No sábado (29) o país inteiro decidiu ir às ruas protestar contra as políticas genocidas do governo Bolsonaro que já provocou a morte de quase meio milhão de pessoas, e levou 14 milhões de famílias a viver em condições de miséria.
Os atos aconteceram em mais de 200 cidades e municípios brasileiros durante todo o dia e atraíram a imprensa internacional. Muitos veículos internacionais de comunicação abordaram os atos como frutos da política negacionista e genocida de Bolsonaro. Na maioria, os protestos ocorreram de forma pacífica, no entanto em algumas regiões houve repressão policial e confronto com seguidores do presidente.
Resolução da Reunião Ampliada, orientou a participação dos sindicatos de base nas atividades obedecendo as orientações de segurança, isolamento social e uso obrigatório de máscaras e álcool em gel. Nesse sentido, alguns sindicatos se somaram aos atos de forma conjunta com as demais organizações sociais em todos os estados.
Nas várias cidades, categorias de servidores públicos das três esferas e classe trabalhadora em unidade com os movimentos sociais, pediram vacinação efetiva e suficiente, a retomada do auxílio emergencial digno e principalmente pediram a saída do presidente Jair Messias Bolsonaro.
Os manifestantes também denunciaram ingerência política, o retorno das carteiradas, privatizações dos serviços, a perda da estabilidade e demais mazelas que serão trazidas com a aprovação da Reforma Administrativa.
Pela primeira vez de forma presencial no período pandêmico, os atos demonstraram união e força contra a gestão do Presidente e sua política de destruição e ódio. Os protestos reafirmaram que a luta do povo tem poder para fazer justiça, defender a Democracia, a cidadania e o país.
Para os organizadores o momento é propício para enfraquecer ainda mais a gestão já desgastada com a CPI da Covid -19 e que isso pode inviabilizar a aprovação das reformas em tramitação e impedir um possível segundo mandato do presidente. Mas para alcançar o objetivo , a mobilização e a luta devem ser mantidas todos os dias, diuturnamente.
Veja participação dos sindicatos
Sitraam/AM. O Sindicato assinou o Manifesto do Fórum em Defesa dos Serviços Públicos no Estado do Amazonas e se somou à luta contra a PEC32, ao corte de verba da educação e em defesa da Zona Franca de Manaus. O coordenador Luiz Cláudio Correa, presidente do Sindicato espera que ” novos protestos aconteçam” sempre que o governo avance com políticas de retrocesso.
Sintrajud/SP – Servidores se reuniram em frente ao Fórum Pedro Lessa e seguiram em passeata.
Sintrajufe/PE – Além do ato presencial na Praça do Derby, o sindicato participou de ato político virtual, na cidade de Garanhuns, no interior. O sindicato também circulou com carro de som pelas ruas do Recife.
Sitraemg/MG– Em Belo Horizonte, o diretor do Sitraemg, David Landau e a servidora filiada Adriana Araújo participaram de carreata pelas ruas da Capital Mineira. “Pela vacina, contra a Reforma Administrativa, Serviço Público hoje e sempre”
Sintrajusc/SC- Cerca de 5 mil pessoas participaram de caminhada na capital e foi registrado atos em Joinville , Chapecó e Criciuma. Servidores participaram de forma individualizada.
Sintrajufe/MA– Sindicato orientou a base a se somarem nas atividades em conjunto programadas para a capital São Luiz, e nas cidades de Imperatriz e Caxias.
Sindjufe/MT– Em Mato Grosso, a coordenadora da Fenajufe, Juscileide Rondon se juntou ao ato e falou da luta das mulheres contra o machismo e a violência de gênero evidenciados no governo Bolsonaro e lembrou que as mulheres são maioria no serviço público.
Sisejufe/RJ -também se somou aos movimentos e entidades sindicais no protesto em defesa do serviço público, contra a PEC 32 (Reforma Administrativa) e as privatizações das estatais. O sindicato distribuiu itens de proteção contra a Covid aos participantes.
Sindjufe/MS- Os coordenadores Márcia Pissurno, Henrique Komatsu e o servidor filiado Klinger Nepomuceno acompanharam a passeata pelas ruas de Campo Grande. Os manifestantes colocaram cruzes em frente ao Campus da Universidade Federal,(UFMS) representando as mortes por Covid no estado.
Sintrajufe/RS – Sindicato se juntou aos demais movimentos e categorias em passeata em grande ato em Porto Alegre. Protestos aconteceram tambem em São Leopoldo, Santa Cruz, Taquara e Santa Maria.
Repercussão internacional
Os protestos ganharam repercussão na mídia internacional. A imprensa estrangeira destacou os atos em páginas da internet, com muitas fotos, e também em seus canais no YouTube.
A Agência Reuters noticiou a condução da pandemia como fator determinante para a queda da popularidade do presidente.
A BBCde Londres destacou a crise sanitária por qual o país passa e criticou a lentidão no sistema de imunização. Para a rede de comunicação, as manifestações são um reflexo de insatisfação e repúdio com as quase meio milhão de mortes por Covid e suas consequências.
O canal Al Jazeera, do Catar, destacou as manifestações e as denúncias dos movimentos sociais sobre a responsabilidade de Bolsonaro na crise da covid-19. O jornal The Independent, do Reino Unido, publicou reportagem em seu site e também no canal no YouTube.
Em Nova Deli, o canal New Delhi Television lembrou o fato de, no início da pandemia, Jair Bolsonaro ter classificado a covid-19 como uma “gripezinha”. E destacou que, como o número de mortos aumentou constantemente, o presidente passou a enfurecer a população de outras maneiras, como fazer oposição a medidas de permanência em casa e uso de máscaras
A Associated Press, também deu destaque às milhares de pessoas que protestaram contra o presidente brasileiro, pedindo seu impeachment e criticando sua forma de lidar com a pandemia.
O jornal britânico The Guardian publicou reportagem destacando a ameaça de Bolsonaro à democracia.
Na Índia, o canal Wion também mostrou as manifestações. “Milhares de pessoas no Brasil realizaram mais um dia de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. Em particular por sua forma caótica de lidar com a pandemia.”
Joana Darc Melo, da Fenajufe
Foto 1- Evaristo Sá – AFP
Foto 2 – Divulgação Rede Globo