Adiamento da comissão especial nesta quinta (27) expõe desarticulação do governo e força da oposição

A reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência, prevista inicialmente para a manhã desta quinta-feira (27), acabou sendo cancelada. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está servindo como articulador da reforma pelo governo, vai se reunir com os líderes partidários para discutir a próxima etapa de análise da proposta. O cancelamento foi uma vitória para o conjunto dos trabalhadores, entidades sindicais e oposição, uma vez que a previsão da comissão era realizar a votação nesta quinta.

A intenção é alinhar os passos da tramitação que entra na fase de votação, além de avaliar complementação de voto que será apresentada pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Maia sinalizou, ainda, que o acordo para reincluir estados e municípios na proposta está indefinido.

Desde a apresentação do relatório, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que os deputados estavam “abortando a nova Previdência”, o relacionamento com os parlamentares novamente foi esfriado. Um dos argumentos de Guedes, inclusive, é atacar os servidores públicos acusando-os de serem privilegiados. Percebe-se total falta de sintonia entre o Executivo e o Legislativo e um desacordo profundo com a sociedade e a classe trabalhadora.

Outro entrave da bancada do governo é com o centrão, que ameaça atrasar a votação caso os deputados do PSL insistam na reinclusão das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Para frear de vez a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, a luta unificada se faz necessária e urgente. Ocupar os espaços: cobrar os parlamentares em suas bases eleitorais, pressionar nos aeroportos, colocar cartazes dos que são a favor da reforma e, assim, reforçar a insatisfação contra a PEC. Mesmo com as alterações já apresentadas, o texto alivia para os banqueiros e mercado financeiro enquanto ataca os trabalhadores – da iniciativa privada e servidores públicos.

Convocatória

A Fenajufe convocou atuação conjunta de todos os sindicatos filiados para pressionar deputados e senadores em Brasília na semana de 2 a 5 de julho, a votarem contra a reforma da Previdência. A iniciativa chega no momento em que a análise da proposta na Comissão Especial da Câmara dos Deputados entra na reta final.

Leia mais: Fenajufe convoca sindicatos à pressão contra reforma da Previdência no Congresso de 2 a 5 de julho 

 

Raphael de Araújo, a serviço da Fenajufe

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