Os diretores da Fenajufe Adilson Rodrigues e Eugênia Lacerda, acompanhados pelo diretor do Sintrajud/SP Antônio dos Anjos Melquíades, conversaram rapidamente com o Ministro Lewandowski na quarta-feira, 29. O encontro ocorreu no salão branco do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o intervalo da sessão plenária.
A conversa foi buscada por conta da insatisfação da categoria devido ao adiamento da segunda reunião dos representantes do Judiciário com o governo, na qual seria tratado da resposta à pauta de reivindicações da categoria.
Os dirigentes da Fenajufe fizeram esforço, mantendo-se no salão branco após terem conversado com ministros Dias Toffoli e Rosa Weber, e conseguiram realizar rápida conversa com o ministro Lewandowski, mesmo sem agendamento prévio. Manifestaram a preocupação da categoria com os seguidos adiamentos para a realização de nova reunião do STF com representantes do governo. “A reunião foi postergada para depois das eleições, em data ainda não definida. Cobramos uma atuação mais incisiva do ministro para assegurar a retomada e rápida resolução da negociação”, explicam os diretores.
Após cumprimentar os diretores, a primeira indagação do ministro foi se estariam organizando nova greve. Os diretores acenaram positivamente sobre a possibilidade de paralisação na apreciação da prestação de contas na Justiça Eleitoral dos candidatos vencedores nas eleições. Esse é requisito para homologação dos resultados e posse. A greve pode ocorrer porque não houve qualquer solução para defasagem salarial enfrentada pela categoria até o presente momento.
O ministro afirmou ser o maior interessado na retomada das negociações e em sua rápida resolução. Que a partir da semana que vem devem ser recomeçadas as conversas para agendamento da reunião com o governo, pois o Diretor-Geral, Amarildo Vieira, que é o encarregado pelas negociações estará de volta das férias.
Ao final, cobrado para agendamento de reunião com mais fôlego, o ministro Lewandowski informou que estava com viagem para o exterior, não podendo confirmar agendamento imediatamente, o que então será demandado junto ao seu gabinete.
Para a coordenadora Eugênia Lacerda, o ministro Lewandowski posterga a negociação há muito tempo. Antes de tomar posse a alegação era de que só poderia tomar providências após sua entrada em exercício, porém o fato de ainda não ser o presidente do STF não impediu que o ministro fosse ao Congresso Nacional articular a aprovação do ATS dos juízes antes de tomar posse.
“Depois disso, a alegação para a falta de negociação foi as eleições e a falta de agenda da presidente Dilma por causa da campanha eleitoral. Como se não bastasse, agora alega que o diretor-geral está de férias e as negociações só voltarão com o retorno dele. O ministro Lewandowski deveria assumir seu papel como chefe de poder e ir procurar a presidente para negociar o reajuste e parar de enrolar a categoria”, afirmou Eugênia.
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF