A mobilização de servidoras e servidores públicos na tarde desta terça-feira, 18, na luta pela recomposição salarial e reposição das perdas salariais acumuladas de mais de 49,9% nos últimos cinco anos – dos quais 19,99% só no governo Bolsonaro- foi concentrada em frente à sede do Ministério da Economia, em Brasília.
A participação da Fenajufe mais uma vez se destacou pela presença dos coordenadores Evilásio Dantas, Fernando Freitas, Roberto Policarpo e Thiago Duarte.
Bandeiras, panfletagem e palavras de ordem deram o tom do desagrado do segmento, com a política econômica de Bolsonaro sob a batuta de Paulo Guedes. A equipe econômica de Bolsonaro se nega a negociar com a categoria, ignorando todas as pautas protocoladas pelo Fonasefe desde 2018, que buscavam não só a recomposição salarial, como também avanços em discussões como a data-base para o serviço público.
O caldo entornou de vez com a aprovação do Orçamento da União para 2022, com reserva de mais de R$ 1,8 bilhão para reajuste de apenas carreiras ligadas ao interesse eleitoral de Jair Bolsonaro.
Hoje, o que se viu, foram críticas na medida e muito bem justificadas, ao ministro Paulo Guedes. Primeiro por ter conduzido a economia do país ao caos. Segundo a ONU, o Brasil deverá ter o 3º pior PIB do mundo em 2022.
Segundo pela postura de Guedes assumidamente defensor dos interesses do alto patronato e do sistema financeiro, que tem impingido ao trabalhador e trabalhadora brasileiros – tanto da iniciativa privada quanto dos serviços públicos – a sistemática e reiterada retirada de direitos, garantias e da própria condição de subsistência, pela acentuada perda do poder de compra.
Das críticas, veio da Fenajufe, pela fala de Fernando Freitas, o recado mais contundente. “a tática de dividir a unidade dos servidores públicos não colou lá atrás, e não vai colar agora… até porque nós servidores e trabalhadores públicos, há muito tempo temos sustentado essa Nação, é no SUS, nas Universidades, é nas Escolas, nas Entidades de Segurança Pública, no Judiciário e no Legislativo. Nós sabemos muito bem e melhor que Guedes como funciona nosso país e estamos dispostos a contribuir com o crescimento de um projeto de Nação, onde haja pujança para todos”.
Freitas termina vaticinando que os servidores e servidoras farão o bota-fora de Guedes e Bolsonaro este ano, “porque o Brasil é maior que eles”. O dirigente evocou ainda o mote “se votar, não volta”, ao lembrar que também é o momento de derrubar a PEC 32. Acompanhe:
Também no ato em frente à Economia, deputados da bancada de apoio aos trabalhadores, bem como integrantes das Frentes Parlamentar Mista do Serviço Público e a Servir Brasil, levaram sua mensagem aos manifestantes.
Em postagem gravada durante o manifesto, o coordenador Thiago Duarte destacou a importância da participação de todoas e todos. Duarte lembrou que a Fenajufe ainda tratará do tema em reunião com a Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira, 20 de janeiro:
Por sua vez, o coordenador Roberto Policarpo, também durante o ato, avisou que a categoria não aceita “reajuste zero”. Ao criticar a sanha de Paulo Guedes contra os serviços públicos, Policarpo lembrou que a unidade de todos os servidores derrotou a PEC 32 no ano passado e será com essa unidade, que o reajuste será conquistado.
O protesto em Brasília contou com a participação de sindicatos do Judiciário Federal e MPU filiados à Fenajufe, e ainda de diversas entidades de servidores, de todo o país.
David Lobão, coordenador-geral do SINASEF, leu a mensagem protocolada no gabinete de Guedes, indicando como pauta emergencial a ser cumprida pelo governo, o reajuste salarial de 19,99% para o conjunto dos servidores públicos federais; o arquivamento da PEC 32/20 e a revogação da EC 95/2016 (Teto de Gastos).
Leia a Carta do Fonasefe juntamente com o estudo anexo pode ser lida AQUI .
Ao final do protesto, representantes das entidades que integram o Fonasefe – Fórum das Entidades Nacionais do Serviço Público, reuniram-se para avaliar o momento e preparar as próximas etapas da mobilização.
Luciano Beregeno, da Fenajufe