, na reunião dos líderes: a discussão do projeto acontece nesta segunda-feira e a votação, na terça-feira (2/8). Mas com o quadro de incertezas, tudo pode acontecer após a abertura da Ordem do Dia com o PLP-257/2016 na pauta.
O momento é de extrema gravidade e a situação ainda mais aguda, com o risco de a matéria começar a ser apreciada, sem que representantes dos mais de 11 milhões de servidores federais, estaduais e municipais, nem sequer possam acompanhar a sessão e levar a posição contrária dos servidores ao debate. Mais uma vez a categoria é chamada a pagar a conta de um ajuste fiscal danoso ao serviço público e aos investimentos sociais.
Diante do quadro a Fenajufe reforça que os sindicatos continuem orientando categorias a enviar mensagens através do site da Fenajufe e ainda pressionando os deputados por telefone, redes sociais na internet, principalmente pelo Facebook, WhatsApp e Twitter.