No fim da tarde da quinta-feira (18/12), servidores do Judiciário e Ministério Público da União protestaram em frente ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), durante diplomação de Dilma Rousseff para o segundo mandato presidencial. Eles reivindicaram reposição salarial e criticaram a postura dos magistrados, procuradores, parlamentares e inclusive da própria presidenta reeleita, que garantiram seus próprios reajustes e ignoraram os servidores.
Enquanto Dilma estava sendo diplomada pelo presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, os coordenadores da Fenajufe, Cledo Vieira, Eugenia Lacerda, Luis Cláudio Corrêa e Saulo Arcangeli, diretores do Sindjus/DF e servidores da base do Distrito Federal realizavam manifestação do lado de fora do tribunal. Eles protestavam contra a diplomação de Dilma, segurando faixas e tocando apitos e buzinas. Os dirigentes da Federação usaram o carro de som varias vezes chamando a atenção da população sobre o aumento salarial absurdo que tiveram as autoridades, enquanto os servidores ficaram à míngua.
Houve um princípio de tumulto porque policiais militares queriam impedir a manifestação, chegando a ameaçar que iriam guinchar o carro de som estacionado em frente ao TSE. Depois de muita discussão entre manifestantes e policiais, os protestos puderam continuar, mas sob forte vigilância da PM, que controlava a entrada de veículos com autoridades que acompanhariam a diplomação da presidenta.
A Fenajufe vai continuar cobrando uma postura efetiva de Lewandowski, Janot e Dilma no sentido de reparar essa grande injustiça e garantir a merecida reposição salarial que a categoria faz jus.
Para Cledo Vieira, “a manifestação teve por objetivo mostrar a indignação dos servidores contra a postura das cúpulas dos poderes executivo, legislativo e judiciário, que na prática criaram a data base só para eles. É uma vergonha que no Brasil os servidores públicos federais não tenham direito à reposição salarial enquanto somente as autoridades concedem reajuste somente para eles mesmos.”
Segundo Eugênia Lacerda, “o STF batalhou pela aprovação do auxílio-moradia para os magistrados, pela da gratificação por exercício cumulativo de jurisdição e de função administrativa e reajuste também para os magistrados, mas ignorou o apelo dos servidores por reposição inflacionária. É inadmissível a postura do presidente do STF, que não procurou com firmeza a presidente Dilma para defender a reposição dos servidores também. Isso só demonstra que os servidores precisam se mobilizar e fazer uma grande greve em 2015 juntos para pressionar o presidente do STF a cumprir o seu papel e a fazê-lo respeitar os servidores.”