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Ato unificado: Entidades alagoanas cobram reparação pelos crimes socioambientais praticados pela Braskem

Ato unificado: Entidades alagoanas cobram reparação pelos crimes socioambientais praticados pela Braskem

Sindjus-AL e CSP-Conlutas apoiam os moradores vítimas da Braskem

Entidades sindicais, partidos políticos de esquerda, centrais sindicais, movimentos sociais, estudantes, moradores e comerciantes saíram pela segunda vez às ruas, no dia 13 de dezembro, exigindo punição à Braskem pelos crimes cometidos pela petroquímica. A concentração ocorreu na Praia de Sete Coqueiros, onde os manifestantes saíram em caminhada até o Marco dos Corais, no bairro da Ponta Verde. O protesto aconteceu após a mina 18 entrar em colapso no dia 10 de dezembro, deixando incertezas à população e danos na região explorada pela petroquímica.

O protesto teve o objetivo de chamar a atenção de turistas sobre o maior crime ambiental urbano no mundo, que afetou diretamente 60 mil pessoas em Maceió, as quais tiveram que sair de suas casas e não obtiveram uma reparação digna. Ao longo da caminhada, as pessoas relataram adoecimento, como depressão, e suicídios de 12 pessoas em virtude da Braskem.

Paulo Falcão, coordenador-Geral do Sindjus-AL e integrante da CSP-Conlutas, informa que a manifestação é uma continuidade do ato unificado, ocorrido no dia 6 de dezembro, que aconteceu na parte alta de Maceió, com caminhada e parada na Assembleia Legislativa para denunciar os crimes socioambientais da empresa, buscando que sejam feitas as reparações às vítimas. “Atualmente, 20% do território de Maceió está nas mãos dessa empresa que afundou os solos da cidade e, em contrapartida, ficou proprietária de uma parte importante da Capital”, disse.

De acordo com o sindicalista, o movimento ocupa as ruas novamente para denunciar na parte baixa de Maceió, área turística, os crimes ambientais, como aconteceu com as mineradoras de Minas Gerais, a exemplo de Brumadinho e Mariana, cometidos pelas empresas Samarco e Vale, que foram privatizadas, da mesma forma a Braskem. “Então isso é uma prova que o capitalismo, além de oprimir e explorar a classe trabalhadora, também mata a população”, revela o dirigente, informando que a CSP-Conlutas e os sindicatos, como o Sindjus-AL e o Sindipetro, manifestam apoio e solidariedade de classe às vítimas, além de convocar a população para se inserir nesse movimento, contra a ganância dessa mineradora.

O integrante da Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem, Cássio Araújo, denuncia que a Prefeitura de Maceió havia feito acordo com a Defensoria Pública, mas voltou atrás, deixando os moradores remanescentes desamparados. Ele ressalta que isso não é somente um problema das vítimas, mas de toda a cidade de Maceió, alertando que são 35 minas, dessas, a mina 18 teve rompimento na parte da lagoa, enquanto parte dessa mina está na superfície.

Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, informou o pedido feito à Procuradoria da República em Alagoas, de prisão em flagrante dos donos da Braskem por responsabilidade no desabamento da mina 18 e dos danos ambientais na Lagoa Mundaú, além prejuízos à população, para que todos sejam responsabilizados.

A estudante da Ufal Ana Bortoluzo, reforçou que não se trata de desastre ambiental, mas sim de crime ambiental.

Os manifestantes também realizaram parada para protesto em frente à residência do prefeito de Maceió, que fez um acordo de R$ 1,7 bilhão com a Braskem, isentando a petroquímica de quaisquer danos à população, deixando as vítimas desamparadas.

A Braskem é responsável por uma série de crimes com mineração do sal-gema, como o afundamento do solo da região, rachaduras em residências de cinco bairros e desabamento de mina. Esses eventos têm levado ao deslocamento de famílias inteiras de suas casas sem a devida reparação.

 

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